OPERAÇÃO DA PF E DO MPDFT

Flamengo indica que não afastará Bruno Henrique, investigado por manipulação de jogos

Agentes da PF e do MPDFT cumpriram busca e apreensão no quarto de BH no Ninho do Urubu. Dirigentes dizem que o atacante não deve ser afastado, pois ainda é suspeito no caso

Jogador Bruno Henrique, do Flamengo, é investigado por suposta manipulação de jogos. Time vê o atleta como suspeito e deve realizar uma conversa com o atacante antes de tomar qualquer decisão  -  (crédito: Marcelo Cortes / CRF)
Jogador Bruno Henrique, do Flamengo, é investigado por suposta manipulação de jogos. Time vê o atleta como suspeito e deve realizar uma conversa com o atacante antes de tomar qualquer decisão - (crédito: Marcelo Cortes / CRF)

O Flamengo indicou, na manhã desta terça-feira (5/11), que não pretende afastar o atacante Bruno Henrique, alvo de uma operação conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

O Correio ouviu dois dirigentes rubro-negros, que afirmaram estar acompanhando a investigação conduzida pela PF e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT, mas destacaram que, por ora, não há intenção de afastar o jogador.

O clube deve convocar o atleta para uma conversa reservada sobre o caso, pois, parte dos dirigentes entendem que BH deve ser tratado como suspeito. O bate-papo também servirá para possíveis sanções ao atacante.

A investigação que culminou na busca e apreensão em endereços ligados ao atacante foi iniciada após a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) relatar que recebeu documentos da International Betting Integrity Association (IBIA) e da Sportradar. Os relatórios apontavam apostas esportivas suspeitas, indicando alta probabilidade de que Bruno Henrique receberia um cartão na partida entre Flamengo e Santos, disputado em novembro do ano passado, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, o que acabou ocorrendo.

Na partida, BH acabou sendo expulso após discutir com o juiz da partida, pela marcação de um amarelo em uma entrada no atacante venezuelano Soteldo, hoje no Grêmio.

Durante o inquérito, os investigadores confrontaram as bets, que apontaram que as haviam sido feitas por endereços e nomes ligados a parentes do jogador e por outro grupo que ainda está sob apuração pelo MPDFT e pela PF. Ao todo, foram emitidos 12 mandados de busca e apreensão em endereços no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, incluindo a residência de Bruno Henrique e de seus familiares.

Operação

Conforme mostrado pelo blog Drible de Corpo, do jornalista Marcos Paulo Lima, além do jogador, também são alvos da operação o irmão de Bruno Henrique, Wander Nunes Pinto Júnior, sua cunhada Ludymilla Araújo Lima, uma prima chamada Poliana Ester Nunes Cardoso e outros suspeitos de envolvimento na fraude.

As buscas ocorreram em locais como a residência dos investigados, na Barra da Tijuca, na sede das empresas DR3 e BH7 — das quais Bruno Henrique é sócio — e no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O Correio ainda não conseguiu contato com os investigados.

postado em 05/11/2024 09:06 / atualizado em 05/11/2024 09:10
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