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Jogadoras do River Plate são presas por injúria racial em partida contra o Grêmio

Juiz mantém prisão preventiva de jogadoras do River Plate por injúria racial em jogo contra o Grêmio

Juiz mantém prisão preventiva de jogadoras do River Plate por injúria racial em jogo contra o Grêmio -  (crédito: Foto: Reprodução)
Juiz mantém prisão preventiva de jogadoras do River Plate por injúria racial em jogo contra o Grêmio - (crédito: Foto: Reprodução)

O Juiz determinou, em audiência de custódia neste sábado (21), a prisão preventiva de quatro jogadoras do time feminino do River Plate envolvidas em caso de injúria racial na partida contra o Grêmio. O caso ocorreu durante a derrota argentina na Ladies Cup, na noite da última sexta-feira (20), em São Paulo. O grupo será encaminhado a um presídio da capital paulista.

Em sua decisão, o juiz do caso levou em consideração a ausência de vínculos das atletas com o Brasil. O River Plate emitiu uma nota de repúdio ao caso, mas vem dando suporte às jogadoras – representadas por Thaís Sankari. Na tentativa de libertá-las, o clube argentino se comprometeu em apresentá-las aos órgãos judiciais locais sempre que necessário.

Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cangaro e Milagros Diaz se apresentaram à 6ª Delegacia de Polícia em São Paulo após o jogo. Agentes ouviram vítimas e testemunhas, que apontaram o quarteto como responsável pelos atos racistas. A advogada de defesa, Thaís Sankari, disse que as jogadoras estão assustadas com o ocorrido.

O caso

O jogo ainda estava no primeiro tempo quando os atos racistas ocorreram, após o gol de empate do Grêmio no estádio do Canindé. Candela Díaz fez gestos de macaco na direção de um gandula em meio à confusão no gramado pelo tento brasileiro e gerou revolta nas gremistas, que deixaram o campo de jogo.

Seis atletas do River receberam cartão vermelho pelo ocorrido, e a partida precisou ser encerrada pela ausência do número mínimo de jogadoras. O duelo estava empatado em 1 a 1 e ficou paralisado por cerca de 30 minutos antes do encerramento definitivo.

O Comitê Organizador da Brasil Ladies Cup decidiu, então, eliminar o clube argentino da edição do torneio e conceder vitória ao Grêmio, por 3 a 0. O River Plate também ficará suspenso da competição pelos próximos dois anos.

Dois gandulas prestaram depoimentos na delegacia, e outras três pessoas se apresentaram como testemunhas. Trata-se da zagueira Brito, do preparador físico Thales de Oliveira e da coordenadora Patrícia Gusmão. As quatro atletas do River também foram ouvidas e estavam acompanhadas de dirigentes do clube.

Técnica do Grêmio

Thaissan Passos, treinadora do Grêmio, revelou que atletas da equipe brasileira também foram vítimas de ofensas raciais na confusão. Após o ocorrido, o Tricolor emitiu uma nota de repúdio nas redes sociais e prestou todo suporte às jogadoras.

“Na verdade as atletas da equipe adversária chamaram as meninas de macaca, de “negrita”. Houve o caso com o gandula, e então as meninas não aceitaram, ele está aqui trabalhando. Desde o início do jogo acontece essa situação. Primeiramente, vim representar minhas atletas, mas situações como essa não podem ficar acontecendo. Até quando vamos ficar fingindo que não tem racismo, machismo? Então, para gente não tem condições nenhumas de jogo”, declarou Passos.

Nota do River Plate

“O River Plate manifesta o mais absoluto repúdio aos gestos discriminatórios ocorridos na partida contra o Grêmio, pela Brasil Ladies Cup 2024. Comunica, ainda, que está tomando medidas disciplinares correspondentes e continuará trabalhando para erradicar esse tipo de comportamento”.

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Redação Jogada10
RJ
postado em 21/12/2024 21:34
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