Dorival Júnior não escondeu a satisfação com a maior vitória à frente da Seleção Brasileira, ao golear o Peru por 4 x 0, nesta terça-feira (15/10), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Para o dono da prancheta, a celebração é ainda maior pelo reflexo dos treinamentos no campo de jogo.
"Fico feliz de modo geral, e não especificamente pelo segundo tempo, que buscamos fazer tudo o que foi trabalhado e treinado", avaliou na entrevista coletiva.
Apesar de fechar a Data Fifa de outubro com 100% de aproveitamento, o treinador da Seleção pede cautela. “Temos que ter a consciência de que é um grupo em formação e carece de ajustes. Não adianta eu falar aqui para ficarem tranquilos que repetiremos essas atuações. A equipe vai oscilar, é um fato isso. Faremos até partidas melhores do que essas. O adversário não teve chance de gols, tivemos retomadas rápidas de bola. Houve situações em que eles não trocaram passes e isso é um ponto positivo. É um processo de oscilação natural. Eu vou entender se novamente tivermos uma recaída.”
É natural que aconteça e vamos trabalhar para diminuir essa condição. Temos que estar preparados para a próxima rodada, que é decisiva para as nossas pretensões. Um jogo na Venezuela e depois com o Uruguai, que é concorrente direto pela vaga. Não me iludo como não desesperei quando as contestações estavam afloradas. Eu sempre posicionei que os treinamentos mostravam algo diferente do que era mostrado nos jogos”, destacou.
Quarto colocado das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, com 16 pontos, o Brasil visita a Venezuela em 14 de novembro, às 17h. Cinco dias depois, encara o Uruguai no confronto direto na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Veja outros trechos da coletiva
“Vínhamos tendo uma sustentação defensiva na maioria dos jogos. O que nos faltava era os ataques em profundidade. Isso não vinha acontecendo. Queríamos muito a bola nos pés do jogador, existia uma aproximação na mesma linha, o que passa uma comodidade ao adversário. A partir da próxima data, temos que trabalhar em cima coletivamente. Foi o que fizemos no CT do Palmeiras, trabalhando muito a infiltração, os movimentos de ataque, o movimento sujo sem que receba a bola e isso nos deu profundidade. Talvez tenha sido o melhor ganho. Danilo também teve boas saídas de bola na última partida. Hoje, com um pouco mais de ímpeto, é natural que a equipe se solte mais a cada momento. Mas volto a falar que ainda temos muito trabalho para continuarmos criando sem sofrer no sistema defensivo. Essa é a busca de equilíbrio que nós queremos.”
Alívio das cobranças?
“Não entendo dessa maneira, não. Não coloco assim. Vivemos no nosso país há algum tempo, um tempo como atleta, outro como auxiliar, outro maior como treinador, e sei o que enfrentaria, as condições que estávamos e as necessidades que tinham que ser feitas. Sabia que teríamos dificuldades e coloquei em algumas oportunidades ao presidente de que não seria um mar de rosas essas mudanças e uma reformulação necessária. Respeitamos muito aqueles que aqui estavam e podem voltar a estar. O que fico feliz é por ver a cumplicidade do torcedor tanto em Curitiba quanto em Brasília. A maneira como nos receberam nos enche de orgulho por vestir a camisa da Seleção. Voltar a ter o respeito no futebol mundial é um desafio para todos nós. Precisamos voltar a resgatar a paixão do torcedor pela Seleção. Vejo isso em todas as cidades e aeroportos a forma como têm nos tratado, a confiança que têm nos passado... Muito por estarem vendo a tentativa de mudar alguma coisa. Mudar para melhor e recuperar a confiança.”
O que teve de melhor
“O gol do Andreas, se avaliarmos o que aconteceu, tivemos a pressão na bola, a retomada dela, a troca de lado, as infiltrações, a equipe adversária tentou uma saída, retomamos por estarmos bem montado na área, a bola bateu nos pés do nosso goleiro, começamos uma reconstrução pelo lado esquerdo, caiu para o direito, a finta do Luiz e a bela finalização do Andreas. Foram coisas trabalhadas. A dinâmica mudou a troca de passes pelo segundo gol que o adversário saiu um pouco mais. No primeiro tempo, era impossível. Precipitamos em algumas situações quando poderíamos ser mais simples.”
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