Impacto da pandemia

Banco Mundial avalia que pandemia ameaça ganhos de capital humano

Estudo, divulgado este mês, faz um panorama do cenário antes da pandemia e destaca que o avanço da última década pode ser comprometido

EuEstudante
postado em 29/09/2020 19:07 / atualizado em 29/09/2020 19:21
 (crédito:  Jason Sung / Unsplash)
(crédito: Jason Sung / Unsplash)

Segundo análise do Grupo Banco Mundial, a epidemia da covid-19 representa uma ameaça para os ganhos em Saúde e Educação conquistados na última década, o que, consequentemente, impactará no capital humano futuro. O alerta está presente na edição de 2020 do relatório sobre o Índice de Capital Humano, publicado em 16 de setembro de 2019. O grupo ressalta que esse resultado será visto principalmente nos países mais pobres que têm investido, na última década, em conhecimento, habilidades e saúde.


O índice mede o capital humano que uma criança nascida agora terá quando chegar aos 18 anos, levando em conta possíveis riscos de deficiências na saúde e educação existentes no país. São analisados dados da saúde, como taxas de crescimento e mortalidade de crianças e adultos. No campo da educação, são considerados levantamentos de expectativa de anos de escolaridade e as notas obtidas em testes internacionais. “Como medido pelo Índice de Capital Humano 2020, globalmente, uma criança nascida hoje poderia esperar atingir em média 56% de toda sua produtividade como um futuro trabalhador”, conclui o estudo (em tradução livre).


Impacto da pandemia


Na edição de 2020, o levantamento levou em conta a situação do capital humano em 174 países, o que abrange 98% da população mundial. Os dados foram obtidos até março deste ano por meio de fontes oficiais e passaram pela curadoria dos especialistas responsáveis. Devido terem sido recolhidos antes do aumento exponencial de casos de coronavírus em muitos países, os dados não refletem o impacto da pandemia no capital humano. No entanto, o relatório ressalta que é esperada perda significativa se nada for feito pelos governos para reverter a tendência.


“A quebra dos sistemas de saúde e o impacto nos proventos das famílias afetará a sobrevivência e desenvolvimento saudável agora (no pós pandemia), por sua vez, isso irá afetar o aprendizado e a escolaridade. Sabendo que todos os dados do Índice de 2020 foram coletados antes da difusão massiva do vírus, eles podem servir de base para uma análise (do cenário) pré-covid-19”, ressalta o relatório (em tradução livre).


O documento analisa casos por todo o mundo, entre eles a rede de ensino do Ceará. O estado foi escolhido devido à rápida transformação de um sistema educacional de baixa performance na melhor rede de ensino do Brasil. O estudo, no entanto, considera que esse progresso pode estar ameaçado devido ao fechamento das escolas com a pandemia. “Entretanto, o progresso do Ceará e os pilares que levaram a esse lugar de destaque devem ajudar a enfrentar o duro trabalho pela frente, uma vez que a pandemia diminua”, lê-se em trecho traduzido.


Em vista do impacto trazido pela pandemia, além de atuar de forma localizada em diversos países, o Grupo Banco Mundial informa que disponibilizará até US$ 160 bilhões em assistência financeira ao longo de 15 meses para ajudar mais de 100 países a proteger pobres e vulneráveis, e também de apoiar as empresas e sustentar a retomada da economia.


Para conferir a íntegra do relatório, acesse o site.

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