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Betinho Marques: 2025 é o ano de botar a cara – No Atlético o insosso tem vida curta*

Que o ano de 2025 do Atlético seja bem mais diferente

Que o ano de 2025 do Atlético seja bem mais diferente  -  (crédito: Foto: Pedro Souza/Atlético)
Que o ano de 2025 do Atlético seja bem mais diferente - (crédito: Foto: Pedro Souza/Atlético)

Dias de paz? No Galo? Jamais. A bola parou de rolar e, diante das férias dos atletas, o recomeço é mais que necessário, é urgente.
Com a saída de Gabriel Milito na penúltima rodada do Brasileirão, após uma derrota para o Vasco e completando 12 pelejas sem vencer, mais uma vez, não foi em 2024 que “rolou” o tal projeto longevo na vida do CAM.
Depois de ter vivido momentos bons inicialmente, e gerado o encantamento dos “militizados”, o modelo de jogo do argentino foi aprendido pelos adversários.

E aí, dois aspectos mataram o processo:
1 – o elenco desequilibrado atrapalhou o treinador em ter alternativas – Fato;
2 – o repertório, quase sem mudanças táticas, fez muita gente questionar a capacidade de mudar o jogo com o “carro andando”. O Galo passou a ser confortável para os adversários. Tinha posse, não infiltrava, não era rápido e, em algum momento crucial, errava.

Ou seja, se faltavam peças para ter variações táticas, o erro de Milito pode ter sido a complacência com as não contratações. Vale lembrar que o modelo de jogo de Gabriel divergia muito das ferramentas que ele tinha. Elas se montaram para o modo “Coudet” de ver futebol. Isso absolvia parcialmente o comandante, mas não o isentava.

Milito e o Atlético

O Atlético de Milito precisava jogar pelas pontas, mas não tinha os “ingredientes”. Houve quem questionasse o posicionamento de Gustavo Scarpa por ter se isolado demais apenas no lado direito do campo e, no meio, ninguém alimentava o ataque fazendo com que Paulinho buscasse o jogo além do seu limite para tentar preencher o espaço. Além disso, o Alvinegro perdeu sua essência. Não havia “Savarinos, Kenos, Marques, Serginhos, Eullers”. Era o “resolve” Hulk para quase tudo.

O time titular tinha bons nomes, mas o elenco era altamente desequilibrado – não tinha reposição no banco. Vivia com a cabeça de Milito nos resquícios de ideias de Eduardo Coudet. Era um Galo de um “Lego” desencaixado entre peças e ideias, uma literal divergência argentina. Talvez, tenha sido esse o maior problema de Milito: ser complacente demais com as pedidas e pouco eficiente na mudança de rota necessária para um time com poucos investimentos na temporada.

Na verdade, sendo justo, o Atlético tinha um time bom e mais alguns poucos substitutos de excelência. Era um time, sem um elenco de recheios, com um grupo curto, para um treinador ainda promissor. Mas de um jogo único e que, ao longo da jornada, sucumbiu pela equipe que tinha ideias que não foi Gabriel que concebeu. Erros? Sim. Milito tem futuro? Sim. Mas, para isso, as lições amargas deverão ser aprendidas. Uma delas é cobrar por peças que não tiver. A outra é que não as tendo, rever rotas é mais importante que assinar um jogo improdutivo para tentar pintar um quadro de Van Gogh e ser “o cara”.

Um Galo sem a cara do Galo

Já nos últimos confrontos, o time da Massa de Gabriel Milito não conseguia penetrar nas defesas adversárias. Fez apenas sete tentos em doze jogos. Sofria os gols muitas vezes com a defesa postada. E, por fim, o término da “feira” foi perder a final da Libertadores para o Botafogo sem saber aproveitar que tinha um atleta a mais. Como se fosse negativo ter onze em campo. Foi um Galo se apresentando com uma postura do amarela de medo, bem diferente do amarelo dourado, aquele da honra e ousadia de Zé do Monte desde a década de 50.

Acreditamos no tempo de trabalho, mas talvez tenha faltado a Milito ser menos “autoral”, ter mais repertório e ter tido mais força para cobrar os “ingredientes” da diretoria, para que pudessem dar equilíbrio ao seu modelo. O Galo nunca pode ser insosso e acomodado, o Galo que conhecemos é impetuoso, ousado e sempre precisa estar pensando antes, além do horizonte, à frente do tempo.

Nova temporada

O ano de 2025 vem aí. Que a gestão dê vida e sabor a este eterno amor do “ser atleticano”. O Galo não sobrevive com gente sonsa e subserviente, o Galo respira sempre do calor do povo, do diálogo e sem “sacanagem”, sempre jogando na bola, com verdade e sem deslealdade.
A Massa não quer celebrar a divisão de culpas de diretoria, treinador e jogadores, a vida passa por celebrar o Atlético. O Galo e a honra sempre andaram juntos, são indissociáveis. Enfim, é ano de todo mundo botar a cara sem melindres e ressentimentos.
Galo, som, sol e sal é fundamental!

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Redação Jogada10
RJ
postado em 13/12/2024 09:03
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