Fim de ano no Distrito Federal é sinal de bola rolando e muita emoção no Torneio Arimateia de Futsal. Tradição na capital desde 1979, quando tudo começou valendo uma garrafa de refrigerante e dois pães com mortadela, o evento retorna para a 42ª edição a partir de deste domingo, reunindo mais de 2 mil atletas em 11 categorias para 22 dias de esporte até as finais, no primeiro domingo do ano (5/1), como de costume. O palco da vez será novamente a arena montada no Taguaparque, em Taguatinga, com expectativa de receber 150 mil em 22 dias.
A abertura oficial para começar os trabalhos será neste domingo, às 16h. Atual campeão da principal, o Vila Dimas dará a largada na campanha pelo bi contra o Bayern. Os gols vão começar a sair mais cedo, a partir das 9h, para as categorias baixas. O motivo de colocar a garotada para jogar durante a manhã é fugir da chuva. As partidas vão até a 0h, também com as classes de veteranos e o feminino.
"Faça sol ou faça chuva, a bola sempre rola no Torneio Arimateia. Que essa edição seja novamente um sucesso e a gente passe nossa mensagem de feliz fim de ano para as pessoas. É um dos maiores eventos da América Latina, e digo isso porque não existe em nenhum lugar o futsal realizado no asfalto e que acontece mesmo debaixo d'água", celebra José de Lima Téia, o Arimateia, idealizador e organizador do campeonato.
"Serão quase 150 equipes inscritas, mais de 2 mil atletas, jogadores que jogaram na Europa e vieram para cá. Aumentei dois degraus na arquibancada para vir ainda mais gente. Temos um piso novo para a quadra, então, com a benção de Deus e Nossa Senhora de Aparecida, que eles me deem forças para que tudo ocorra direitinho. Faço hemodiálise duas vezes por semana, está pesado para mim, mas queremos continuar fazendo essa festa e convido todo o público de Brasília, não só de Taguatinga, para comparecer e vir ser feliz", convoca Arimateia.
A edição passada, em 2023, marcou o retorno do torneio após a pandemia. Arimateia dedicou o campeonato aos amigos que, infelizmente, não puderam estar ali para acompanhar a retomada. Neste ano, o pensamento é por outro "irmão do peito" que faleceu antes de poder ver a nova festa no Taguaparque. "Meu grande amigo, Raimundo Nonato, o primeiro árbitro do Arimateia, nos deixou há pouco mais de duas semanas. Ele era uma pessoa muito especial, o responsável por conseguir os melhores árbitros para apitar nossas partidas. O sentimento é todo por ele."
Campeão na área
O Vila Dimas vem com tudo para brigar pelo bicampeonato. Uma das equipes mais tradicionais do torneio, ao lado dos famosos Creyssons e Juventus, o time mira alto. "Nossa estrutura é na humildade, a gente corre atrás de alguns atletas, até profissionais, que já jogaram com a gente e topam vir fazer parte. Existe uma pressão maior por ser o atual campeão. O primeiro passo é classificar, porque pegamos uma chave difícil, mas vamos atrás de levantar o troféu novamente", conta Thiago Magalhães, presidente, técnico e atleta do Vila Dimas em outras categorias.
"O Torneio Arimateia é, para todo mundo de Brasília, seja profissional ou amador, o campeonato que todo mundo espera. É um evento muito importante e que significa muito. Então vamos nessa estrutura, crescendo e contando muito com a nossa torcida, que é muito empolgada e vai fazer uma linda festa", acrescenta Thiago.
Tradição
Muito antes de chegar à 42ª edição, tudo começou na rua de casa, quando José de Lima Téia, o Arimateia, organizou um campeonato com a ajuda dos pais. Quatro times competiam pelo prêmio de dois pães com mortadela e uma garrafa de refrigerante. O vice ficava com um pão e um copo da bebida. Os uniformes eram panos pintados e as traves eram feitas com duas pedras. O importante era a diversão. A quantidade de participantes foi dobrando e o campeonato reunirá mais de 120 equipes no Taguaparque, a casa do evento há 14 anos.
* Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima