A Fifa oficializou no Congresso Extraordinário virtual realizado nesta quarta-feira o que o planeta bola já sabia: a edição centenária da Copa do Mundo em 2030 será em seis países de três continentes diferentes e a de 2034 retornará ao Oriente Médio.
A Copa de 2030 começará na América do Sul com jogos na Argentina, no Paraguai e no Uruguai; terá jogos na África, em Marrocos; e na Europa, nos vizinhos Espanha e Portugal. A versão seguinte está confirmada para a Arábia Saudita — candidata única a hospedar o megaevento. A última edição, em 2022, foi disputada no Catar. O presidente Gianni Infantino comunicou a decisão por aclamação, ou seja, com aprovação dos 211 países filiados.
Batizada de Celebração do Centenário, a Copa do Mundo de 2030 largará na América do Sul devido ao pioneirismo em 1930. Treze seleções participaram do torneio inaugural. O Uruguai conquistou o título contra a Argentina no Estádio Centenário, em Montevidéu.
O presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) falou em nome dos países das sedes da banda de cá do Oceano Atlântico. "A primeira final se jogou no Centenário (em Montevidéu). Hoje, nós estamos decidindo a sede de uma Copa, a sede do centenário do Mundial. Podemos mostrar ao mundo, como disse o presidente (da Fifa) Infantino, que o futebol nos une. Estamos em uma frente histórica e podemos mostrar um bom trabalho em equipe para fazer história unindo três continentes atrás de uma paixão", disse Alejandro Domínguez.
A primeira partida da Copa de 2030 será justamente no Centenário. A Argentina abrigará um duelo no Montumental de Núñez, em Buenos Aires. O jogo único no Paraguai está previsto para o Estádio Osvaldo Domínguez Dibb. A arena está em construção na capital do país, Assunção.
O centenário da Copa quebrará um recorde. O máximo de países sede são três em 2026, quando Canadá, Estados Unidos e México dividirão a organização do torneio, o primeiro com 48 seleções. Quatro anos depois, a Copa passará pelo dobro de países, ou seja, seis.
No total, a Copa de 2030 será disputada em 23 estádios: os três da América do Sul e outros 20 da Europa: 11 na Espanha, seis no Marrocos e três em Portugal. "Um sonho tornado realidade. Portugal vai receber o Mundial 2030 e encher-nos de orgulho. Juntos!", celebrou Cristiano Ronaldo, jogador eleito cinco vezes o melhor do mundo.
A versão de 2034, a primeira depois do centenário da Copa, estava encaminhada faz tempo para a Arábia Saudita. As contrataçÕes em série de figurões como Cristiano Ronaldo, Benzema e o brasiliense Neymar funcionaram como propaganda e atraíram os olhos da Fifa ao interesse. Vizino do Catar, o pais sentiu-se diminuído pela realizaão da Copa na minúscula nação ao lado. Enciumada, passou a tratar a Copa de 2034 uma obsessão.
Os xeques projetam a realização do torneio em cinco cidades, uma delas eguida praticamente do zero. São 15 arenas nas cidades de Neom, Jidá, Abha, Riade e Al Khobar. O estádio King Salman, em Riade, está definido palco do jogo de abertura e da final.
A futurista Neom, construída no quintal do Mar Vermelho, é alvo de críticas de organizações internacionais de direitos humanos. A Noruega lidera os protestos. A Federação Norueguesa de Futebol (NFF) liderou movimento contra a concessão do Mundial de 2022 ao Catar e repete o discurso em relação a 2034. A entidade explicou em comunicado a recusa a aprovar um processo "defeituoso e incompatível" com os princípios "de responsabilidade, transparência e objetividade" reivindicados pela Fifa.
"Põe vidas em risco e revela a superficialidade dos compromissos da Fifa em matéria de direitos humanos", alertaram ONGs (entre elas a Anistia Internacional e a Human Rights Watch) e representantes de associações de torcedores em um comunicado conjunto.
"Hoje não faltam provas: trabalhadores migrantes explorados e vítimas de racismo, militantes condenados a dezenas de anos de prisão por terem se manifestado pacificamente, mulheres e pessoas LGBTQIA+ confrontadas com uma discriminação legalizada e também habitantes expulsos à força para dar lugar a projetos do Estado", adverte o texto.
O presidente Gianni Infantino tentou amenizar no discurso. "É claro que estamos muito conscientes das críticas e dos temores, mas a Copa do Mundo é um catalisador único que pode ter um impacto positivo nos direitos humanos", argumentou.
Programe-se
Copa de 2026
Onde: Canadá, Estados Unidos e México
Quando: 11/6 a 19/7
Copa de 2030
Onde: Argentina, Paraguai, Uruguai, Espanha, Marrocos e Portugal
Quando: 8/6 a 21/7
Copa de 2034
Onde: Arábia Saudita
Quando: data indefinida