A partir desta quarta-feira (3/11), as 686 escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal voltaram a receber 100% dos alunos. Porém, muitos servidores — professores, orientadores, coordenadores — não concordam com a medida. Coordenados pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), cerca de 800 profissionais se reuniram em frente a sede da Secretaria de Educação, localizada no Setor Bancário Norte, por volta das 9h30. A determinação partiu da pasta, na sexta-feira (29/11).
Insegura com o retorno, a professora Leilane Silva, 36 anos, contou ao Correio que as escolas do DF não estão preparadas para funcionar com a capacidade máxima. “Sou professora das séries iniciais e as salas não comportam esse retorno, porque não há distanciamento social de pelo menos um metro e meio. A maioria das unidades não tem condições de atender a criança na hora da merenda e do recreio”, falou a educadora.
No primeiro dia útil de novembro, 460 mil estudantes voltaram ao modelo de aulas presenciais, suspensas desde março de 2020. O retorno gradual dos estudantes iniciou em julho, mas em regime híbrido. Com o avanço da vacinação contra a covid-19, o Governo do Distrito Federal (GDF) sinalizou, aos poucos, o retorno das atividades.
Para o professor de português Marcos Sugizaki, o ato representa a luta pela vida. “Nós somos contra o retorno porque não queremos que as crianças, os jovens e os professores sejam mortos dessa maneira. Nós sabemos que a pandemia não acabou e não compactuamos com essa política de morte”, disse o professor.