Automobilismo

Sangue Fittipaldi: Pietro e Enzo seguem legado da família no automobilismo

Netos de Emerson Fittipaldi, primeiro brasileiro campeão de Fórmula 1, dupla é referência no cenário atual de pilotos verde-amarelos e miram bom desempenho em 2025

Pietro e Enzo Fittipaldi seguem legado do avô no automobilismo e podem correr juntos na Indy em 2025 -  (crédito: João Bramatti/RF1)
Pietro e Enzo Fittipaldi seguem legado do avô no automobilismo e podem correr juntos na Indy em 2025 - (crédito: João Bramatti/RF1)

O primeiro brasileiro a ser consagrado campeão mundial de Fórmula 1 foi Emerson Fittipaldi, quando venceu em 1972 pela Lotus. Mais de meio século depois, o sobrenome segue presente nas principais categorias do automobilismo mundial, mas agora com os netos, Pietro e Enzo. Destaque da nova geração de pilotos do país, a dupla divide o entrosamento do trabalho em conjunto com o desempenho individual de cada um nas pistas de corrida.

Pietro Fittipaldi, o mais velho, com 28 anos, ganhou status de veterano da nova leva de pilotos. Tanto é que ostenta o posto de ter sido o último brasileiro a pilotar na Fórmula 1, em 2020, quando entrou no lugar do lesionado Romain Grosjean para disputar os Grande Prêmios de Sakhir e Abu Dhabi. Desde então, segue como reserva da Haas, apesar de ter perdido espaço para Oliver Bearmann, e começou a se aventurar na Fórmula Indy pela Rahal Letterman Lanigan Racing.

“Fiz minha primeira temporada completa na Indy e consegui melhorar em 22% a pontuação do carro, em relação ao que ele teve no ano passado. Nosso time sofreu muito, perdemos o diretor técnico, veio muita gente nova, então tentamos maximizar o que era possível. Não foi um ano fácil, mas fico feliz pela temporada, gosto muito de correr nos ovais”, contou ao Correio.

Sobre a F1, Pietro esteve menos presente que o habitual, em especial pelos compromissos em outras categorias e a ascensão de Bearman. O garoto de 19 anos será titular da Haas para o ano que vem e que correu duas vezes substituindo Kevin Magnussen, uma delas no GP do Brasil. “Interlagos foi apenas minha quarta etapa com a equipe, costumo fazer muito mais, mas estive focado na Indy e isso compromete um pouco o trabalho na Fórmula 1. Como piloto, é frustrante, poderia ter corrido em casa, mas o Oliver será o próximo piloto da equipe, então a decisão lógica era ele. Faz parte”, compartilhou.

Já o mais novo, Enzo Fittipaldi, de 23 anos, começa a trilhar os mesmos passos do irmão. Piloto da Fórmula 2 e da academia Red Bull, ele recebeu um convite para testar pela McLaren na Indy e abriu portas para correr na categoria estadunidense em 2025. “É uma grande oportunidade, em uma classe incrível e por uma equipe que dispensa comentários, tem uma história enorme no automobilismo. Estou animado, o que mais quero é correr”, analisou Enzo.

Os irmãos levam o entrosamento familiar para as redes sociais e juntos comandam o canal Fittipaldi Brothers no YouTube, no qual atualizam novidades, comentam acontecimentos e explicam detalhes do mundo da velocidade. Além disso, claro, trocam informações e experiências entre si para seguirem crescendo juntos. “A pista do teste do Enzo na Indy foi uma em que eu andei muito bem no começo do ano, então mandei minha onboard (gravação na visão do piloto) para ele dar uma olhada. A gente se apoia muito sobre essas coisas, sempre se ajudando, que é o mais importante”, disse Pietro.

O caçula da família, Enzo, começou bem o ano na F2, com vitória em Jeddah, mesmo palco onde sofreu um grave acidente em 2021. No entanto, os resultados não continuaram como os esperados e a Van Amersfoort anunciou que o brasileiro deixaria a equipe a duas rodadas do fim do campeonato.

“Ganhei a corrida na Arábia Saudita em um fim de semana muito bom e depois tive alguns top-5, mas foi um ano muito complicado. A Fórmula 2 teve um carro novo e, infelizmente, nossa equipe não conseguiu achar um acerto muito bom. Mas é isso, o automobilismo é assim, existem os resultados bons e ruins. O importante é seguir lutando e ir para cima no ano que vem”, comentou Enzo.

Para o futuro, os irmãos ainda guardam mistério. Fora da RLL, Pietro mira outras equipes na Indy, mas também fará parte do campeonato de Endurance nos Estados Unidos, o IMSA SportsCar. Já Enzo encerrou a trajetória na F2 e segue no radar para a categoria de ovais. Independente do que vier em 2025, o objetivo é claro para os dois: acelerar, como manda a tradição dos Fittipaldi.

“A torcida brasileira está sempre nos apoiando, assim como aos outros pilotos do país. Só posso agradecer, porque é uma galera que acorda de madrugada para torcer e assistir nossas corridas. Vamos continuar pisando fundo e lutando para trazer sempre mais vitórias para o Brasil, seja na Fórmula 1, Indy, F2 ou onde for”, encerrou Enzo.

Arthur Ribeiro*
AR
postado em 29/12/2024 15:52 / atualizado em 29/12/2024 15:52
x