A maternidade solo é uma realidade de muitas mães no Brasil e no mundo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 11 milhões de mães inteiramente responsáveis pela criação dos filhos. Para ampliar a discussão sobre o assunto, a professora Janaína Almeida vai realizar uma uma transmissão ao vivo nas redes sociais com o tema “Mãe solo, mulher múltipla!”, na próxima sexta-feira (13/5).
Segundo o Portal da Transparência do Registro Civil, o Distrito Federal contabilizou, de janeiro a abril de 2022, o maior número de crianças com apenas o nome da mãe na certidão de nascimento desde 2019. Nos quatro primeiros meses do ano, quase mil bebês não tiveram a paternidade reconhecida, só na capital do país.
No Brasil, no mesmo período, foram registrados 56,9 mil bebês por mães solo. Este também é o maior número em comparação com o mesmo período de anos anteriores, a nível nacional.
Para Janaína Almeida, professora, educadora e neuropsicopedagoga no DF, esse representa o número de mulheres que, sozinhas, precisam conciliar os filhos com o trabalho e outras ocupações para garantirem sustento, atenção, cuidado, acolhimento, educação e apoio financeiro a filhos e filhas.
“Precisamos discutir essa questão numa perspectiva de políticas públicas que garantam dignidade às mulheres que carregam essa enorme responsabilidade”, reforça a educadora.
A live também contará com as participações da professora, cineasta e ativista de direitos humanos Renata Parreira; da jornalista Maria Paula de Andrade; e da professora Juliana Leite. Juntas, as profissionais vão abordar os desafios da maternidade solo e discutir políticas públicas que possibilitem a mudança dessas estatísticas.
O encontro virtual será transmitido pelo perfil do Instagram @professorajanainalmeida, nesta sexta-feira, às 20h. Confira o convite:
“Mãe solo, mulher múltipla!”
O termo “mãe solo” é utilizado para designar mulheres que são inteiramente responsáveis pela criação dos filhos, especialmente sem a participação do genitor, deixando o conceito de “mãe solteira” em desuso, já que estar ou não em um relacionamento com um(a) parceiro(a) não quer dizer, necessariamente, compartilhar a difícil missão de ter um filho.
A maternidade por si só não é uma tarefa fácil. Assim, a saúde pisicológica da mãe solo é colocado em risco através de diversas situações cotidianas, mas extremamente prejudiciais. A ansiedade, depressão e estresse podem surgir quando essas mulheres não são amparadas.
Saúde mental materna
O ciclo que vai da gravidez até o puerpério (período que compreende desde o nascimento e, segundo estudos recentes, pode se estender até os 3 anos de vida da criança) é o de maior vulnerabilidade para a saúde mental da mulher, o que a inclui no grupo de risco para adoecimentos mentais.
Por ser um assunto envolto em preconceitos infundados, as mães acabam sofrendo sozinhas. Sem ajuda, encontram dificuldades em serem diagnosticadas ou receberem tratamento adequado.
Também com o objetivo de sensibilizar a sociedade em relação à saúde mental materna, ocorre, neste domingo (15/5), o encontro de mães promovido pela campanha Maio Furta-Cor. O projeto visa ampliar e dar visibilidade e consciência sobre os aspectos que envolvem os crescentes índices de depressão, ansiedade, esgotamento e até suicídio após a maternidade.
Confira a programação completa!
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