Esportes

ArgenFogo: escolhidos de Buenos Aires contam as horas por final ?em casa?

Botafoguenses que moram na Argentina mantêm os laços com o Botafogo

Paixões clubísticas desconhecem fronteiras ou limites geográficos. Não há restrição de espaço ou tempo para quem é um escolhido da Estrela Solitária. Principalmente quando é tempo de Botafogo. Em Buenos Aires, sede da final desta edição da Copa Libertadores, no sábado (30), contra o Atlético-MG, não poderia ser diferente. Para reforçar os laços com o Mais Tradicional, manter o engajamento pela causa, formar uma família e continuar respirando o Glorioso, um grupo de alvinegros que mora na capital portenha criou a ArgenFogo, torcida que ganhou evidência no universo preto e branco nas últimas semanas. Afinal, a turma deixará de acompanhar o time de longe para tornar-se anfitriã diante da decisão “em casa”, no Monumental de Núñez.

A expressão “unir o útil ao agradável” nunca traduziu tão bem um momento. Em 2024, o Botafogo, mesmo com um futebol avassalador na América do Sul, não tinha pisado na Argentina. Agora, o Mais Tradicional desembarca no país pela Glória Eterna e para colocar fim à espera da ArgenFogo. A galera conta os dias para sair da frente da televisão e fincar a bandeira no estádio do River Plate, onde o time do técnico Artur Jorge deve figurar como local. Para contar esta história de amor incondicional, nos últimos dias, o Jogada10 ouviu alguns dos seguidores do “Fogón”.

“Sempre fui muito presente em relação ao Botafogo. No Brasil, era sócia e não perdia um jogo. Sentia muita falta de ir ao Estádio Nilton Santos quando vim morar aqui e, muitas vezes, sofri sozinha, em frente a um computador, acompanhando as partidas. Fiquei, então, muito feliz com o anúncio da final. Mas, naquela época, ainda não me permitia a ilusão por tudo o que aconteceu em 2023. Tinha medo de me decepcionar. Depois, virou um sonho. Uma sorte gigantesca. Ainda mais para quem mora perto do Monumental, como eu. É bom também porque não gastamos com hospedagem e avião”, brinca Nathalia Pinheiro, estudante de Medicina e moradora da capital portenha há quase sete anos.

Com a bênção de John Textor

Com pouco tempo de vida, os primeiros primeiros passos tiveram John Textor, sócio majoritário da SAF do Glorioso, como testemunha. Em julho de 2023, o Botafogo teve que ir à cidade de Paraná, na província de Entre Rios, para enfrentar o Patronato, pelos playoffs da Copa Sul-Americana. Gramado ruim, adversário da Série B do Campeonato Argentino, Botafogo com o time reserva… Mas era preciso estar lá e mostrar que o Glorioso tem uma torcida universal. Luiz Gabriel Palassi encarou oito horas de viagem para ver aquela vitória por 2 a 0. Nascia, naquele momento, a ArgenFogo. E com o “aval”, ainda que indireto, do empresário norte-americano.

“Não estava indo ver uma grande exibição. Mas só de ter o Botafogo ali já valia a pena. Fazíamos o pré-jogo em um hortifrúti quando apareceram outros botafoguenses. Aconteceu de tudo. Até a chegada de Textor na arquibancada. Ele é muito resenha. Nos tratou muito bem. Aparecemos, inclusive, juntos, na Botafogo TV. Um dia que não esperava e uma das maiores sensações da vida”, expressou Palassi, um dos líderes da ArgenFogo.

A partir daí, os botafoguenses da Argentina se conectaram por redes sociais para acompanhar as partidas do Botafogo. Juntaram 30 escolhidos por cada jogo e deixaram alguns hermanos sem entender o que estava acontecendo. Agora, sabem que vão precisar de um bar maior para acompanhar o Glorioso de longe.

 Buenos Aires é reduto botafoguense

Na terça-feira (26), na vitória sobre o Palmeiras por 3 a 1, a ArgenFogo reuniu cerca de 1.300 botafoguenses em Puerto Madero, bairro nobre de Buenos Aires. Uma loucura com o resultado. Nesta sexta-feira, na véspera da final, rola mais um evento em Buenos Aires. Ou seja, os alvinegros abraçaram, com todo carinho, o grupo. Nem os próprios integrantes da torcida acreditaram na repercussão. Uma das razões para o movimento cair no gosto popular é o fato de assumir o papel de bom anfitrião. Os donos da casa assumiram a bronca mataram e passaram a ciceronear os torcedores que chegam de todas as partes do Brasil.

“Sabemos os perrengues de estar em um país estrangeiro. Nos prontificamos, portanto, a explicar o câmbio confuso e informá-los sobre aeroporto, tranfer, chip e dúvidas com documentos, sempre indicando pessoas nas quais confiamos. Tem muita coisa para correr atrás. É cansativo e ao mesmo tempo muito prazeroso receber tanta gente”, agregou Nathalia.

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