O asfalto do Autódromo de Interlagos foi renovado por completo após dez anos para receber o Grande Prêmio do Brasil de 2024, mas a mudança não foi motivo de celebração unânime após as primeiras atividades na pista. O recapeamento deixou o trajeto mais rápido, tanto é que o melhor tempo no treino livre já havia superado a marca estabelecida pelo pole position do ano anterior, porém, alguns pontos de irregularidade fizeram os carros “quicarem” e resultou em críticas dos pilotos.
“Os ‘bumps’ não passam do dia para a noite, então não é o ideal. Não sei como as pistas são feitas, mas do jeito que os carros são atualmente todo piloto vai reclamar. Nos carros de anos passados dava para passar, mas os atuais são feitos para serem baixos, é o regulamento, então as outras coisas tem que se adaptar, como as pistas. O jeito que está dificulta para todos e nos coloca em um desconforto físico maior”, reclamou Lando Norris, vencedor da sprint deste sábado (2/11). “Não está bom. O nível de aderência está decente, mas a consistência da superfície está muito pobre. É provavelmente a pior do ano. Acredito que algo precisa ser feito para o ano que vem“, acrescentou Oscar Piastri, segundo colocado na dobradinha da McLaren.
Nas atividades de sexta-feira (1/11), Lewis Hamilton já havia se queixado da situação, quando falou no rádio que estava quicando demais dentro do monoposto da Mercedes e que estava sentindo dor por isso. O atual tricampeão Max Verstappen reforçou o coro do colega e citou a situação como um dos motivos para o desempenho considerado ruim da Red Bull em São Paulo. “Eles fizeram o recapeamento, mas acho que acabaram deixando pior para dirigir. Está extremamente irregular em todos os lugares, isso não é bom para o nosso carro”, disse à imprensa.
As críticas ao asfalto de Interlagos já haviam aparecido no ano passado. Na ocasião, o bicampeão Fernando Alonso, que venceu ambos os títulos da carreira no Brasil, reclamou da presença de pedras na pista e da falta de aderência. “Não está no padrão da F1”, disse na época.
A obra que repaginou o asfalto de Interlagos foi comandada por Luis Ernesto Morales, engenheiro presidente da Comissão Nacional de Circuitos da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).
Independente das reclamações de parte dos pilotos, o cronograma do GP do Brasil segue normalmente, com a classificação da prova principal ainda neste sábado (2/11), às 15h. Depois, será feita uma homenagem a Ayrton Senna, com Lewis Hamilton pilotando a McLaren MP4/5B usada pelo brasileiro no título mundial de 1990. A corrida de domingo (3/11) começa às 14h, com transmissão da Band, BandSports e F1 TV.