Futebol

Em Brasília, Cafu pede paciência com os laterais-direitos da Seleção

Presente na Biblioteca Nacional de Brasília no lançamento do livro da companheira Mariah Morais, capitão do penta em 2002 opina que laterais-direitos precisam de sequência e adaptação à Amarelinha

"A Seleção Brasileira precisa de paciência". A recomendação é de Marcos Evangelista de Morais, o Cafu, ex-jogador e capitão do pentacampeonato do Brasil na Copa do Mundo de 2002. O ex-lateral-direito, com 16 anos de experiência vestindo a Amarelinha, esteve na Biblioteca Nacional de Brasília nesta segunda-feira (11). O craque prestigiou a cerimônia de lançamento do livro "Depois do depois". A autora é companheira dele, a jornalista Mariah Morais. 

Questionado pelo Correio Braziliense sobre a dificuldade do Brasil para achar um lateral-direito depois de Jorginho, dele próprio, de Maicon e Daniel Alves pela posição, Cafu foi objetivo. A solução para superar a instabilidade no setor é a paciência. "Estive na Seleção por 16 anos. Por 12 desses, joguei praticamente com o mesmo time. Então, já sabíamos como cada um jogava. Podia entrar qualquer tipo de treinador, a adaptação era mais fácil", explica Cafu. 

Dorival Júnior chamou Danilo e Vanderson para os duelos contra Venezuela e Uruguai nesta Data Fifa pelas Eliminatórias para a Copa de 2026 nesta quinta, em Maturin, e na próxima terça contra o Uruguai, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

"Sou suspeito para falar de lateral. O Brasil tem bons laterais, mas que precisam se firmar, e se adaptar no esquema em que o Dorival vem implementando hoje. Os laterais que vêm jogando agora têm atuado em um esquema tático completamente diferente. E quando você muda esses jogadores de esquema tático radicalmente, requer um pouco de tempo, de trabalho, de comprometimento e dedicação.  Hoje, vejo grandes laterais na Seleção, mas é uma questão de adaptação. Se foram convocados, é porque estão fazendo algo de bom nos respectivos clubes", acrescentou Cafu. 

Também questionado sobre a reforma iminente no calendário do futebol brasileiro para 2025, Cafu diz não acreditar em uma relação entre lesões e excesso de partidas. O tema, assim como no futebol europeu, consta frequentemente na pauta.

Durante os últimos meses, diversos jogadores e treinadores se manifestaram com revolta sobre o assunto. O ex-treinador do Flamengo, Tite; o comandante do Grêmio, Renato Gaúcho; e o atual melhor jogador do mundo, o meio-campista espanhol do Manchester City Rodri, são exemplos.  

"A questão das lesões nós podemos atribuir ao calendário, mas eu não acho que seja algo pertinente. Na nossa época, nós também jogávamos muitas partidas. Corríamos muito, jogávamos Libertadores, Copa América, Mundial, Recopa, Copa Sul-Americana, Champions League, Copa do Brasil, Copa Itália, Campeonato Italiano, Copa Itália... e não tinham tantas lesões como se tem hoje. Eu acho que algo precisa ser revisto em relação aos treinamentos, às preparações, mas não sobre o calendário", opina Cafu. 

"É fato que as lesões aumentaram, mas alguns detalhes precisam ser citados. Muitos campos hoje são sintéticos, por exemplo. Isso é algo que precisa ser revisto, é algo que pode ter impacto nessa questão. Mas acredito, sim, que o calendário precisa ser revisto. O ideal seria um número menor de jogos, para que haja maior tempo de descanso. Vamos ver se essa reformulação do calendário surte algum efeito, também. No fim, existem dois caminhos: ou uma universalização de calendários entre continentes, ou a diminuição de competições e de partidas", acrescentou. 

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima 

Mais Lidas