OBITUÁRIO

Campeã olímpica mais velha do mundo morre aos 103 anos

Ágnes Keleti comemoraria o 104º aniversário no próximo 9 de janeiro

Húngara sobreviveu ao Holocausto e ganhou ouros em 1952 e 1956 -  (crédito: Attila Kisbenedck/AFP)
Húngara sobreviveu ao Holocausto e ganhou ouros em 1952 e 1956 - (crédito: Attila Kisbenedck/AFP)

Morreu Ágnes Keleti, até então a mais velha campeã olímpica no mundo, aos 103 anos. A informação foi divulgada pelo Comitê Olímpico Húngaro (HOC) no começo da tarde de ontem. A ex-atleta estava internada em um hospital de Budapeste, capital húngara, desde 25 de dezembro, quando começou um tratamento para insuficiência cardíaca e dificuldades respiratórias.

Ela comemoraria o 104º aniversário no próximo 9 de janeiro. Ágnes se tornou a campeã olímpica mais longeva em 8 de setembro de 2023, aos 102 anos e 241 dias, quando igualou Sándor Tarics, jogador húngaro de polo aquático. Ele foi medalhista em Berlim-1936 e morreu em 2016.

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Ágnes nasceu em 1921, em Budapeste, com o nome de Ágnes Klein. Posteriormente, a família mudou o sobrenome para Keleti. Desde 1937, aos 16 anos, ela começou a prática de esportes no Clube de Esgrima e Atletismo de Budapeste. No ano seguinte, passou a integrar a Associação Nacional de Ginástica.

Com destaque, Ágnes foi convocada pela seleção húngara de ginástica em 1939, um ano antes de ser campeã nacional pela primeira vez. A ginasta, contudo, teve a carreira interrompida após ser banida de todas as atividades esportivas por causa da origem judaica. Ágnes passou o período da Segunda Guerra Mundial com documentos falsos e um pseudônimo, na cidade de Szalkszentmárton, no sul da Hungria.

Entre 1947 e 1956, ela foi 46 vezes campeã húngaro em diferentes esportes. Em 1948, chegou à Olimpíada de Londres, mas não pôde participar dos jogos porque sofreu uma ruptura no ligamento do tornozelo em um treino. Quatro anos depois, nos Jogos Olímpicos de Helsinque, a atleta finalmente conseguiu se tornar medalhista olímpica, aos 31 anos, idade considerada avançada para ginastas. Lá, levou o ouro no solo, prata no individual geral, bronze na meia barra e na equipe de aparelhos. Em Melbourne-1956, conquistou o ouro na trave e na meia trave.

 


Correio Braziliense
postado em 03/01/2025 00:01 / atualizado em 03/01/2025 10:59
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