A sexta estrela está mais perto que nunca. No jogo mais sofrido da campanha brasileira na Copa do Mundo de Futsal de 2024, no Uzbequistão, o Brasil virou para cima da Ucrânia e venceu por 3 x 2, nesta quarta-feira (2/10), para garantir um lugar na final. A seleção pentacampeã mundial jogou novamente desfalcada do craque Pito e perdeu Ferrão por lesão, mas contou com brilho de Dyego para voltar a brigar pelo título após 12 anos, data da última conquista verde-amarela. Com o resultado, o time canarinho aguarda o desfecho de Argentina e França, na quinta-feira (3/10), às 12h, para saber o adversário da decisão de domingo (6/10).
A partida na Humo Arena, em Tashkent, foi diferente do que a equipe comandada por Marquinhos Xavier estava acostumada até então no torneio. Dono da melhor defesa do campeonato, o Brasil não sabia o que era sair atrás do placar, mas o gol ucraniâno no fim da etapa inicial mudou o panorama. Precisando da virada, o capitão Dyego chamou a responsabilidade e participou de todos os gols, com direito a tiro livre restando apenas quatro minutos para sacramentar o placar.
“É uma semifinal de Copa do Mundo, então o emocional tem que estar equilibrado. A gente fala que a emoção e a razão tem que estar equilibrados para tentar executar as coisas bem. A gente não saiu atrás do placar durante a competição e hoje aconteceu, mas soubemos ter calma e tranquilidade para não sair do plano e do propósito que a gente tinha. Esse grupo está de parabéns, merecia estar na final, e a gente lutou muito para estar aqui. Agora é descansar para ver o nosso adversário da grande final”, disse o ala Arthur ao SporTV.
A vitória, no entanto, teve motivos de alerta. Atual melhor do mundo na modalidade, Pito ficou fora pelo terceiro jogo seguido em razão de um problema na coxa direita. Ele terá a companhia de Ferrão no departamento médico, que pediu para sair ainda no primeiro tempo após sentir uma lesão no mesmo local do colega de equipe. Com isso, o único pivô disponível no elenco é Rafa Silva.
O Brasil segue invicto contra a Ucrânia em mundiais, com quatro vitórias e um empate em cinco partidas. Na atual edição da Copa do Mundo, a seleção manteve os 100% de aproveitamento após seis jogos e quer o sexto título na final de domingo, às 12h. O adversário será Argentina ou França, que irão protagonizar uma decisão inédita independente de quem passar.
O jogo
A trave foi a melhor amiga do Brasil na partida. Logo no começo, os ucranianos obrigaram Willian a fazer boa defesa para manter o placar zerado, mandaram bola na trave e tiveram mais volume, com muitas chegadas na frente. O time verde-amarelo, jogando de azul, respondeu com 10 minutos no relógio e abriu o placar com Lino, que aproveitou uma espalmada do goleiro para roubar a bola e mandar para o gol. No entanto, a arbitragem considerou que o lance estava sob posse do arqueiro e anulou o tento.
Com a partida mais equilibrada, o cenário voltou a mudar no final do primeiro tempo. Em uma jogada ofensiva brasileira, Marlon caiu em cima do joelho de Shoturma e o capitão da Ucrânia saiu de maca, em lesão aparentemente séria. Ao invés de sentir a falta do jogador, a seleção europeia foi para cima. Willian tentou lançamento pelo alto, mas a defesa tirou e pegou os brasileiros desorganizados. Cherniavsky precisou apenas cortar para o meio e bateu forte, no canto, para abrir o placar.
Na volta do intervalo, foi vez do Brasil pressionar. Com apenas um minuto, Dyego fez grande jogada na lateral, driblou o adversário e bateu cruzado, a bola pegou no defensor e entrou para igualar a partida. A virada não demorou, novamente com o capitão. Desta vez, a seleção apertou a saída de bola, roubou a posse e Rafa cruzou para Dyego na entrada da área. O camisa 7 dominou de frente para o gol e parou no goleiro na primeira tentativa, mas completou de cabeça no rebote e fez o 2 x 1.
Precisando buscar o placar, a Ucrânia voltou a chegar, com mais bolas salvas pela trave. Guitta entrou na meta brasileira para ajudar na posse de bola e o time canarinho parecia controlar melhor a partida, mas, em uma saída errada, Korsun aproveitou o vacilo de passe de Neguinho, tabelou com Abakshyn e empatou o jogo novamente.
Com o relógio inimigo dos dois times e o Brasil sentindo mais o resultado, os ucranianos apertaram e tiveram uma chance com uma falta perto da área. Porém, a cobrança parou na barreira e armou o contra-ataque brasileiro, mas Melynk fez falta, a sexta da equipe, e concedeu tiro livre para os pentacampeões. Dyego foi para a bola e, mesmo com toque do goleiro, fez o terceiro.
Sem muito tempo para buscar o resultado, a Ucrânia recorreu ao goleiro-linha e encurralou o Brasil, mas sem efetividade até o fim e a partida ficou em 3 x 2.