Depois de pendurar as chuteiras, Roberto Abbondazieri fugiu de todos os holofotes e caráter de fama que o futebol pode proporcionar. Ainda mais se estivermos falando de alguém que tem um feito único na história do esporte. Isso porque ele foi a única figura que atuou com Mario Kempes, Diego Maradona e Lionel Messi, três dos maiores números do futebol argentino em todos os tempos.
“Com o Kempes joguei uma partida, um clássico do Rosário, um amistoso de verão de 1995, e compartilhei vários treinos. Ele tinha mais de 40 anos, lógico. Vencemos por 1 a 0, e o Mário fez o gol. Foi incrível aquela noite… desde ouvi-lo quando criança no rádio até jogar com ele, com um campeão mundial. Kempes estava em campo! Eu tive muita sorte. E sim, joguei com os três… mesmo que tenha sido por pouco tempo. Aquele com quem eu gostaria de curtir um pouco mais era Messi. Quando ele chegou, em 2005, já era uma estrela, e dividi a seleção com ele por três anos… E depois continuei jogando porque Messi sempre me levava em todos os passeios que faziam com os amigos dele e do Ronaldinho”, relatou em entrevista recente ao diário argentino ‘La Nación’.
Entretanto, o ex-arqueiro de passagens por Rosario Central, Getafe, Boca Juniors e Internacional foi para um rumo totalmente oposto ao esporte. Amante da vida no campo, ele se tornou empresário do ramo agrícola. Não por acaso, na mesma entrevista, ele entende que o atual presidente argentino (Javier Milei) precisa fazer investimentos para baratear o custo de produção.
Sobre o Boca, clube de notória identificação, ele confessa que se surpreendeu com os rumos da trajetória de outro ex-companheiro ilustre: Juan Román Riquelme. Para Abbondanzieri, não passava por sua cabeça que o craque assumisse o maior cargo executivo da instituição:
“Talvez eu pudesse imaginá-lo como treinador ou dirigente, mas nunca o imaginei como presidente. Román foi um fenômeno como jogador, nunca vi alguém com essa qualidade como companheiro.”
Não ter findado a sua trajetória profissional no Boca Juniors, aliás, é um dos poucos arrependimentos que Pato carrega. Ele justifica que a saída de Carlos Ischia (técnico da época) praticamente forçou com que ele se transferisse. Na oportunidade, ele veio para o Brasil onde fez 29 jogos pelo Colorado e participou da conquista da Libertadores daquele ano.
“Imagino que estou chutando do gol, que estou acertando ele deste ou daquele jeito… Aquele ciúme que o ex-jogador tem quando vê o campo cheio, os aplausos… E, sinceramente, um pouco de remorso , também, por não ter conseguido se aposentar no clube (…) Tive que ir para o Internacional de Porto Alegre porque o técnico que me trouxe [Ischia] saiu (…) o que por outro lado foi espetacular para mim porque consegui ganhar mais uma Copa Libertadores. Mas eu queria me aposentar no Boca. Tudo isso ficou dentro de mim”, concluiu.
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