Cerca de cinco mil profissionais da educação se reuniram, nesta quinta-feira (12/5), em frente ao estacionamento da Funarte, para a quarta assembleia geral do ano. O protesto, organizado pelo Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) reivindicou a recomposição salarial e melhores condições de trabalho nas escolas, além de concurso público para a categoria, ainda sem data marcada. A paralisação, que teve início às 9h, suspendeu a aula de mais de 600 mil estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal.
A Assembleia ocorreu após o Sinpro-DF fazer envio de ofício à secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, no dia 26 de abril. No texto, o sindicato pedia, em caráter de urgência, reunião com a chefe da pasta para tratar pautas e reivindicações. Dentre elas, a recomposição salarial. Segundo a categoria, o salário dos professores não sofre nenhum tipo de alteração há sete anos, desde o último concurso público. O reajuste salarial é pautado desde o início do governo atual.
De acordo com o sindicato, o governador Ibaneis Rocha não negociava diretamente com a categoria desde 2020 e foi a mobilização dos educadores, desde a primeira assembleia deste ano, em fevereiro, que resultou em avanços, como a atualização da tabela salarial, que estava em atraso desde 2015; incorporação ao vencimento do valor do antigo auxílio-saúde; e reajuste do valor do vale-alimentação.
"Sabemos que é insuficiente, afinal, há muitos outros itens na nossa pauta. Mas é importante considerar que o cumprimento pelo governo de cada uma dessas reivindicações foi produto da pressão. Foram conquistas arrancadas, e não concessões feitas, pois o GDF vinha resistindo a atender, e até a negociar", informou o Sinpro-DF, por meio de nota.
O diretor do Sinpro-DF, Samuel Fernandes, explicou que a assembleia, que acabou por volta das 12h, teve como intuito discutir pautas de interesse da categoria. O resultado foi a aprovação, por ampla maioria, de um calendário de lutas, com a próxima assembleia marcada para o dia 1° de junho. O intuito, de acordo com Samuel, é chamar a atenção da pasta para as demandas dos profissionais da educação. Veja o calendário abaixo.
Reinvidicações
Entre os participantes da assembleia, estava a professora de educação física América Bonfim, 62 anos. Ela espera que o GDF ouça as demandas da categoria. Para ela, os professores não têm tido respeito do GDF quando cobram demandas por meio de ofício. "O governo precisa ouvir a categoria e ouvir as nossas pautas, que são coletivas e definidas com os trabalhadores da educação e são importantes para o andamento do nosso serviço", disse.
Saiba Mais
A docente estava acompanhada da irmã, Iracema Corrêa, 51, que é professora do ensino especial do Centro De Ensino Fundamental (CEF) 1 de Sobradinho. Ela reclama que, além da questão salarial, o GDF não respeita a meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE), que determina a valorização dos profissionais do magistério das redes públicas de educação básica, de forma a equiparar o rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente.
"Hoje, a carreira do magistério sofre muito com a questão de salas lotadas, por exemplo. Isso é um reflexo da falta de professores para acompanharem os alunos com deficiência, como ocorre na minha escola", contextualiza.
CALENDÁRIO DE LUTAS
MAIO
Dia 16 (segunda)
Reunião com gestores, 18h, no auditório Paulo Freire do Sinpro
Dia 19 (quinta) Reunião com delegados(as) sindicais, 19h, no auditório Paulo Freire do Sinpro
Dia 23 (segunda)
Faixaço e bandeiraço com carro de som nas cidades do DF, 18h
Dias 25 e 26 (quarta e quinta)
Eleições do Sinpro
JUNHO
Dia 1º (quarta)
Assembleia Geral (possibilidade de antecipação)