
Néstor Lorenzo faz de tudo para ser pontual. Inclusive nas homenagens à mãe dele, dona Luisa, de 88 anos, aniversariante do dia. O técnico argentino da Colômbia tinha compromisso às 16h na sala de conferência do hotel Grand Mercure, onde a seleção cafetera está hospedada, e cumpriu.
O horário da entrevista não é a única "escravidão" do tempo. Ausentes no Mundial do Catar em 2022, os vice-campeões da Copa América em 2024 querem antecipar a classificação para 2026 nesta rodada dupla das Eliminatórias da América do Sul. De preferência, com um bom resultado nesta quinta-feira diante do Brasil, às 21h45, no Mané Garrincha, pela 13ª rodada. Na sequência, eles receberão o Paraguai, na terça, em Assunção.
Uma das preocupações demonstradas por Néstor Fonseca na entrevista coletiva é a força dos pontas e laterais do Brasil. Raphinha, Vinicius Junior, Savinho, Vanderson e Guilherme Arana reforçam a preocupação de Néstor Lorenzo. "Sabemos as características de cada jogador, seja Raphinha ou Vinicius. Eles jogam com o pé esquerdo, então os laterais terão que movê-los para fora para que eles não possam fazer corridas diagonais. O nosso trabalho não será fácil. Espero que lidemos bem com isso", afirmou.
O treinador evitou comentários individuais sobre a Seleção Brasileira. "Há uma análise da equipe geral e análises individuais dos jogadores que analisam os aspectos técnicos e táticos. Compartilhamos essas informações com nossos jogadores antes que eles cheguem ao campo de treinamento. Neutralizar isso não é tão simples quanto parece, mesmo que saibamos disso", reconheceu.
No primeiro turno, a Colômbia derrotou o Brasil de virada, por 2 x 1, mas a formação era muito diferente da atual. Fernando Diniz comandava a Seleção. “Em qualquer desenvolvimento, sempre há altos e baixos, picos e vales de desempenho. Olhando para o Brasil antes deste, não houve muitas mudanças de nome, mas agora os jogadores estão se saindo muito bem. O Brasil tem jogadores nos principais clubes da Europa. Um time que merece muita atenção. Temos que abordá-los com cautela, mas sem medo. Temos que sair com nosso plano para vencer a partida", opina Néstor Lorenzo.
Uma das preocupações do técnico colombiano é com a recomposição. A seleção dele é tão agressiva quanto o Brasil. "O caos pode fazer a diferença no ataque. Teremos que ser muito organizados e disciplinados taticamente para conter o poder ofensivo e a movimentação dos jogadores brasileiros. Quando temos a bola, é a vez deles nos contra-atacarem", observou.
Luis Díaz é uma das referências da Colômbia e um dos pontos chave da partida. A mobilidade do atacante permite a Néstor Lorenzo utilizá-lo nas pontas, como enganche ou falso nove. "Aprender a jogar em uma posição diferente é sempre uma fonte de crescimento para um jogador. Estou feliz que ele esteja mudando de posição nessa parte do campo, tanto para seu crescimento pessoal quanto para que ele possa contribuir para a seleção nacional", afirmou, referindo-se ao sucesso do jogador no Liverpool.
Embora o trabalho de Lorenzo seja acima do esperado após 32 jogos, com direito a vice-campeonato na Copa América do ano passado diante da Argentina na prorrogação, a Colômbia vem de três derrotas nos últimos quatro jogos. O fardo de não ter ido ao Catar em 2022 pesa. Daí a ansiedade pela confirmação do acesso a 2026.
"Todo jogo traz um risco, todo jogo é uma oportunidade, todo jogo cria pressão e todo jogo cria motivação. Em relação às derrotas recentes, sabemos que elas não tiveram nada a ver com o curso do jogo, mas estamos tentando ajustar algumas coisas. Estamos calmos. Vamos abordar esses jogos como sempre, com toda a motivação e pressão que vem com jogar pela seleção nacional", ponderou.