FÓRMULA 1

F1: Tudo sobre o GP do Brasil, 21ª corrida da temporada de 2024

Fim de semana no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, terá série de homenagens a Ayrton Senna e previsão de chuva para novo capítulo da disputa entre Max Verstappen e Lando Norris pelo título mundial

Vettel e Hamilton idealizam #ForeverSenna, a escultura de material reciclável comicionada por Vettel e feita pela Pimp My Carroça, representando o capacete em referência aos catadores de lixo -  (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Vettel e Hamilton idealizam #ForeverSenna, a escultura de material reciclável comicionada por Vettel e feita pela Pimp My Carroça, representando o capacete em referência aos catadores de lixo - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

São Paulo – A rodada tripla das Américas não poderia terminar de maneira melhor. Após as paradas nos Estados Unidos e no México, a Fórmula 1 chega neste fim de semana para o Grande Prêmio do Brasil, 21ª etapa de 2024. Queridinha de fãs e pilotos, a bateria no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, desembarca com clima de reta final de temporada, restando apenas mais quatro paradas, e promete emoção dentro e fora da pista com formato de sprint e homenagens a Ayrton Senna. Os primeiros compromissos são hoje, com o único treino livre, às 11h30, seguido pela classificação da prova curta, às 15h30. Amanhã, é vez da sprint em si, às 11h, e do qualy da principal, às 15h. A largada oficial será às 14h de domingo. Band, BandSports e F1 TV transmitem.

Na contagem regressiva para decidir o mundial, apenas quatro pilotos seguem vivos no campeonato. Atual tricampeão, Max Verstappen está isolado na liderança, 47 pontos na frente de Lando Norris. Com 120 pontos ainda em disputa, a vantagem é de 71 e 111 contra Charles Leclerc e Oscar Piastri, respectivamente, mas as chances matemáticas não significam esperança real de título para a dupla. Por isso, os holofotes se concentram na batalha entre o holandês da Red Bull e o britânico da McLaren.

Verstappen tem a liderança em mãos e depende apenas de si para ser campeão. No entanto, Norris pilota o melhor carro e terminou cinco das últimas seis provas na frente do rival. A situação vem fazendo "Super Max" partir para um estilo mais agressivo de pilotagem, tanto é que recebeu 20 segundos de punição na última corrida por jogar o adversário para fora da pista. O tema virou assunto no paddock. O piloto foi categórico: "Já escutei isso antes (mudar estilo de corrida) na minha carreira, mas é meu décimo ano de Fórmula 1, acho que sei o que estou fazendo", disse em tom arisco na coletiva de imprensa.

Do outro lado, Norris não tem mais margem para erro. Ele precisa fazer 12 pontos a mais que o holandês por fim de semana, e assumiu que as disputas roda a roda podem estar passando do limite. "Eu quero uma corrida limpa e justa. Isso é o que eu faço e fiz em toda minha carreira. Não cabe a mim mudar, mas sim o outro lado", respondeu. Com os carros na pista, outra questão para ficar de olho é o novo asfalto em Interlagos, que foi completamente repaginado após críticas no ano passado. Assim, o desempenho dos pneus é uma incógnita no fim de semana, principalmente pelo formato de sprint resultar em apenas uma sessão de treino para coletar dados.

No campeonato de construtores, a disputa toma outro foco. Vindo de duas vitórias seguidas, com Leclerc nos Estados Unidos e Carlos Sainz no México, a Ferrari ultrapassou a Red Bull pelo segundo lugar e disparou na frente da equipe taurina, que acumula resultados ruins com Sergio Pérez e pontua bem apenas com Verstappen. Por isso, os atuais campeões ficam como terceira força no pelotão, enquanto o time de Maranello tem quatro etapas para buscar a McLaren, com 29 pontos de vantagem.

"O campeonato de pilotos é um tiro distante, mas o de construtores apenas depende de nós irmos bem. Em termos de objetivos, é claro para todos que queremos vencer o título e tomara que dê certo", analisou Leclerc.

Legado celebrado

As corridas e disputas no campeonato não são o único destaque do GP de SP. A programação do fim de semana conta com uma série de homenagem ao legado de Ayrton Senna, cuja morte completou 30 anos em 2024. Ontem, a maioria dos pilotos se juntou a Sebastian Vettel, líder dos tributos ao tricampeão, para uma ação com um capacete confeccionado com materiais recicláveis em memória ao piloto. Amanhã, após o fim das atividades em pista, Lewis Hamilton pilotará a icônica McLaren MP4/5B usada no título de 1990 do brasileiro.

"Eu, nunca, em um milhão de anos imaginei que poderia pilotar o carro do Senna aqui. Lembro que, quando alguém entrou em contato e meu empresário me avisou, eu fiquei animado com a oportunidade. Quando eu estava na McLaren tive a chance de pilotá-la em Silverstone, mas só a ideia de dirigir aqui, me lembro da corrida quando ele finalmente venceu no Brasil e levantou a bandeira. Certamente, vai ser uma experiência emocionante", comemorou o heptacampeão.

Sem um representante no grid desde a saída de Felipe Massa, em 2017, o Brasil vive a expectativa em cima de Felipe Drugovich e de Gabriel Bortoleto. O primeiro permanece como reserva da Aston Martin e está de prontidão para colocar o capacete caso Fernando Alonso, lidando com um problema gastrointestinal, seja ausência. O segundo é o líder da Fórmula 2 e tem o nome constantemente vinculado à Sauber, com rumores de um possível anúncio durante o fim de semana em São Paulo. Ainda assim, não há nada sacramentado para que o jovem de 20 anos assuma a vaga.

Depois de Interlagos, a Fórmula 1 retornará em 24 de novembro para outra rodada tripla, com início no Grande Prêmio de Las Vegas. A largada está marcada para 3h da madrugada do próximo domingo. Verstappen lidera o campeonato de pilotos com 362 pontos seguido por Norris (315) e Leclerc (291). A McLaren está na dianteira entre os construtores com 566, enquanto Ferrari (537) e Red Bull (512) surgem logo atrás.

Sprint

Implementadas em 2021, as provas de sprint são corridas curtas, com até 100 km de distância e um terço da duração das etapas normais. Apesar de dividir os pilotos entre os que apoiam e os que criticam, a bateria foi criada com o intuito de gerar mais entretenimento e competitividade.

Serão seis finais de semana de sprint na atual temporada. Além do Brasil, o modelo constou nos GPs da China, Miami, Áustria, Estados Unidos (Austin) e faz parte do cronograma no Catar. Nas etapas com a prova curta, o fim de semana tem um formato com apenas um treino livre, na sexta-feira, assim como a qualificação da sprint. Depois, no sábado, é dia da disputa reduzida e do qualy da corrida tradicional no domingo.

Apenas os oito primeiros pilotos pontuam, com 8 para o vencedor, 7 para o segundo e, assim por diante, até o oitavo ficar com apenas um. Quem fizer a volta mais rápida não ganha a bonificação. Após a sprint, a prova original ocorre normalmente, com o sistema de pontuação tradicional.

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

postado em 01/11/2024 08:38 / atualizado em 01/11/2024 13:05
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