Eliminatórias

Argentina x Brasil: Dorival Júnior confirma Matheus Cunha de 'camisa 9'

Um dos 11 atacantes testados neste ciclo para assumir a camisa 9. o atacante do Wolverhampton ganhou a posição de João Pedro. Saiba quem já foi testado na posição no ciclo para a Copa do Mundo de 2026

Matheus Cunha durante o treino desta manhã no Estádio Mané Garrincha: primeiro jogo dele na Seleção principal foi justamente contra Argentina, em 2021, com Tite -  (crédito: Ed Alves/CB)
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Matheus Cunha durante o treino desta manhã no Estádio Mané Garrincha: primeiro jogo dele na Seleção principal foi justamente contra Argentina, em 2021, com Tite - (crédito: Ed Alves/CB)

A procura da Seleção por um centroavante minimamente capaz de balançar a rede lembra um trecho da cantiga Escravos de Jô: "(...) Tira, bota, deixa ficar". O nome da vez será Matheus Cunha. O Brasil está escalado para enfrentar a Argentina nesta terça-feira, às 21h, no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, pela 14ª rodada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026. O técnico Dorival Júnior encerrou o mistério e confirmou a equipe na entrevista coletiva desta segunda-feira com: Bento; Wesley, Marquinhos, Murillo e Guilherme Arana; André, Joelinton, Rodrygo e Raphinha; Vinicius Junior e Matheus Cunha.

Dorival Júnior justificou a escolha antes do último treino no Mané Garrincha antes do embarque para Buenos Aires. "O Matheus Cunha tem liberdade de movimentação juntamente com o Vinícius Junior, de meia-atacante, de segundo atacante. Vai depender muito da maneira como a Argentina se posicionar em campo. Nós estamos preparados para toda e qualquer situação. Eu espero que a gente tenha um jogo que flua com um pouco mais de naturalidade no jogo de amanhã", argumentou.

O escolhido é um dos 11 jogadores observados na tentativa de encontrar um camisa 9. A dança das cadeiras começou depois da Copa do Mundo com os interinos Ramon Menezes e Fernando Diniz e continua sob a batuta de Dorival Júnior. 

Como eles se saíram

  • Endrick 13 jogos 3 gols
    Evanilson 2 jogos e nenhum gol
    Gabriel Jesus 64 jogos e 19 gols
    Igor Jesus 4 jogos e 1 gol
    João Pedro 4 jogos e nenhum gol
    Matheus Cunha 13 jogos e nenhum gol
    Pedro 6 jogos e 1 gol
    Richarlison 48 jogos e 20 gols
    Rony 3 jogos e nenhum gol
    Vitor Roque 1 jogo e nenhum gol
    Yuri Alberto 1 jogo e nenhum gol

Matheus Cunha foi convocado pela primeira vez por Dorival Júnior e entrou em campo no segundo tempo da vitória por 2 x 1 contra a Colômbia na quinta-feira passada. Em excelente fase no Wolverhampton, o paraibano de João Pessoa ostenta 15 gols e 4 assistências na temporada em 29 exibições. Na entrevista coletiva do último domingo, Matheus Cunha lembrou os dois gols marcados contra a Argentina na vitória por 3 x 0 na última rodada do Pré-Olímpico de 2020, e ressaltou: "Jamais perdi para a Argentina, que continue assim. Ele entrará no lugar de João Pedro. O atacante do Brighton não agradou, mas Dorival Júnior foi ponderado, evitou críticas ao desempenho do jogador e manteve as portas abertas.

Depois da entrevista coletiva, a Seleção fez mais um treino secreto no Mané Garrincha antes da viagem em voo fretado para Buenos Aires, às 15h. A imprensa teve acesso apenas a 15 minutos. Os 23 jogadores participaram do aquecimento e do toque de bola no centro do gramado antes do último ensaio técnico, tático. de posicionamento e de jogadas ensaiadas em cobranças de escanteio e de falta.

Ao contrário da expectativa bélica do capitão Marquinhos em Buenos Aires, Dorival Júnior evitou usar a expressão guerra: "é um grande clássico do futebol mundial. Vai existir a luta em campo, mas o respeito entre as duas equipes. Vamos buscar jogar futebol. Estamos indo jogar com a seleção campeã do mundo e da Copa América. A equipe que mais venceu nos últimos anos. Procurar jogar o nosso melhor futebol. Tentando buscar um grande resultado, respeitando em todas as condições. Sendo sendo respeitados com certeza. Entendendo que uma partida de futebol é resolvida dentro de campo onde teremos 22 grandes atletas do futebol mundial. Aí sim, fazendo um duelo, mas tudo isso resolvido dentro das quatro linhas", afirmou.

No total, a Seleção terá seis mudanças em relação à formação inicial contra a Colômbia por motivos de contusão e suspensão por excesso de cartões. Alisson dá lugar ao goleiro Bento. Wesley ganhou a posição de Vanderson. Murillo substitui Gabriel Magalhães. André e Joelinton herdam as vagas de Bruno Guimarães e de Gerson. Na frente, Matheus Cunha barra João Pedro.

Wesley ganhou a a posição de Vanderson ao incendiar a Seleção no segundo tempo contra a Colômbia. "O Wesley vem em um processo de evolução. Vanderson fez uma boa partida, marcou um dos jogadores mais perigosos do futebol mundial. Teve grandes duelos com eles. Quando Wesley entrou, nós ganhamos um pouco mais porque o Vanderson esgotou um pouco mais por ter grandes passagens e bons duelos. Espero que o Wesley possa ter o mesmo nível que apresentou no Flamengo. A apresentação dele, a liberdade de movimento. A Argentina não tem um jogador fixo nessa posição", analisou Dorival Júnior.

Mais Dorival Júnior na coletiva em Brasília

» Pressão

"Eu convivi a minha vida, eu estou desde seis, sete anos de idade dentro de um vestiário de futebol. Desde o primeiro momento que me vi como criança gostando de futebol e entendo aquilo que vinha acontecendo. Nós vivemos em um país da crítica. É uma pena isso. Existem poucos reconhecimentos. Não é só no futebol. É uma percepção que eu tenho. No futebol não será diferente. Nunca foi. Eu vi companheiros sendo questionados, atletas sendo cobrados, até desafiados. O tempo se encarregou de colocar as coisas no devido lugar. Eu acredito em trabalho, em dedicação, em respeito e seriedade naquilo eu fazemos. Se eu não tivesse entendimento, eu não teria nem aceito o convite da seleção brasileira, eu não daria seguimento a minha carreira de futebol. Não passei por cima de ninguém, ao contrário, sempre valorizei minha classe, minha categoria. Me cobrem no final de todo esse processo. Ao final de tudo isso aí, pode ser muito diferente do que estão observando nesse instante"

» Sistema ofensivo

"Em todos os clubes que passei tive equipes bem ofensivas. É natural que o dia a dia vá melhorando. Nós estamos sempre trabalhando nesse sentido. Estivemos com todas as formações sempre contando com quatro homens de ataque no mínimo, mais um homem de chegada. Não está sendo diferente nesse momento. Rodrygo, Raphinha, Cunha com liberdade de movimentação, buscando infiltrações, procurando entender os espaços no campo, com liberdade total de movimento. Repetimos nos momentos que tivemos com possibilidade reais de criar situações de definição para a nossa equipe.

» Melhor do mundo

"O importante é que ele (Vinicius Junior) se sinta parte e muito presente na composição do nosso grupo. Premiações individuais no futebol, eu sou até contra. Não espelha aquilo que seja a realidade. De um modo geral, sempre achei que o futebol deveria ser premiado como sempre foi: coletivamente. A melhor equipe, o melhor grupo. São esses resultados que permanecem. Espero que ele continue buscando ser o melhor dentro da sua condição, mas que sua maior contribuição seja aqui dentro, coletivamente. Independente dele ter sido ou não decisivo em grandes jogos. Ele vai voltar a ser no momento certo e no momento que precisamos. É um grande jogador. Temos muita confiança nele"

» Saída de bola
Ontem (domingo) trabalhamos bastante saída de bola. Dentro das partidas, um movimento diferente do apresentado em vídeos, você tem dificuldade maior. Não foi fácil para a Colômbia sair também, bolas quebradas. Não vejo facilidade dos dois lados. Quanto mais rápido chegarmos com transição, será mais vantajoso. O gol estávamos bem posicionados na área, recuperamos a bola, jogador não percebeu e retomaram a bola.

» Detalhes

"O jogo da Argentina foi decidido em jogada individual, em chute de fora da área, provocado por atleta com potencial como o Vini. Colocação daqui pra lá de uma forma, de lá pra cá outra. Futebol está muito igual. Sul-Americano teve evolução. Não existe teto para ninguém, todos buscam excelência. Futebol sempre foi assim. Trabalhar, corrigir erros, mentalizar acertos. Acho que coisas boas aconteceram e outras faltam acontecer. Ninguém estará satisfeito em momento algum. Futebol tem veia saudosista. Mas se pegar matérias daqueles momentos, sempre tiveram contestações"

» Disputa por posições

"A observação é feita anteriormente, acompanhamos, debatemos características. Por isso falta um nome ou outro, muito pelo que se passa nos últimos 40 ou 50 dias. Um nome cresce, todos cobram que a seleção precisa ter os melhores jogadores no momento. É um apelo de todos e procuramos respeitar. Podemos optar por um ou outro, mas de modo geral as observações maiores são nas visitas, acompanhando treinamentos, buscando informações, ideias, vendo jogos por vídeos. Tentamos tirar todos os detalhes possíveis para a definição de cada nome, tendo tudo para a definição. E que eles aqui, no pouco momento de trabalho, muitos têm aproveitado muito bem e ganham oportunidade. Outros merecem, mas precisam esperar o melhor momento. Tudo isso é trabalhar de maneira correta e leal".

» Evolução

"Vai existir mudança a cada momento. Objetivo é buscar classificação, é o que todos pediam quando chegamos. A situação era bem complicada. Não culpo ninguém. Era o momento, tínhamos consciência. A cada data Fifa ganhamos uma posição. Ganhar daria um passo importante, mas não estamos satisfeitos ainda. É a 15ª partida de um trabalho. Vejo equipes todos os dias treinando e buscando ainda se encontrar mesmo trabalhando todos os dias. E nós vamos para o quarto mês do ano já. Estamos caminhando, talvez não a passos que todos queriam, mas em um contexto seguro, equilibrado. Resultados melhores estão por aparecer. Confio muito no que tem sido realizado".

Marcos Paulo Lima
MP
postado em 24/03/2025 11:06 / atualizado em 24/03/2025 11:13