Candidatos de todo o país participaram da primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada neste domingo (21/11). Os inscritos tiveram que responder a 90 questões nas áreas de linguagens, códigos e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias, além de produzir a redação, que teve como tema "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil".
O Correio Braziliense conversou com três professores do colégio Galois, que avaliaram as questões nas áreas de linguagens, história e redação. Para os educadores, a prova seguiu o padrão adotado pelo exame e, ao contrário de toda polêmica criada nas últimas semanas, o conteúdo cobrado não surpreendeu, como explica o professor de história, Cássio Tunes.
“A expectativa negativa que seria uma prova muito diferente não se realizou. O Enem seguiu o padrão das duas últimas provas e excluiu questões sobre o Regime Militar”, explicou. Ainda de acordo com o educador, a prova abordou temas relevantes. “Houve um destaque para os problemas sociais e as provas de sociologia e geografia trouxeram questões contemporâneas e relevantes”, completou.
A professora de língua portuguesa, Camila Osiro, destacou o nível de dificuldade das questões. “A prova estava no nível de dificuldade médio e esperado. Os alunos têm de estar preparados para uma maratona com muita interpretação de texto e uma linguagem mista, que exige a interpretação de notícias e a leitura crítica de notícias”, avaliou.
“Achei muito interessante, pois as questões de literatura trouxeram autores que trabalhamos dentro de sala de aula, como Machado de Assis, Lima Barreto e Guimarães Rosa. Se você conhece o estilo do autor e o período literário, isso já ajuda bastante a solucionar a questão. Se você souber que Machado tem uma grande ironia, irá identificar que aquele texto pertence ao autor, mesmo que não conheça a obra”, completou Camila Osiro.
Sobre o tema escolhido para a redação, o professor Adriano Alves de Souza explicou tratar-se de um tema condizente com o padrão adotado pelo Enem, que sempre trabalha com a temática social. “O tema social sempre é pertinente, e quando se fala em invisibilidade e registro civil reforça essa problemática. Talvez não fosse um tema esperado, tendo em vista as últimas declarações, mais ligadas à situações ideológicas do governo. Mas o Enem não fugiu ao padrão”, disse.
Ainda de acordo com Adriano, além do material de apoio presente nos textos da prova, “os candidatos são preparados para explorar os filósofos, sociólogos e falar sobre o papel do estado”, destacou. “Em Brasília, a temática mais voltada à exclusão veio ao encontro das temáticas da própria UnB”, completou.
No próximo domingo, os inscritos responderão a questões de matemática e de ciências da natureza e suas tecnologias: química; física; biologia.
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