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Betinho: Bloqueados no Oceano Atlântico do Atlético, sem pontas e senhas de acesso

Atl´wetico deixa escapar o título

Atl´wetico deixa escapar o título -  (crédito: Foto: Pedro Souza / Atlético)
Atl´wetico deixa escapar o título - (crédito: Foto: Pedro Souza / Atlético)

Antes que digam ironicamente que “felizes éramos em 2005 com time rebaixado” respondemos: O humilde escriba que vos fala estava lá em toda campanha do rebaixamento. Também na do “levantamento” e em outras milhares de jornadas. É prática, não é discurso. O Atlético se enxerga na excelência, não no rodapé.

Acontece que a certeza de não terem feito tudo ficou evidenciada desde o início do ano, quando os esforços para trazerem peças específicas e avisadas não foram levadas à frente. Um time que, historicamente jogou com pontas, viu Botafogo e Flamengo terem este “artigo” em abundância e evidência e, além de anular o seu DNA, não deu valor para a necessidade do “quebra-linhas” tão necessária para achar espaços tão escassos do futebol moderno.

Mas ainda assim, com aproveitamento irregular o time chegou a duas finais. E no meio da temporada, gritamos novamente, após o sorteio do chaveamento, para reforçarem o time pois valeriam dois mundiais, uma recopa e uma nova participação garantida na competição continental, era possível ajustar. O time tem bons nomes, faltava equilíbrio. Escutamos um silêncio ensurdecedor da inércia e o famoso “não temos recursos”.

Buenos Aires-BH de ônibus

Voltando de ônibus de Buenos Aires, após ir em uma carona na ida de avião, pudemos ver de tudo, todas as senhas e sensações dos apaixonados atleticanos que ficaram praticamente seis dias (ida e volta) dentro dos ônibus para ver o Galo jogar ou hesitar. Mas um desses sentimentos é o mais dolorido: a distância do entendimento do Atlético e suas prioridades por parte de alguns gestores atuais do clube.

Até quando a maturidade de cuidado com uma instituição centenária poderá passar por pequenas birrinhas políticas e atrapalhar o clube? Até quando críticas justas e sensatas receberão retaliações ou bloqueios a torcedores e jornalistas com falas desnecessárias e desconexas?

Não se trata de um danoninho que se conseguiu na padaria, amiguinhos. Não se trata de um mimo, se trata do Atlético, de como democrática e honestamente quem assume a gestão precisa receber cobranças. E, também responder aos seus interessados maiores sem a necessidade de usar os clichês de stakeholders.

Menos marketing e mais Galo

É menos “mindset” e mais comportamento, é menos marketing e mais Galo. É mais sobre dar retorno do que discursos magoados e ressentidos. Até porque todo atleticano, inclusive os que foram e voltaram da aventura de Buenos Aires, querem alguém que lhes represente com menos formalidade e mais verdade e humanidade.

O Atlético de todos não é um açougue, não é uma loja qualquer ou uma fria instituição financeira. Será possível ter maturidade para lidar com o “quente”, com o passional, Juvenal?

O Atlético respira povo, respira respostas, respira erros e acertos, mas não sobrevive à inércia, frieza e “não me toques”. Atlético é isso, é para quem suporta intempéries, mas responde a todos e não somente aos puxa-sacos e amigos de conveniência política.

O Atlético sobrevive de quem assume suas broncas, assim como quem assina suas matérias e é leal nos acertos e erros, mas segue autêntico e frontal, sem a covardia amarela de cada dia. O Galo não é para mimados, o Galo é para gente forjada no sofrimento e que, ainda assim, alegra-se por ser Galo e vive por entender que o amarelo que cabe é o dourado da honra e não o amarelo do medo de encarar seus problemas. Vive de coragem e não de um time com um a mais e deficiente no elenco, anêmico, atônito e sem atitude.

Pelo futuro

O Atlético de amanhã só será melhor se a humildade e as competências se unirem contra o fácil trabalho de só ouvir e ler o que se quer. É hora de descer da rampa, aprender e assumir os erros de 2024 com honra e hombridade, sem perseguição, sem maldade. É hora de manter e pensar na democracia como parceira indispensável do crescimento. Afinal, a torcida do Atlético abriga uma população duas vezes maior que o Uruguai. Há que se ter entendimento do tamanho desse GIGANTE e adicionar maturidade na caminhada.

Infelizmente, não fizeram tudo. Sem pontas, sem coragem e sem a senha de ativação do coração atleticano não vai. Seguimos na estrada, bloqueados por alguns e está tudo bem. Mas eles economizaram no JOGO DA VIDA.

Ops! Dois agradecimentos: um à turma do Artur/Daniel na carona de ida por ar e outro à turma do busão 7 na árdua luta de atravessar a Argentina de ônibus, no retorno, por três dias. Foi por ar e por terra que atravessamos a Argentina absorvendo e contando histórias, mas sobrevivemos.

Galo, som, sol e sal é fundamental!

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Redação Jogada10
postado em 03/12/2024 10:35
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