
Campinas (SP) — Lá se vão sete meses desde que Beatriz Souza brindou o Brasil com a primeira das três medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Talvez, tempo suficiente para ela entender que a vida nunca mais teria a mesma “tranquilidade” do que a de antes de bater a israelense Raz Hershko naquele 2 de agosto. Aos 26 anos, a paulista de Peruíbe é uma das celebridades do país. Saltou de 24 mil seguidores no Instagram para quase 3 milhões fãs no ambiente virtual. O engajamento e a popularidade se transformou em oportunidades. Bia descobriu o lado garota-propaganda, lida com uma agenda cheia, mas se diverte.
Bia tem se acostumado a trocar os tatames do Esporte Clube Pinheiros pelos estúdios de gravação. Ao lado do marido, Daniel, a medalhista se tornou estrela campanhas publicitárias do banco Bradesco. “Foi um mundo novo, muito divertido, por sinal. Meu marido amou esse mundo de propagandas. É muito bacana visitar outros universos. Quero muito fazer outros comerciais. É muito bacana. O dia de gravação é puxado, eu não sabia, mas o resultado fica incrível e é lindo de ver por aí”, compartilha, ao Correio.
Embora esteja em evidência, há dias em que em campeã olímpica da categoria +78kg perde a noção do que representa hoje no Brasil. Na quinta-feira (13/3), Bia Souza foi tietada no estande do Esporte Clube Pinheiros na CBC & Clubes Expo, o encontro em Campinas (SP) entre que reúne instituições esportivas, confederações, federações e marcas ligadas ao esporte. Pacientemente, atendeu a todos os fãs, posou para fotos e trocou experiências.
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“Às vezes, esqueço (que é campeã olímpica). E aí, a ficha cai do nada, lembro e fico surpresa. É incrível poder estar nessa posição que estou hoje”, celebra. Por pessoas de todas as idades, Bia é reconhecida na rua e em restaurantes. No entanto, a admiração dos fãs mirins é o mais sentido pela atleta.
“É incrível, é algo que me surpreendeu muito. Logo após a Olimpíada, receber esse carinho, ver que o Brasil parou para me assistir lutando é incrível, principalmente vindo das crianças, ainda mais quando falam que começaram no judô por minha causa, porque assistiram à Olimpíada e gostaram”, comenta.
Em meio ao início de preparação para o ciclo dos Jogos de Los Angeles-2028, Bia Souza vive um momento especial. Nesta semana, a brasileira reencontrou Raz Hershko, adversária na final pelo ouro olímpico na França. A medalhista de prata está com a delegação israelense para períodos de treinamento no Brasil até 18 de março.
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“É muito bom receber outra seleção em casa, ainda mais sendo a de Israel, uma equipe muito forte, com a vice-campeã da minha categoria. É incrível, sempre tivemos uma troca bacana, somos amigas, sempre tem muito respeito, é uma fazendo a outra evoluir e crescer no esporte. Essas trocas são sempre maravilhosas”, destaca Bia, líder do ranking mundial da categoria +78kg desde fevereiro.
Fã do drama médico de 21 temporadas Grey’s Anatomy e do game Township — cujo objetivo é cuidar de fazendas e expandi-las —, Bia tem se desdobrado para encontrar um tempinho para esse tipo de lazer. “A série é impossível de zerar, porque não param de lançar, a cada ano, uma temporada nova. O joguinho tem tantas fases, que eu nem sei um dia vou conseguir terminar”, brinca.
*O repórter viajou a convite do Comitê Brasileira de Clubes (CBC)