
Representante do Distrito Federal na Canoagem Havaiana, a equipe Va’a Brasília conquistou a vaga para a disputa do Pan Americano. A competição está marcada para novembro, em Rapa Nui, na Ilha de Páscoa, no Chile. O passaporte para os jogos foi obtido com a colocação do terceiro lugar no Open.
A equipe Va’a Brasília foi a única equipe não litorânea da competição. Ter o terceiro melhor tempo do torneio é algo impressionante para os adversários residentes em cidades praianas. Em entrevista ao Correio, o canoísta Rafael Maia contou como foi a preparação para a prova em Ilhabela, São Paulo. “Nós passamos o fim do ano todo treinando, não tivemos férias. Treinávamos quatro vezes por semana, ao fim da tarde, no horário em que todos podíamos. Todos nós fazemos os treinos individuais, de preparação física e musculação”, explica.
“Quando nos encontramos para treinar na canoa coletiva, estamos bem condicionados para poder aguentar a nossa planilha, que é bem puxada. Nossa preparação foi bem disciplinada e bem comprometida. Todos nós estávamos bastante dispostos e esse esforço foi bem legal. A prova valeu muito a pena. Conseguimos encaixar a nossa técnica, nossa remada e fizemos uma prova surpreendente, apesar de as condições serem bem adversas e diferentes às do Lago Paranoá e do clima do Cerrado”, complementa.
A medalha do Pan-Americano é a única em falta na coleção da equipe do Va’a Brasília. O circuito será feito no Triângulo Polinésio: Havaí, Nova Zelândia e Ilha de Páscoa. Em 2018, o time foi a quarta melhor canoa do mundo nos 500m na disputa do Mundial, no Tahiti. Em 2021, os brasilienses ganharam destaque após a conquista do pódio no Campeonato Brasileiro de Va’a Maratona, em Vitória (ES). O terceiro lugar na competição trouxe visibilidade para a equipe candanga, por ter sido o grupo não litorâneo melhor colocado em território nacional.
Presente desde o início da formação do Va’a Brasília, Rafael reafirma o desejo de trazer a única medalha que falta para Brasília. O grupo se formou no fim de 2017. No começo, vários atletas foram testados até encontrarem o time ideal. O elenco treinou bastante para competir na seletiva do Mundial, em março, e no Mundial no Tahiti, em julho de 2018.
Os números e as colocações nas competições disputadas mostram o empenho da equipe no trabalho diário nos treinamentos. Por não ter o contato diário com o mar para a prática das atividades, os atletas recorrem ao Lago Paranoá. “Com certeza, o esforço é bem maior de remar no mar, porque não temos essa condição em Brasília. É bem diferente para nós. Exige mais do nosso corpo, exige trabalhar mais o balanço da canoa para podermos enfrentar o mar com mais velocidade”, relata o canoísta
A canoagem havaiana cresce no Brasil. As conquistas do Va’a Brasília elevam o patamar do Distrito Federal na modalidade nacional. Além de Rafael Maia, Matheus Vieira, João Alberto, Rudah Bosi, Caio Uchôa e Thiago Vieira são outros cinco atletas que completam a equipe.
* Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima