
Cento e vinte dias depois do empate por 1 x 1 com o Uruguai, na Arena Fonte Nova, em Salvador, Dorival Júnior tem a certeza de que a Seleção Brasileira está no caminho certo. Para o dono da prancheta verde-amarela há um ano, existe a responsabilidade pelos resultados ruins nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, mas é necessário enxergar a evolução.
“Desde o momento que assumimos, é natural que o desafio seja grande. Eu avalio o último ano que nós tivemos. Foram 14 jogos. Dentro deles, não tivemos momentos em que fomos inferiores aos adversários. Acho que estamos vivenciado momento de algumas mudanças, internamente falando, contando com um grupo que está se fortalecendo a cada momento. Temos convicção de que a equipe está próxima do acerto”, analisou durante a entrevista coletiva antes do jogo contra a Colômbia, na quinta-feira (20/3), às 21h45, no Mané Garrincha.
Embora esteja há duas partidas sem vitórias nas Eliminatórias, Dorival celebra a crescente da equipe. “Para mim, as últimas três Datas Fifas foram muito importantes, porque foram bem próximas. Tivemos contato com os jogadores e houve evolução. Vejo que está existindo uma evolução, ainda que muitos não queiram observar”, destacou.
O dono da prancheta da Seleção Brasileira aproveitou o momento para exaltar o trio protagonista do país, formado por Vinicius Junior, Rodrygo e Raphinha. Para o técnico, eles estão no caminho certo para exercer protagonismo e liderança na equipe.
“Tudo isso caminha para uma condição em que, a partir do momento em que as coisas comecem a ser encontrada com pouco mais de naturalidade. Não podemos ficar relativizando e cobrando a todo tempo, isso é um fato que vai acontecendo. Os jogadores estão começando a ter continuidade. É um momento diferente daquilo que viviam, é aguardar para que essas lideranças se estabeleçam. É natural terem uma experiência muito grande em relação a todas as situações mais vividas”, discursou.
“Todos esses jogadores vêm evoluindo, a todo momento. Na Copa América, muitos questionavam a manutenção do Raphinha como titular. Hoje, é diferente. É tudo calma, com trabalho e de acordo com o desenvolvimento de cada um. Nossas convocações sempre foram respeitando as funções dos jogadores nos times de origem, propondo pequenas mudanças. É questão de tempo, a evolução vai acontecer e a Seleção ficará satisfeita em um curto espaço de tempo”, assegurou.
A Seleção Brasileira é a quinta colocada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026, com 18 pontos em 12 jogos. Após o duelo contra a Colômbia, a equipe comandada por Dorival Júnior direciona as atenções para o superclássico contra a Argentina, na terça-feira (25/3), às 21h, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
Outros tópicos da entrevista
João Pedro
“O João flutua muito, mas é um homem que chega muito à área. Tem jogado assim na sua equipe, ora como referência, ora como segundo. Temos de buscar tirar o melhor de cada um. Estamos buscando manter os jogadores no mesmo posicionamento que se encontram em suas equipes, buscando aproveitar o que cada um tem.”
Problema defensivo
“Somos responsáveis pelo momento da Seleção e de tudo que tenha acontecido. Porém, estou à frente da Seleção há 14 partidas, a sétima nas Eliminatórias. Temos de ter o entendimento para podermos voltar a ter regularidade, e que precisamos estruturar de uma vez por todas e buscarmos uma organização, que uma marcação forte nos dê um atacante eficiente.”
Processo
“Quero ver a Seleção podendo render em qualquer momento, independentemente do adversário. Temos dois compromissos bem complicados, bem difíceis. Nossos adversários reconhecem a condição da Seleção. Estamos melhorando a cada momento, é uma subida gradativa. Espero eu que continuemos nesse processo.”
Neymar
“Com relação ao Neymar, é natural que montamos o trabalho praticamente em cima do retorno dele. Estamos na torcida para que se recupere rapidamente. No mais, são opções que nós temos, de uma mudança ou outra. Foram dois treinos, e em dois temos que definir.”
“Nós buscamos, dentro de um contexto, trabalhar com um possível retorno do Neymar, que não foi possível. Precisaríamos de um sistema de proteção um pouco mais estridente. Por isso, mudamos um pouco o contexto da nossa convocação. Deixo para vocês definirem onde cada um pode render melhor. Dúvidas na escalação estão no meio de campo e no ataque.”
Parte mental
“De modo geral, todas as equipes estão tendo dificuldades. Temos de tentar nos entender. A evolução vem do futebol sul-americano de modo geral. Equipes que até pouco tempo eram batidas pelas principais do continente, hoje, estão fazendo bons trabalhos e em processo de evolução. Temos de entender tudo isso e que a cada momento teremos de dificuldade. Nossa evolução tem de se adiantar a esse processo. A tranquilidade vai aparecer a partir do momento em que encontremos o resultado em sequência. Isso passa por trabalho e repetição.”
Qual Colômbia acha encontrará
“A Colômbia tem uma estrutura de jogo muito bem definida, com jogadores muto bem definidos em funções. Não acredito que em função de resultados alterem alguma coisa. Teremos um jogo complicado e jogado, é uma equipe busca variações, com jogadores que atuam no nosso país e são destaques. É natural que eles, neste momento, principalmente em razão da Copa América, estivessem em situação diferente da do Brasil. Fizeram uma competição melhor. Acredito que houve um processo muito importante na nossa equipe, a partir da Copa América.”
Preocupação com pendurados
“Nossa lista está mais larga por isso. Há a possibilidade para que alguns não possam estar na segunda partida. Mas já nos programamos, tudo isso é muito bem pensado. Já temos nomes para serem eventualmente chamados em caso de necessidade.”
Preparação
“Nós sempre nos preparamos, em grandes jogos, para sofrermos o mínimo possível. São equipes que se equivalem, nós estamos num processo sim de recuperação, que acontece de maneira gradativa. Vamos buscar resultado para tentar encontrar corpo, e assim jogar dentro de uma naturalidade um pouco maior.”
Danilo Queiroz
RepórterFormado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Brasília (UCB), está no Correio desde 2020. Cobriu presencialmente os Jogos Olímpicos de Paris-2024, a Copa América e finais de Libertadores, Recopa e Copa do Brasil

Victor Parrini
RepórterJornalista formado pelo Centro Universitário Estácio de Brasília. Integra a editoria de Esportes do Correio Braziliense desde 2021. Cobriu presencialmente os Jogos Olímpicos de Paris-2024, Copa América, Libertadores e Seleção Brasileira.