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??rbitro da ???máfia do apito??? processa emissora e tenta evitar lançamento de documentário

O árbitro Edilson Pereira de Carvalho foi protagonista no escândalo de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2005

O árbitro Edilson Pereira de Carvalho, principal personagem da “Máfia do Apito”, entrou com processo contra a Globo e a produtora Feel The Match. Assim, o ex-juiz tem como objetivo evitar o lançamento de um documentário sobre o escândalo de manipulação de resultados. A produção tem estreia prevista para o próximo ano.

A coluna “f5”, do jornal “Folha de São Paulo” teve acesso aos documentos da ação, que transita na 52ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O pedido do ex-árbitro para iniciar o processo foi enviado na quinta-feira (05/12). Em seguida, a escolha do juiz responsável ocorreu, na última segunda (09). Em sua solicitação, Edilson argumenta que houve desrespeito ao direito de imagem. Assim, reclama que sofreu danos morais.

De acordo com relato do mesmo, a emissora tem o intuito de relembrar erros e novamente arruinar sua reputação, com exposição à opinião pública. Ainda por cima, o ex-profissional acredita que já cumpriu a punição prevista e não considera uma pessoa pública. O ex-árbitro exige o pagamento de uma indenização de R$ 1 milhão, exatamente por danos morais e materiais, se houver realmente o lançamento do documentário.

A Feel The Match tem como proprietário Bruno Maia e se trata da mesma empresa que produziu outro longa-metragem de sucesso recente, “Romário O Cara”, para a plataforma de streaming Max. Os representantes jurídicos de Edilson Pereira de Carvalho não se manifestaram durante ou após os contatos. Já a Globo ou a Feel the Match indicaram que não se aprofundam em casos judiciais.

Relembre o escândalo que o árbitro foi protagonista

A intitulada “Máfia do Apito” correspondeu a diversas acusações de envolvimento dos árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon em esquema de manipulações de resultados de jogos da Série A e B em 2005. Um grupo de investidores em apostas esportivas negociou com Edilson, que integrava o quadro de arbitragem da Fifa. O objetivo desses interessados era assegurar resultados que os mesmos apostaram em sites ilegais.

Durante o inquérito, identificou-se também a participação de Danelon. Depois das investigações, ambos os árbitros foram banidos do futebol. Posteriormente, alvo de denúncias pelo Ministério Público de crimes como estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

O processo penal recebeu uma suspensão em 2007 por uma determinação de desembargador Fernando Miranda, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em seguida, em agosto de 2009, o mesmo juiz e outros dois colegas de profissão estabeleceram o arquivamento da ação. O trio alegou que a apuração não comprovava a autoria do crime de estelionato. Deste modo, a movimentação concluiu o inquérito a respeito desta possível quadrilha.

STJD suspendeu parte do campeonato

No cenário esportivo, as 11 partidas que Edílson foi árbitro no Campeonato Brasileiro de 2005 foram invalidados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Assim, Luís Zveiter, que era o presidente da corte na época, argumentou que a anulação ocorreu para extinguir totalmente a influência de Edílson na Série A. Além disso, o intuito era recuperar parte do prestígio da concorrência pelo título.

Na ocasião, o campeão foi o Corinthians, que encerrou a sua participação na Série A, com uma vantagem de três pontos para o segundo lugar, o Internacional. Caso a decisão fosse por manter os resultados iniciais, o Colorado tinha chances de ser o campeão, cenário que a torcida da equipe gaúcha contesta até os dias atuais.

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