LUTO

Professora da rede pública do DF morre em casa, vítima da covid-19

Jussara de Oliveira morreu nesse domingo (16/5). Com falta de ar, não conseguiu chegar a tempo no hospital para atendimento. Escola suspendeu aulas nesta segunda (17/5) e decretou luto

Ana Isabel Mansur
postado em 17/05/2021 20:46 / atualizado em 17/05/2021 20:48
"O CED 14 de Ceilândia perdeu uma amiga querida, que há muitos anos é parte de nossa família. O dia é de pesar e saudades. Sua trajetória será sempre lembrada." - (crédito: Reprodução)

Morreu, no domingo (16/5), a professora de história do Centro Educacional (CED) 14 de Ceilândia Jussara Ximenes de Oliveira, aos 47 anos, vítima da covid-19. A docente faleceu em casa, em Taguatinga, e foi encontrada morta pela vizinha.

A madrasta Maria das Graças do Santos, 63 anos, contou que Jussara estava relatando muita falta de ar, mas não conseguiu chegar ao hospital a tempo de receber atendimento. "Ela recebeu o exame para covid-19 com resultado positivo um ou dois dias antes. O médico deu receituário com remédios e mandou ela voltar para casa", afirmou a moradora do Jardim Botânico.

No domingo pela manhã, Jussara informou a uma vizinha que estava saindo de casa para deixar os cachorros em um hotel e se dirigir a um hospital. "Algum tempo depois, de tarde, sem ter novas notícias, a vizinha foi atrás, entrou no apartamento e a encontrou caída", contou Maria das Graças. "A única coisa que eu quero é que ela descanse e tenha muita paz", despediu-se a madrasta. 

Condolências

O velório de Jussara ocorreu na tarde desta segunda-feira (17/5), em Alexânia (GO), e foi restrito à família. O CED 14 suspendeu todas as atividades escolares do dia, como postagens e aulas pela plataforma Google Meet, além de atendimentos no WhatsApp e presencialmente.

Pelas redes sociais, o colégio manifestou tristeza pela morte de Jussara. "O CED 14 de Ceilândia perdeu uma amiga querida, que há muitos anos é parte de nossa família. O dia é de pesar e saudades. Sua trajetória será sempre lembrada."

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) prestou solidariedade aos familiares, amigos, colegas e estudantes e cobrou a vacinação dos profissionais da educação da capital federal. "A cada professor(a) que morre [...], o Sinpro-DF cobra do Governo do Distrito Federal (GDF) a prioridade da categoria na vacinação e vacina para toda a população do DF", destacou, em nota.

O Sinpro ressaltou que as únicas medidas de segurança contra a covid-19, enquanto a vacinação não for ampla, são o isolamento social, a desinfecção das mãos com álcool gel e o uso de máscaras, "cobrindo nariz e boca e ajustada à face". O texto do sindicato também destacou que "ainda não é hora de reuniões familiares e muito menos aglomerações em festas, lojas, eventos, ruas e parques".

Imunização

O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou, nesta segunda-feira (17/5) que, ainda nesta semana, professores de creches e pessoas com comorbidades de 30 a 49 anos devem ser inseridas no público-alvo da campanha de vacinação contra a covid-19. A ampliação, segundo o governador, poderá ser feita a partir do recebimento de novas doses de imunizantes, a serem entregues pelo Ministério da Saúde.

O Secretário de Educação do DF, Leandro Cruz, antecipou que o plano de vacinação dos educadores vai começar por aqueles que lidam com crianças em creches. Segundo a pasta, esse público é composto por cerca de 10 mil pessoas. A expectativa do GDF é dar início à vacinação do grupo na quinta-feira (20/5).



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