O único Imperador do futebol brasileiro ganhou uma biografia intitulada “Adriano – meu medo maior”. O livro escrito pelo jornalista Ulisses Neto promove um mergulho nas origens e trajetória do ex-jogador, revelado nas categorias de base do Flamengo, com fortes passagens sobre as maiores batalhas pessoais do ídolo nacional.
A biografia de Adriano chega às livrarias nesta segunda-feira (11) e contará com um evento de lançamento na próxima quarta-feira, dia 13 de novembro, na Travessa do Barra Shopping, na Zona Oeste do Rio. Os interessados em participar da sessão de autógrafos dos exemplares deverão garantir senha a partir das 10h na própria livraria, e o encontro com Imperador está marcado para as 18h.
No livro, Adriano abre o coração e enfrenta seus fantasmas ao falar abertamente – e profundamente – sobre lutas contra o alcoolismo e depressão. O ex-jogador revela, ainda, um episódio de quase ida à reabilitação.
Biografia de Adriano
O ex-jogador nunca fez questão de esconder suas lutas, fragilidades e confortos. Isso, aliás, sempre o aproximou de quem o admira – seja amigo ou fã. Adriano sempre falou sobre o impacto da perda do pai para continuidade no futebol e como retornar às origens, na Vila Cruzeiro, o ajudou com questões emocionais.
Um dos primeiros tópicos abordados por Adriano na biografia trata sobre o alcoolismo. O ‘Extra’ divulgou trechos do livro na manhã desta segunda-feira (11),às vésperas do evento de lançamento.
“Eu chegava em casa e arrumava qualquer motivo para beber. Ou porque meus amigos estavam lá ou porque eu não queria fica no silêncio, pensando merd*, ou para conseguir dormir. Deitava apagado em qualquer canto sem ter nem condição de sonhar. Muita gente usa o futebol como válvula de escape, eu precisava de um escape do futebol”.
“O escape? Minha família. Meu pai. Mas quando olhei, ele não estava mais ali. Uma coisa levou a outra, e a bebida se tornou a minha companheira. Então continuei chegando atrasado nos treinos. O clube tentava passar um pano na imprensa, eu recebia as multas no meu salário e nem me importava mais. Ganhava tanta grana, cara. A primeira multa dói. A segunda, tu fica puto. Na terceira, você já nem liga. E isso vale para os dois lados…”.
Depressão
“Minha depressão tinha chegado a um nível que eu não gosto nem de lembrar. Nada mais funcionava. Mas uma coisa leva a outra, negão. Pra jogar bem, eu precisava de sequência, e eu não tive isso. Para ter sequência, eu tinha que treinar bem, e eu não conseguia manter o foco por muito tempo. Para não beber e não ir para a balada, eu tinha que estar com a cabeça no lugar. E sem jogar nem fazer gol era impossível. Está entendendo o tamanho da cagada? Uma coisa estava ligada a outra”.
Reabilitação
Me disseram: “Adri, antes de mais nada, eu quero te dizer uma coisa. O que está acontecendo com você não motivo de vergonha. Já aconteceu e acontece com muita gente”, o Moratti disse daquele jeito sereno e elegante dele”. “Eu quero te dar uma sugestão. Nós gostaríamos de te mandar para um lugar muito especial”, ele seguiu. Então eu olhei para a minha mãe. Ela arregalou os olhos. Pegou na minha mão. “O doutor Combi vai te explicar os detalhes, para você entender. Ele vai te explicar sobre esse lugar que fica na Suíça. Uma clínica com discrição… Neguinho… eu não entendia aquela conversa”.
“O que eles estavam pensando em fazer? Isso mesmo. Queriam me internar. Falaram que eu deveria passar um tempo numa clínica de reabilitação na Suíça. Eu estava deprimido e não tinha noção das coisas direito. Eu não entendia o que eles estavam falando. Que p…de ideia era aquela de me internar? “Eu não sou maluco, presidente. Com todo o respeito. Mas por que vocês estão querendo me mandar para um manicômio?”, eu falei”.
“Então comecei a me alterar na reunião. Aquela ideia era absurda. Tu já viu isso? Jogador internado em clínica de reabilitação? Put* Merd*”.
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