Futebol

Conheça Marcus Vinícius, técnico de 25 anos do Legião para o Candangão 2025

Jovem desponta como um dos treinadores mais novos da temporada no país e tem o sonho de participar ativamente do retorno de Brasília para a elite do futebol nacional

Marcus passou por vários times da capital antes de assumir o Legião -  (crédito: Pedro Santana/CB/D.A. Press)
Marcus passou por vários times da capital antes de assumir o Legião - (crédito: Pedro Santana/CB/D.A. Press)

O cargo é de professor, apesar da idade ser plausível para a de um aluno. Ainda assim, Marcus Vinícius ostenta moral e experiência de sobra para ser o técnico do Legião para a disputa do Campeonato Candango de 2025. Aos 25 anos, o treinador dá mais um passo na carreira e desponta como um dos treinadores mais jovens das primeiras divisões dos estaduais do Brasil e segue rumo ao principal objetivo: recolocar um time da cidade natal nas primeiras prateleiras do país.

Vivendo apenas do futebol, o brasiliense procurou entrar no mundo da bola através dos estudos, com formação em educação física pela Universidade de Brasília (UnB) e obtenção da licença B da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Agora, ele enfrenta um novo desafio para enriquecer um currículo que começou a ser formado em 2017, como analista de desempenho no Clube Desportivo UnB, em parceria com o Capital. Desde então, ele acumula passagens no Cruzeiro-DF, Ceilândia, Sobradinho, Aruc, Gama e Legião, alternando papeis de analista, auxiliar, treinador de base e técnico principal.

O Correio conversou com Marcus para conhecer mais sobre o novo dono da prancheta da equipe candanga.

Pode contar um pouco sobre sua história com o futebol e como foi o caminho para chegar ao posto de técnico do Legião?

Minha história no futebol é um tanto quanto diferente da maioria dos treinadores. Não sou ex-jogador e nem tenho nenhum apadrinhamento ou parentesco com alguém importante no meio. Fui pelo caminho do estudo. Aos 18 anos, entrei no futebol como analista de desempenho por meio do esporte universitário, no Clube Desportivo da Universidade de Brasília (UnB), onde eu era recém-egresso no curso de Educação Física. Desde então, passei por alguns clubes profissionais do futebol local como analista de desempenho e auxiliar técnico, até que em 2020 comecei minha carreira de treinador na categoria de base.

Você acha que existe pressão por ser um técnico tão jovem, talvez o mais novo do Brasil?

Não sei se pressão é a palavra certa, mas com certeza é bastante desafiador. A experiência e as horas vividas no contexto do futebol ajudam a cortar caminho. Me inspiro sempre nas histórias mundo afora de outros treinadores que iniciaram suas carreiras muito jovens e penso que é plenamente possível ter sucesso.

O Legião também é um clube jovem, de 2006, você, literalmente, viu nascer. Essa combinação de time e técnico novos dá um gás especial?

Sem dúvidas, além de que o projeto do Legião atualmente é de revelar jovens talentos para o futebol brasileiro e mundial. Nesse cenário, a nossa equipe profissional tem uma das menores médias de idade da competição, sendo a maioria dos atletas oriundos das categorias de base do próprio clube. Cheguei ao Legião em 2021. Então, tive contato com alguns desses jogadores desde anos atrás e, inclusive, pude contribuir com o período final da formação deles como profissional.

Como é a relação com os jogadores?

Existe uma teoria que pauta minha relação com os jogadores que é a teoria da descoberta guiada. Me coloco nesse processo de relação com eles como um mediador, um guia que vai apenas auxiliá-los a descobrir novas informações e se redescobrir dentro do jogo de futebol. Isso torna a relação com os atletas cada vez mais saudável, pois o ambiente se torna mais propício ao aprendizado para ambos os lados.

Houve momentos em que você sentiu que a idade poderia ser um obstáculo na carreira? Como lidou com isso?

Eu sempre pensei que tinha que começar de alguma forma e em algum momento. Como reconheci cedo que não tinha perfil para ser atleta, fui pelo caminho do estudo. Então, comecei de baixo, estagiando, buscando experiências e sempre com muita insistência e perseverança. Assim as coisas foram acontecendo de forma natural, as oportunidades vêm surgindo e busco abraçá-las. As dificuldades surgem para todos de alguma forma. Portanto, temos que ter resiliência para superar e seguir em frente, buscando sempre ser melhor a cada dia.

Falando de futebol, você tem uma filosofia de jogo específica que quer implementar? Tem algum treinador ou figura do mundo da bola atual em que você se inspira?

Minha filosofia de jogo está bastante alinhada com minha filosofia de vida. Tenho para mim que, para sermos protagonistas de nossas vidas, precisamos ter coragem para arriscar e buscar fazer diferente. Por isso, me agrada um futebol ofensivo, agressivo, vertical e propositivo. Obviamente que alguns treinadores vão chamar mais a atenção, mas busco sempre criar a minha identidade, ser autêntico nas minhas ideias e criar a minha própria forma de trabalhar.

Quais são seus sonhos de carreira e, principalmente, para a temporada de 2025?

Sou uma pessoa que me alegro com a jornada, minha alegria está no processo que vivo hoje. Tinha o sonho de infância de trabalhar com futebol e, hoje, vivo esse sonho. Sou grato por isso. Porém, todos nós temos metas e o meu maior propósito de carreira é um dia participar como treinador de um acesso nacional com um clube da minha cidade. Precisamos urgentemente voltar à elite do futebol nacional e tenho como meta de carreira participar ativamente dessa reestruturação no futebol de Brasília.

Currículo

Clube Desportivo UnB - analista de desempenho (2017)

Cruzeiro DF - auxiliar técnico (2018 a 2020)

Ceilândia - analista de desempenho (2019)

Sobradinho - auxiliar técnico (2021)

Aruc - técnico da base (2022)

Gama - técnico da base (2023) e analista de desempenho (2024)

Legião - técnico da base (2021 a 2024, com intervalos) e técnico profissional (2022 e 2025)

 

Arthur Ribeiro*
AR
postado em 09/01/2025 15:01 / atualizado em 09/01/2025 16:09
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