Cruel com os técnicos, a Série A do Campeonato Brasileiro reserva, nesta terça-feira (25/11), às 21h30, no Allianz Parque, um encontro entre dois dos últimos sete donos da prancheta que suportam a pressão desde a primeira rodada desta edição. Os portugueses Abel Ferreira e Artur Jorge são as mentes por trás do duelo intenso travado por Palmeiras e Botafogo pelo título mais relevante do calendário nacional. Dos times dentro do G-4, somente o Internacional mudou de técnico durante a temporada. O colorado abriu a temporada com Eduardo Coudet e terminará com Roger Machado.
Líder desta edição do Brasileirão pela primeira vez, o Palmeiras é favorito. O maior trunfo é justamente o treinador. Abel Ferreira é o técnico mais longevo entre os 20 elite do país. Chegou em outubro de 2020 e empilhou 10 taças — duas da Libertadores, duas da Série A, três do Paulistão, uma Copa do Brasil, uma da Supercopa e outra da Recopa Sul-Americana. Está a um passo de repetir Muricy Ramalho.
Entre 2006 e 2008, o ex-técnico levou o São Paulo a um inédito tricampeonato consecutivo no torneio mais relevante do Brasil na era dos pontos corridos. De quebra, Abel Ferreira subiria no ranking dos professores mais vitoriosos do torneio. Caso ensaie a companhia alviverde para a vitória nesta terça-feira, encaminhará o terceiro título e alcançará o patamar de Osvaldo Brandão (1960, 1972 e 1973 pelo Palmeiras) e Ênio Andrade (1979 pelo Internacional, 1981 pelo Grêmio e 1985 pelo Coritiba).
O recorde de troféus do Campeonato Brasileiro pertence a Vanderlei Luxemburgo. O “Pofexô” faturou a Série A em 1993 e 1994 com o Palmeiras, 1998 com o Corinthians, 2003 com o Cruzeiro e 2004 com Santos. Ele tem a companhia de Lula no topo. Entre 1961 e 1965, orquestrou o Santos de Pepe, Pelé e Coutinho ao penta consecutivo. Entre 1961 e 1965, orquestrou o Santos de Pepe, Pelé e Coutinho ao penta consecutivo.
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Apesar de projetar a equipe para encarar um Botafogo abalado esportivamente pela sequência de três empates seguidos contra adversários abaixo na tabela, Abel Ferreira pede cautela. “Esta (partida vencida contra o Atlético-GO) era a nossa final. Agora, faltam mais três. Vamos continuar, o jogo mais importante é o próximo, em casa, contra o Botafogo. Conseguimos a mesma pontuação do ano passado, temos que continuar a nos superar. Respeito máximo ao Botafogo e terça-feira é mais uma batalha, faltam três”, salientou o treinador.
Artur Jorge chegou ao Botafogo no mês de estreia do Brasileirão. Não demorou a encaixar o time. O técnico de 52 anos tem um à disposição material humano muito melhor do que os antecessores tiveram. Bancado pelo magnata dono da SAF alvinegra, John Textor, o português programou um time sólido, mas não tão blindado mentalmente. A reta final de temporada do Glorioso preocupa. Perdeu pontos contra adversários inferiores e ameaçados pelo rebaixamento, como Cuiabá e Vitória. Escancarou fragilidade emocional após o empate sem gols contra o Atlético-MG e tirou a torcida do sério contra o Vitória.
O receio botafoguense de perder o título como em 2023 incomoda. Em entrevistas coletivas, Artur Jorge garante não haver trauma. “O Botafogo está muitíssimo bem. Não conseguiu os resultados que queria, infelizmente, mas conseguiu outros anteriores que lhe permitem, nesta altura, não ser ultrapassado. Está igual em termos de condição pontual”, minimizou na coletiva convocada nesta segunda-feira (25/11). “Portanto, isso é apenas algo que querem montar em cima e que, para mim, não entra nem em mim e nem em meus jogadores. Volto a dizer, se vamos ou não conseguir, será outra questão que nós temos que colocar que tem a ver com competência”, analisou.
Sobreviventes
Além de Abel Ferreira e Artur Jorge, a Série A do Campeonato Brasileiro tem cinco técnicos que resistem desde a primeira rodada. No entanto, haverá mais encontro entre eles depois do duelo entre Palmeiras e Botafogo. Segundo treinador há mais tempo no cargo entre times do pelotão de elite do país, o argentino Juan Pablo Vojvoda garantiu o Fortaleza na Libertadores de 2025 e tenta beliscar o título, caso alviverde e alvinegro tropecem.
O Bahia, de Rogério Ceni, mira a classificação à fase prévia da Libertadores. O Atlético-MG, de Gabriel Milito, está aos trancos e barrancos na Série A, mas totalmente concentrado na final da Libertadores no próximo sábado (30/11). O Grêmio tem uma relação de amor e ódio com Renato Gaúcho. O ídolo não deve renovar com o tricolor. Responsável por devolver o Criciúma à elite, Cláudio Tencati ainda busca concretizar o objetivo de manter o campeão da Copa do Brasil de 1991 na primeira prateleira do futebol do país.