Automobilismo

F1: tudo sobre o GP da China, segunda corrida da temporada de 2025

Fim de semana no Circuito Internacional de Xangai será o primeiro com formato de sprint no ano; largada da corrida principal será às 4h da manhã de domingo (23/3)

Vencedor na Austrália, Lando Norris lidera o mundial de pilotos pela primeira vez na carreira       -  (crédito:  AFP)
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Vencedor na Austrália, Lando Norris lidera o mundial de pilotos pela primeira vez na carreira - (crédito: AFP)

Depois de dar a largada na temporada com emoção na Austrália, a Fórmula 1 retorna neste fim de semana para o Grande Prêmio da China, segunda etapa da temporada de 2025 e primeira do ano no formato sprint. Ainda no clima de começo de disputa, os pilotos e equipes seguem tentando estabelecer as principais forças do grid, desta vez sem chuva. A atividade que inicia os trabalhos é o treino livre único, à 0h30 desta sexta-feira (21/3), seguido pela classificação da prova curta, às 4h30. Na virada para sábado (22/3), à meia-noite começa a bateria de sprint, enquanto a formação do grid principal é às 4h. A corrida oficial será às 4h da manhã de domingo (23/3) e Band, BandSports e F1 TV transmitem.

A primeira vitória do ano ficou nas mãos de Lando Norris e a McLaren. Apesar da diferença para o tetracampeão Max Verstappen na bandeirada ter sido pequena, o piloto e a equipe britânica mostraram que tem tudo para serem dominantes. Exemplo disso foi que, antes da entrada do segundo carro de segurança no GP da Austrália, Norris e o companheiro Oscar Piastri chegaram a abrir mais de 16 segundos de vantagem para o restante do pelotão em cerca de 30 voltas.

Ainda assim, não dá para descartar Verstappen. O holandês da Red Bull, inclusive, pode chegar mordido na China por ter perdido a liderança do mundial pela primeira vez em 1029 dias. A última vez que ele não esteve em primeiro na tabela do campeonato foi antes do GP da Espanha de 2022, disputado em maio daquele ano.

Quem chega com expectativa para melhorar o desempenho é a Ferrari. Depois de deixar a desejar no último fim de semana, o time de Maranello espera corrigir o acerto do carro SF-25 para ver o que a dupla Lewis Hamilton e Charles Leclerc pode entregar. Do outro lado, a Mercedes, ex-time do heptacampeão, viu motivos para sorrir na estreia de Kimi Antonelli, que terminou em quarto, logo atrás do parceiro George Russell.

Para o Brasil, a torcida é por uma boa prova de Gabriel Bortoleto. O brasileiro começou bem na Austrália, superando o companheiro Nico Hulkenberg na classificação, porém, com um carro instável, erro da equipe no pit stop e azar na pista molhada, ele bateu e não conseguiu completar a prova. O jovem de 20 anos irá correr pela primeira vez no circuito chines.

Depois da corrida em Xangai, a Fórmula 1 terá um intervalo de descanso e retorna em 6 de abril, para o Grande Prêmio do Japão, no circuito de Suzuka. A prova é a última da sequência da madrugada, com largada prevista para às 2h da manhã. Norris lidera o campeonato de pilotos, com 25 pontos, seguido por Verstappen (18) e Russell (15). A McLaren está na frente entre os construtores, com 27, empatado com a Mercedes.

A pista

O percurso, inspirado no símbolo shang (), tem 5.451 quilômetros de comprimento, 56 voltas e 16 curvas no total, a maioria de baixa velocidade. A hora de pisar fundo no acelerador é nas duas principais retas da pista, ambas em zonas de DRS (abertura da asa traseira para menor arrasto e mais velocidade). A dos boxes, inclusive, aumentou em 75 metros.

O circuito foi completamente reasfaltado e promete ser uma incógnita para as equipes, que terão somente um treino para encontrar o balanço certo. Outra dificuldade é que o GP da China será pela primeira vez em março, período de tempo mais ameno em comparação à edições passadas. Os pneus, no entanto, permanecem com o mesmo conjunto do último ano, com compostos duro C2, médio C3 e macio C4.

 
 
 
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Ainda assim, o principal fator do fim de semana será as asas traseiras. Depois da Austrália, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) informou que a fiscalização de deflexão em alta velocidade das asas será mais rígida. O limite antes era de 2 milímetros, mas passou a ser de apenas 0.5 mm, elemento que precisará ser corrigido pelas equipes em apenas uma semana.

Curiosidades sobre o GP da China

A China recebe provas oficiais da Fórmula 1 desde 2004, sempre no Circuito Internacional de Xangai, e a estreia foi com vitória do brasileiro Rubens Barrichello. O país asiático foi palco do último triunfo de Michael Schumacher, em 2006, a 91ª da carreira do heptacampeão. Além disso, foi lá que a Red Bull subiu ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez, com Sebastian Vettel.

Em 2019, o GP chinês marcou a milésima corrida da história da Fórmula 1, vencida por Lewis Hamilton. O britânico, inclusive, é quem mais recebeu a bandeira quadriculada na prova, com seis. Além dele, Fernando Alonso e Nico Rosberg foram os únicos a ganharem mais de uma vez, com dois triunfos cada. Rubinho, Schumi, Vettel, Kimi Raikkonen, Jenson Button, Daniel Ricciardo e Verstappen também já saíram vencedores.

No ano passado, Zhou Guanyu, da Sauber, primeiro piloto chinês da Fórmula 1, teve a oportunidade de correr em casa pela primeira vez. Ele terminou em 14º e foi ovacionado pela torcida em Xangai.

O que é a sprint?

Implementadas em 2021, as provas de sprint são corridas curtas, com até 100 km de distância e um terço da duração das provas normais. Apesar de dividir os pilotos entre os que apoiam e os que criticam, a bateria curta foi criada com o intuito de gerar mais entretenimento e competitividade.

Serão seis finais de semana de sprint na atual temporada. Além da China, o modelo estará presente nos GPs de Miami, Bélgica, Estados Unidos (COTA), São Paulo e Catar. Nas etapas com a prova curta, o fim de semana tem um formato com apenas um treino livre, na sexta-feira, assim como a qualificação da sprint. Depois, no sábado, é dia da disputa reduzida e do qualy da corrida normal, marcada para domingo.

Apenas os oito primeiros pilotos pontuam, com 8 pontos para o vencedor, 7 para o segundo e assim em diante, até o oitavo ficar com o ponto final. Após a sprint, a prova original acontece normalmente, com o sistema de pontuação tradicional.

Arthur Ribeiro*
AR
postado em 20/03/2025 19:22