Eliminatórias

Argentina x Brasil: Gols contra o rival? Matheus Cunha tem a oferecer!

Decisivo na última rodada do Pré-Olímpico de 2020 na vitória por 3 x 0 contra a Argentina, o medalhista de ouro em Tóquio fala sobre a oportunidade de começar o clássico desta terça, em Buenos Aires

Matheus Cunha tem no currículo dois gols contra os hermanos no Pré-Olímpico de 2020 e avisa:
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Matheus Cunha tem no currículo dois gols contra os hermanos no Pré-Olímpico de 2020 e avisa: "Nunca perdi para a Argentina" - (crédito: RAFAEL RIBEIRO/CBF)

Um dos destaques do Brasil ao substituir João Pedro no segundo tempo na vitória por 2 x 1 contra a Colômbia na última quinta-feira pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, o atacante Matheus Cunha falou neste domingo sobre os preparativos da Seleção para o duelo contra a Argentina no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, amanhã, às 21h. Destaque na temporada do Wolverhampton com 15 gols e quatro assistências na temporada do time inglês, o medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 é um dos candidatos assumir o papel de camisa 9 no superclássico.

Matheus Cunha entende de Superclássico. Questionado pelo Correio Braziliense sobre a experiência de ter classificado o Brasil para a Olimpíada de Tóquio-2020 marcando dois gols justamente contra a Argentina na última rodada do torneio em 2020, o centroavante sentiu orgulho de um tabu.

"Nunca perdi para a Argentina, que continue assim (risos). Tenho jogos desde a base, quando eu estava buscando maturidade, saindo da adolescência e passando para a vida adulta. Voltar agora e ter essa estreia nesse momento, comparando é parecido com agora. Argentina sai de Copa América e jogamos com tudo a favor deles e fazemos grande jogo (em San Juan), por detalhes não saímos vitoriosos. Outro jogo foi aquela partida que não teve (na Neo Química Arena). Não aquecemos e não entramos em campo. Espero que todo esse momento que eu tive seja levado em consideração. Espero continuar com essa boa reputação contra a Argentina, sem nunca ter uma derrota", respondeu o concorrente de João Pedro e Endrick.

A estreia de Matheus Cunha na Seleção principal foi justamente contra a Argentina, em San Juan, em um empate por 0 x 0 sob o comando de Tite, em 2021. "Estar na Seleção é sempre um momento muito gratificante para todos os jogadores. Estrear como titular contra a Argentina foi mágico, jogar outro jogo dessa dimensão é algo que só agradeço e tento a todo momento fazer o melhor. É um momento diferente em relação à primeira oportunidade como titular, mas como o Marquinhos bem falou um Brasil x Argentina é sonho para todos, tem peso diferente. Estamos muito tranquilos para fazer o nosso melhor e impor dentro de campo o que a seleção brasileira é de verdade".

Durante a conversa com a imprensa, Matheus Cunha analisou as possibilidades táticas de encaixe no time de Dorival Júnior e está pronto para cumprir qualquer função. "A minha pequena carreira começa em uma função que exerço no meu clube hoje (Wolverhampton). Por questões de números, aquilo demonstrou para o externo o que não era o mais compreensível. Sou camisa 9 na Olimpíada com uma dupla de centroavantes. Eu sempre como o atacante que flutua. Já exercia, apesar de nomenclaturas diferentes, essa flutuação entrelinhas, criando. Volto agora em situação diferente. É mais fácil trabalhar com o que trabalho no dia a dia. É pouco tempo aqui para demonstrar, mas fico feliz por verem de uma forma que me sinto feliz de jogar. Vou fazer o meu máximo independentemente da posição, trabalho executado o que nos traz de volta aqui", afirmou

O excelente momento de Matheus Cunha o favorece na disputa pela função de nove. O paraibano de João Pessoa admite a possibilidade. "O momento no meu clube é de muita gratidão por tudo que eu trabalhei, busquei, por toda a dificuldade. Demonstro esse bom momento em campo. Fico feliz por esse reconhecimento do professor Dorival, por tudo que venho fazendo. Não quero parar por aqui, quero continuar trabalhando, melhorando, evoluindo. As oportunidades estão aí para serem aproveitados. Se for para começar o jogo, estarei preparado para fazer o que ele pede, me doar ao máximo para ajudar", afirmou.

O atacante não foi convocado por acaso. O filho de Dorival Júnior, Lucas Silvestre, esteve no Centro de Treinamento do Wolverhampton em 19 de fevereiro, acompanhado de outro membro da comissão técnica, Pedro Sotero. "Vestir a camisa da seleção é para ajudar sempre, independentemente da posição. Estamos em momento de melhora, voltando para a seleção agora. Sinto que os meninos que estão aqui demonstram essa vontade de evoluir, é contagiante. Vou fazer o possível para ajudar, estar bem e retribuir a confiança".

