A goleada do Brasil por 4 x 0 contra o Peru, nesta terça-feira (15/10), no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, trouxe boas notícias ao torcedor. Uma delas, no entanto, não ocupou os holofotes com gols ou assistências, mas sim com uma alternativa a mais para Dorival Júnior escalar a Seleção. Titular pela primeira vez com a Amarelinha, o lateral direito Vanderson substituiu o capitão Danilo e teve boa atuação na capital federal.
A escolha em usar o jogador do Mônaco no lugar do veterano foi por característica, como explicou o técnico na entrevista coletiva de segunda-feira (14/10). Nas palavras do comandante, o jovem de 23 anos “tem um poder de ataque interessante”, mas passou o primeiro tempo alinhando com os dois zagueiros para formar uma linha de três e só se lançou na frente em algumas ocasiões da etapa final.
“É uma função que o professor pede. Como atleta da Seleção Brasileira, tenho um comandante, que é o Dorival, e ele me pediu para atuar assim. Acredito que no segundo tempo teve mais espaço, aí aproveitei e consegui chegar mais ao ataque”, respondeu Vanderson ao Correio, na zona mista.
“Eles (Peru) também precisavam do resultado, então quando aparece a oportunidade a gente tem que ser inteligente e aproveitar os espaços. Sempre dá (vontade de subir), mas como atleta a gente respeita as funções de cada um. É normal, é minha característica, gosto de subir, de participar do jogo”, complementou.
A visão geral foi de uma boa primeira vez de Vanderson como titular. Ao todo foram 74 ações com a bola, três desarmes, 89% de aproveitamento no passe, um cartão amarelo falta no meio do campo e boas chegadas ao fundo, entre elas um passe para Igor Jesus por pouco não balançar as redes. Apesar de surgir como uma sombra a Danilo, o companheiro de posição fez questão de elogiar o atleta da Juventus.
“O sentimento que fica é o da vitória, da estreia. O grupo é muito qualificado, independente de quem jogar tem que dar o máximo para a Seleção Brasileira, essa camisa é pesada, representa muita coisa. A substituição (no lugar de Danilo) não é para ser algo grande, acho que é normal, todo mundo tem a oportunidade e o seu espaço. O Danilo é o nosso capitão, nossa referência, principalmente para mim, que sou lateral direito. Então é continuar o trabalho, fizemos um grande jogo e temos que manter essa pegada para os próximos”,
“Ele me passa a vivência do futebol, é um cara que tem 11 anos na Europa, uma carreira incrível, não tem o que falar. É um grande jogador e uma grande pessoa, tem ajudado não só eu, mas o grupo inteiro. É claro que ele tem essa liderança, vai ajudar todo mundo. Eu, por ser da mesma posição, com certeza pego os conselhos de quem sabe, entende e já passou por várias experiências”, acrescentou.
Outro personagem importante, Gerson também assumiu uma vaga no time titular, desta vez no lugar de Lucas Paquetá, suspenso. “Fico feliz pela vitória e pelo desempenho da equipe. Temos que ter pé no chão, fizemos um bom jogo e vamos continuar trabalhando para dar sequência na competição. No futebol não tem como manter o alto nível sempre, existe oscilação, por mais que a gente queira, mas o importante é seguir trabalhando e ter humildade que as coisas fluem”, analisou o jogador do Flamengo.
Já o camisa 10, Rodrygo, que não teve uma grande atuação como costuma fazer no Real Madrid, foi substituído por Andreas Pereira aos 23 minutos do segundo tempo e explicou a decisão. “Eu nunca gosto de sair, mas o Dorival falou que tinha que me tirar porque eu estava pendurado. Mas está bom, a vitória que era o importante. Conseguimos fazer o que o treinador pediu, claro que sabemos que não é nossa melhor versão, tem muita coisa para melhorar, mas nosso objetivo eram duas vitórias nesses dois jogos e conseguimos”, disse o ex-Santos.
O Brasil encerrou a Data Fifa de outubro com duas vitórias, contra Chile e Peru, e é o quarto colocado das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026, com 16 pontos, seis atrás da líder Argentina. A Seleção tem compromisso marcado para 14 de novembro, às 18h, quando visita a Venezuela em Maturin. Cinco dias depois (19/11), encara o Uruguai no confronto direto na Arena Fonte Nova, em Salvador.
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