
Com Marcos Paulo Lima — Campeonato Brasileiro por pontos corridos é como novela. No início, a audiência dá de ombros para os primeiros capítulos, mas todos se rendem aos últimos episódios e apenas uma torcida suspira com o final feliz. A nova temporada começa neste sábado (29/3) e vai até 21 de dezembro, praticamente na véspera do Natal, convidando você a "maratonar" por 38 rodadas em 380 jogos disputados pelos 20 principais clubes do país.
Atual campeão, o Botafogo defende o título. Os candidatos a tirá-lo de cena são os mesmos de sempre: Flamengo e Palmeiras. Não duvide da capacidade do Atlético-MG e do Internacional. O terceiro escalão se apresenta com Cruzeiro, São Paulo e Corinthians. Há um detalhe: a Copa do Mundo de Clubes da Fifa.
A paralisação do Brasileirão no meio do ano para o novo torneio da entidade máxima do futebol pode transformar a competição em uma corrida maluca. Enquanto Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras estiverem nos Estados Unidos na disputa do evento, os outros 16 ficarão descansando, treinando ou em turnê pelo país e fora dele em amistosos de intertemporada.
Na prática, os times do Mundial podem retornar mutilados e exaustos, e quem ficou à espera retornar cheio de gás para a retomada insana da maratona no mês de agosto. Portanto, não está descartada a possibilidade de um desfecho surpreendente em dezembro. Vale ficar de olho, por exemplo, no emergente Bahia. Por falar no tricolor, o Nordeste contará pela primeira vez com cinco times na elite. Além do tricolor, o combo oferece Vitória, Fortaleza, Ceará e Sport.
O Brasileirão deste ano saúda o retorno de Neymar. O jogador eleito terceiro melhor do mundo em 2015, atrás apenas do Bola de Ouro, Lionel Messi, e do vice, Cristiano Ronaldo, volta a disputar a competição com a camisa do Santos. A última vez havia sido em 2013. Entrou em campo na primeira rodada contra o Flamengo, no Mané Garrincha, e arrumou as malas para se apresentar ao Barcelona. Memphis Depay também dá charme ao torneio. O holandês chegou no fim da festa em 2024. Neste ano, entra desde o começo.
Entre idas e vindas, o Brasileirão abre contagem regressiva para a despedia de outro talento formado pelo Palmeiras. Depois do adeus a Endrick, é hora de dizer tchau a Estêvão. Ele será apresentado pelo Chelsea depois do Mundial de Clubes da Fifa.
Um dos jogos mais aguardados será entre Cruzeiro e Flamengo. Gabriel Barbosa mudou de lado e veste azul depois de seis anos usando a farda rubro-negra. O reencontro com o Maracanã é muito esperado.
O Brasileirão está mais democrático, porém o acesso continua restrito. O Mirassol é o único estreante. O debutante mais recente foi o Cuiabá. O time de Mato Grosso caiu para a segunda divisão. Portanto, volta e meia aparece um marinheiro de primeira viagem no mar bravio da elite.
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O regulamento do principal torneio do país recebeu atualizações. A mais impactante promete coibir a cera. Caso um goleiro retarde a reposição da bola por mais de oito segundos, os árbitros concederão escanteio ao time adversário. A contagem não é aplicada a tiros de meta. Anteriormente, estava prevista a marcação de um tiro livre indireto, caso os arqueiros atrasassem a saída em até seis segundos. A nova regra também valerá para o Mundial de Clubes de 2025.
Outro upgrade nas diretrizes diz respeito à bola ao chão para lances de fora da área. A posse será dada à equipe que detinha ou ficaria com a pelota. Se houver dúvida, o árbitro agraciará o time que tocou por último.
A partir desta temporada, haverá o sistema de bolas múltiplas, como o adotado no Paulistão, com 15 posicionadas ao redor do gramado, posicionadas sobre cones. A ideia é coibir o atraso dos gandulas ou sumiço das pelotas.
A contestada arbitragem tem uma nova estrutura de trabalho. Há uma comissão formada por sete pessoas: Luiz Flávio de Oliveira, Marcelo Van Gasse, Fabrício Vilarinho, Luis Carlos Câmara Bezerra, Eveliny Almeida, Emerson Filipino Coelho e Rodrigo Martins Cintra, o coordenador da pasta. Os donos de apitos serão escalados conforme ranking de desempenho. O comitê terá auxílio do argentino Néstor Pitana, do italiano Nicola Rizolli e do mineiro Sandro Meira Ricci. O trio contribuirá com avaliações semanais dos árbitros brasileiros.
O protocolo antirracista da Fifa estará no Brasileirão. Os jogadores precisam fazer um gesto com as duas mãos, para comunicar ao árbitro sobre insultos.
Está é a edição do Brasileirão mais pulverizada em termos de transmissão. No total, seis emissoras detêm os direitos de transmissão da principal competição do país. O Grupo Globo levará as emoções de nove das 10 partidas de cada rodada, oito com exclusividade, via TV Aberta, SporTV e Premiere. O conglomerado Record (TV, R7 e PlayPlus) e Cazé TV (YouTube) transmitirão o mesmo jogo por jornada. O streaming Prime Video terá um espetáculo por tabela.
Confira a análise das 20 equipes do Brasileirão:
Saiba Mais
Arthur Ribeiro*
EstagiárioAluno de jornalismo com passagem nas redações da Agência CEUB, Jornal de Brasília e TV Câmara. Escreve na editoria de Esportes do Correio. Apaixonado por futebol e esportes americanos, realiza um sonho em poder fazer o que ama.

Gabriel Botelho*
EstagiárioBrasiliense de 21 anos, apaixonado desde o princípio da vida por esportes, mas de maneira um pouco mais afetuosa pelo futebol. No jornalismo desde 2020, ano de entrada no Ceub.
Danilo Queiroz
RepórterFormado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Brasília (UCB), está no Correio desde 2020. Cobriu presencialmente os Jogos Olímpicos de Paris-2024, a Copa América e finais de Libertadores, Recopa e Copa do Brasil