A Argentina é a atual bicampeã da Copa América, da Copa do Mundo e líder disparada das Eliminatórias para a Copa de 2026, mas Matheus Cunha não vê o rival acima do Brasil. "Não considero. Eles, por mérito, têm esse bom momento após um título mundial. Mas pela capacidade individual, tantos embates que tenho contra jogadores... Joguei com De Paul no Atlético de Madrid, contra Mac Allister. Temos um nível tão alto quanto o deles. O momento que eles vivem por confiança é diferencial pré-jogo, mas a partir do momento que entramos em campo, sabemos o respeito que haverá. Não sinto vantagem até entrar em campo. Lá é 11 contra 11 e faremos o possível pela vitória", promete.

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"Dorival não comentou comigo sobre o jogo. Graças a Deus meu nome está sempre próximo das convocações, mostra o bom trabalho no clube. Podemos controlar o dia a dia, então é chegar aqui e continuar vindo, eu sempre falo que é muito gratificante vestir essa camisa, fazer o máximo pelo que sempre sonhamos e podemos realizar. O mais importante, apesar do pouco tempo, é fazer o possível para adaptar, entender o que pedem. É meu primeiro trabalho com essa comissão, me ajudam desde o primeiro dia para entender rápido o que é pedido. É difícil mostrar em pouco tempo, diferente do clube, são dois treinos e tem que dar resultado, entender o que é passado a quem vem há mais tempo. Temos que estar preparados para entender um novo um novo estilo, isso em conjunto ajuda muito a ter um excelente resultado dentro de campo".

» Meio de campo do Wolverhampton

"Tem pouco tempo de trabalho, qualquer semelhança no dia a dia ajuda a adaptar. Eu, João e André somos amigos, estamos sempre juntos. Ajuda muito a continuar nessa amizade, esse entendimento. Podemos ajudar a Seleção e estaremos no máximo de concentração e comprometimento".

» Tite x Dorival Júnior

"O período que eu trabalho com o Tite é de estabilidade maior, ele vinha de uma Copa do Mundo de 2018, os jogadores que ali estavam mais adaptados. O tempo é um diferencial grande. Dá para entender a quantidade de resultados e desempenho da equipe. O momento agora é de construção, apesar do pouco tempo a gente está em evolução grande, com muito a melhorar. Temos muitas coisas bem feitas. Com o pouco tempo de trabalho é difícil já mostrar o máximo que fazemos nos clubes, mas estamos adaptando com companheiros, estilo de jogo, estafe. São motivos para a evolução ser gradativa. A Argentina está em um momento diferente, compreensível depois de tudo que conquistaram. Não creio que terão entendimento que são superiores. Eu tenho embates contra os argentinos no dia a dia, tudo que eu ouço é de respeito com a seleção, com nossos jogadores. Espero que dentro de campo demonstremos tudo que as pessoas conseguem enxergar da nossa qualidade técnica, evoluir para um conjunto melhor. Espero que as qualidades individuais possam aflorar".

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"Sobre a atitude que tive com o Raphinha em relação ao Vini para sair o mais rapidamente possível de campo (contra a Colômbia), era para ele não se prejudicar e nos prejudicar. Ele é o melhor do mundo e precisa estar com a gente. Somos novos, mas nos encontramos muito em seleções de base e nos clubes. Reconhecemos um momento diferente. Marquinhos é a principal liderança com 30 anos. Apesar de toda a carreira vitoriosa, entendemos que é a nossa liderança e pode melhorar ainda mais. Apesar da pouca idade, me vejo como alguém para dividir responsabilidade muito grande. Quero dar resultados a todo momento. Quanto mais entendermos que podemos dividir e compartilhar, a gente como grupo vai chegar em lugares mais altos"


» Racismo

"É um tema difícil de abordar, existem questões que vão além do jogador de futebol. São questões de ser humano. Respeito é o princípio da humanidade, independentemente da cor, etnia, qualquer forma de preconceito. Apesar da infelicidade do presidente da Conmebol nas palavras, aquilo tem que ser mais claro para quem sofre se sentir abraçado, claramente compreendidas por quem pode ter status diferente na sociedade. Ajudando em qualquer aspecto. No que depender de nós faremos o possível para demonstrar compaixão. O mais importante é entender o que estamos indo disputar, e que possamos dar alegrias com o que fazemos dentro de campo".

Marcos Paulo Lima
MP
postado em 23/03/2025 16:09 / atualizado em 23/03/2025 16:11