O Fundo Baobá para Equidade Racial divulgou lista com 12 Organizações Não Governamentais (ONGs) negras, que receberão R$ 100 mil, cada uma, para a execução de projetos de combate ao racismo. As entidades foram selecionadas pelo edital Vidas negras: dignidade e justiça, lançado em 5 de maio deste ano, com apoio do Google.org, braço filantrópico da Google. A concorrência reuniu projetos com propostas para o combate à violência racial e às incorreções verificadas dentro do sistema de Justiça Criminal do Brasil. Os 12 grupos escolhidos receberão, além do aporte financeiro para concretizar os planos idealizados, suporte técnico para o fortalecimento institucional e uma sequência de jornadas formativas.
Uma das prerrogativas era estar alinhado com eixos pré-determinados pelo edital, relacionados à construção de soluções para algumas das questões mais urgentes para a população negra do país. Entre os assuntos pautados pelo edital, estavam o enfrentamento à violência racial sistêmica; a proteção comunitária e a promoção da equidade racial; o enfrentamento ao encarceramento em massa entre adultos e jovens negros e a redução da idade penal para adolescentes; e as politicas de reparação para vítimas sobreviventes de injustiças criminais com viés racista.
Para a editora-executiva do Fundo Baobá para Equidade Racial, Selma Moreira, um dos objetivos do projeto é a busca pela igualdade e oportunidade para a população negra do Brasil. “O Fundo Baobá completa, neste 2021, 10 anos de um intenso trabalho para a promoção da equidade racial no Brasil. Esse é o objetivo que tem nos movido: a busca pela igualdade de oportunidades para a população negra brasileira. Buscar isso requer ações no campo da educação, do trabalho, do empreendedorismo, da saúde, das artes, da justiça e outros”, diz a diretora.
Entre os projetos selecionados estão trabalhos nos eixos de proteção comunitária e promoção da equidade racial, reparação para vítimas e sobreviventes de injustiças criminais com viés racial, enfrentamento ao encarceramento em massa entre adultos e jovens e redução da idade penal para adolescentes e enfrentamento à violência racial sistêmica. As lideranças serão capacitadas e equipadas com ferramentas de planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de projetos, captação de recursos, entre outros instrumentos importantes para a estruturação interna.
O edital Vidas negras: dignidade e justiça você pode conferir aqui
Além do Fundo Baobá, o Google.org destinou US 100 mil para o Núcleo de Pesquisa em Justiça Racial e Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), liderado pelos professores Thiago Amparo e Marta Machado, com o objetivo de melhorar a coleta de informações sobre o estado da justiça racial no Brasil, a partir da análise de estudos de caso, dados e visualização das dimensões raciais da violência policial no Brasil.