A partida da 25ª rodada do Brasileirão entre Fluminense e São Paulo, disputada há mais de um mês – em 1º de setembro -, segue rendendo nos bastidores. Nesta sexta-feira (4), o presidente do Tricolor paulista, Julio Casares, ironizou o mandatário do rival carioca (Mário Bittencourt), em entrevista coletiva no CT da Barra Funda.
Em declaração sobre a possível anulação do duelo, Casares respondeu às falas de Bittencourt de que o ‘futebol não pode voltar aos anos 90’.
“Eu vi a declaração do Mário Bittencourt, um amigo, gosto dele como dirigente, mas acho que ele derrapou. Se a gente voltar aos anos anteriores, vamos observar que times subiram para as divisões especiais passando por cima da regra estabelecida. Isso sim seria voltar a tempos atrás. Estamos trabalhando em cima do que a lei nos permite. O São Paulo está lutando porque foi um erro claro de direito. Se não for discutido, vamos anular essa cláusula”, disse, referindo-se à Copa João Havelange de 2000, que o Fluminense disputou após receber convite depois de disputar a Série C em 1999.
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Relembre o que disse Mário Bittencourt, em coletiva na última terça (1º): “Se daqui a pouco começa a acumular pedidos de anulação, de transferências de datas, a gente volta ao futebol brasileiro da década de 90, quando os campeonatos não acabavam. O Fluminense está ciente que todos esses erros, são erros de fato, que acontecem, infelizmente. Temos que discutir a arbitragem, mas sabemos que não há uma má intenção por parte de ninguém.”
Julio Casares quer melhora de arbitragem no Brasil
O presidente do São Paulo prosseguiu, explicando que a ida à Justiça não é algo ‘contra o Fluminense’, mas, sim, a busca por mais qualidade na arbitragem brasileira.
“Não estamos trabalhando contra o Fluminense, estamos trabalhando em favor da arbitragem, do futebol e até da CBF. Está tão clara a catástrofe da nossa arbitragem, que esperamos ter contribuído. Vamos discutir isso nos âmbitos da Justiça desportivos. Contra o futebol seria se fôssemos à Justiça Comum. Por que existe STJD? É para ser exercido. Seria mal para o futebol ir para a Justiça Comum, isso seria levar futebol aos anos 70, anos 60. Ou inverter resultado que deu na regra do jogo, em que você cai de divisão e depois sobe. Isso sim seria voltar para amadorismo, de quem bate na mesa. Por isso criamos uma Liga. E o Mário Bittencourt será muito importante neste processo”, encerrou.
Para Julio Casares, a análise do erro cometido na partida precisa ocorrer. Segundo ele, a cláusula deixa de ser ‘exequível’ ao não ser analisada na partida.
“Se tem um erro de direito tão claro e demonstrado e não analisarem, para que existem esses homens sérios no STJD para analisar isso? É melhor extirpar essa cláusula. Acaba com erro de direito, ela nunca será colocada em prática. Se existe e ficam falando que pode ser um mal para o futebol, então tira a cláusula, ela não é mais exequível. Acho que o Mário derrapou, a vida da gente às vezes a gente erra na emoção”, encerrou.
O caso
O árbitro validou Paulo Cesar Zanovelli validou um gol polêmico do Fluminense na vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, no dia 1º de setembro. Na ocasião, Zanovelli deu vantagem ao Tricolor após uma falta de Calleri em Thiago Santos, mas, na sequência, ignorou que o zagueiro Thiago Silva tocou com a mão na bola. Logo em seguida, Kauã Elias fez o primeiro gol do jogo.
Zanovelli, então, recebeu punição nesta quinta-feira com a pena mínima – 15 dias de suspensão. Leia mais clicando aqui.
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