Gabrielle Jordão Portilho pode transformar a medalha de prata com a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 em Bola de Ouro. Aos 30 anos, a atacante do Corinthians está entre as 30 jogadoras indicadas ao prêmio de melhor do mundo da revista France Football e da Uefa. Embora não seja favorita, a brasiliense quebrou um tabu ao se tornar, ao lado da zagueira Tarciane, as primeiras atletas da América do Sul a concorrer ao título individual.
Estranha no ninho das europeias, Gabi Portilho chega badalada pelos títulos da Supercopa, do Brasileirão e da Libertadores pelo Corinthians. Porém, os títulos nacionais e continentais fazem parte da rotina da atacante. O diferencial na temporada foi o desempenho nos Jogos Olímpicos. A jogadora do Guará foi o talismã da Seleção Brasileira de Arthur Elias, com dois gols e assistência contra a França, além da bola na rede da atual campeã mundial Espanha.
Em 10 de agosto, no dia da prata em Paris, Gabi Portilho falou ao Correio sobre a importância da medalha de prata na Olimpíada para além do aspecto individual. "Espero que a galera tenha visto que o futebol brasileiro tem potência para tudo, que é forte e que tudo isso tenha feito, o Brasil enxergar, apoiar, ter mais investimentos, patrocinadores, porque, a gente fez o que fez, com tudo que a gente tem, imagina se a gente tivesse mais. Temos tudo para ser um país muito potente, subir no ranking, ganhar e conquistar", defendeu.
Ainda que não conquiste a Bola de Prata, a presença entre as 30 melhores jogadoras do mundo faz parte do projeto de expansão do futebol feminino do Brasil no cenário intercontinental. Daqui a menos de três anos, o país receberá a Copa do Mundo delas.
Assim como Vinicius Junior pode encerrar o jejum de brasileiros eleitos melhor mundo no masculino, Gabi Portilho pode derrubar a escrita de 14 anos no feminino com um ineditismo. A Rainha Marta foi eleita seis vezes a melhor do mundo, mas pela Fifa. O prêmio ao qual a brasiliense concorre foi criado pela revista France Football em 2018. A entidade máxima do futebol tem cerimônia própria e, inclusive, rebatizou o troféu de The Best para Fifa Awards. Não há previsão para a realização do evento. Mudanças, como a criação de novas categorias são avaliadas.
A trajetória
Gabi Portilho desembarcou no Corinthians em 2020. Antes, desfilou talento pelo Guará e por outras regiões do Distrito Federal. Em 2011, atuou no futebol local, com experiências pelo Fut Art e pelo Fluminense-DF. O destaque a levou para Santa Catarina, com oportunidades por Olympia, Jaraguá, Joinville, Muller e Avaí/Kindermann. Em São Paulo, defendeu o São José e o Osasco Audax. A única experiência na Europa foi pelo Madrid CFF entre 2015 e 2017. O último clube da brasiliense antes do Timão foi o 3B da Amazônia.
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O debute pela Seleção Brasileira foi em 2012, nas categorias de base, quando participou da campanha de quartas de final da equipe no Mundial Sub-17. Dois anos depois, jogou a versão sub-20 do torneio. O chamado para jogar pelo time principal da Amarelinha veio em 2017. O primeiro título foi o da Copa América de 2022, sob a batuta da sueca Pia Sundhage. A brasiliense ficou fora da Copa do Mundo de 2023 na Austrália e na Nova Zelândia, mas recebeu oportunidade para disputar a Olimpíada na Era Arthur Elias.
A atacante tem possibilidade de erguer o quarto troféu do Campeonato Paulista. O Corinthians enfrentará o São Paulo nas semifinais de 3 e 9 de novembro. Caso avance, enfrentará Palmeiras ou Ferroviária.
As indicadas são…
Bola de ouro
Gabi Portilho (Brasil e Corinthians)
Tarciane (Brasil, Corinthians e Houston Dash)
Barbra Banda (Zâmbia, Shanghai RCB e Orlando Pride)
Aitana Bonmatí (Espanha e Barcelona)
Lucy Bronze (Inglaterra, Barcelona e Chelsea)
Mariona Caldentey (Espanha, Barcelona e Arsenal)
Tabitha Chawinga (Malawi, PSG e Lyon)
Grace Geyoro (França e PSG)
Manuela Giugliano (Itália e Roma)
Caroline Graham Hansen (Noruega e Barcelona)
Patricia Guijarro (Espanha e Barcelona)
Giulia Gwinn (Alemanha e Bayern de Munique)
Yui Hasegawa (Japão e Manchester City)
Ada Hegerberg (Noruega e Lyon)
Lauren Hemp (Inglaterra e Manchester City)
Lindsey Horan (EUA e Lyon)
Lauren James (Inglaterra e Chelsea)
Marie-Antoinette Katoto (França e PSG)
Alyssa Naeher (EUA e Chicago Red Stars)
Sjoeke Nüsken (Alemanha e Chelsea)
Ewa Pajor (Polónia, Wolfsburg e Barcelona)
Salma Paralluelo (Espanha e Barcelona)
Alexia Putellas (Espanha e Barcelona)
Mayra Ramírez (Colômbia, Levante e Chelsea)
Trinity Rodman (EUA e Washington Spirit)
Lea Schüller (Alemanha e Bayern de Munique)
Khadija Shaw (Jamaica e Manchester City)
Sophia Smith (EUA e Portland Thorns)
Mallory Swanson (EUA e Chicago Red Stars)
Glódís Viggósdóttir (Islândia e Bayern de Munique)
Melhor técnico(a)
Arthur Elias (Seleção Brasileiral)
Emma Hayes (Seleção dos EUA)
Filipa Patão (Benfica)
Jonatan Giráldez (Barcelona)
Sarina Wiegman (Seleção da Inglaterra)
Sonia Bompastor (Chelsea)
Clube do ano
Barcelona
Chelsea
Lyon
PSG
NJ/NY Gotham FC
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