Com 100% das urnas apuradas, Marco Antônio La Porta e Yane Marques foram eleitos, nesta quinta-feira (3/10), presidente e vice do Comitê Olímpico do Brasil (COB) pelo próximo quadriênio, até os Jogos de Los Angeles-2028.
Marco Antônio La Porta e Yane Marques desbancaram a candidatura de reeleição de Paulo Wanderley, ao lado do vice Alberto Maciel Júnior. Paulo Wanderley estava à frente do Comitê Olímpico do Brasil desde 2017 e poderia completar 11 anos no cargo, em caso de vitória.
A vitória de Marco Antônio La Porta afasta um risco de judicialização da eleição. Havia possibilidade de o resultado se arrastar em caso de reeleição de Paulo Wanderley diante de possível terceiro mandato, vetado por lei.
Paulo Wanderley se candidatou sob a justificativa de que ascendeu ao cargo em 2017 como “tampão” após a renúncia de Carlos Arthur Nuzman. Em 2020, foi eleito ao lado do próprio Marco La Porta.
Os artigos 18-A da Lei Pelé (nº 12.868/2013), 36 da Lei Geral do Esporte (nº 14.597/2023) e o próprio estatuto do COB são contra gestões acima de oito anos. Descumprimento resultaria em perda de verbas públicas, como das loterias e o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
A chapa da oposição comemorou a vitória com 30 votos, cinco a mais do que os obtidos por Paulo Wanderley e Alberto Maciel Júnior. Em entrevista ao Correio antes da eleição, Marco La Porta ressaltou de mudança no poder na entidade. "O COB precisa ter uma gestão mais moderna, de uma oxigenação, vem com essa gestão há sete anos, com erros e acertos. Fiz parte dos dois mandatos do presidente Paulo Wanderley. Pude, de dentro do COB, acompanhar as necessidades. A gente percebe que o resultado esportivo teve um bom ciclo em Tóquio, mas em Paris parou de crescer", avaliou.
“Precisamos ter investimento mais assertivo. Visualizamos ter uma proposta de um investimento no esporte de uma maneira que possa refletir no resultado, sabendo que há uma grande lacuna no desenvolvimento. Precisamos bater melhor e investir nessa área, pois os atletas de Paris e Tóquio são os mesmos. Não temos muitas renovações aparecendo para Los Angeles”, completou.
Medalhista de bronze do pentatlo moderno nos Jogos de Londres-2012, Yane Marques é a primeira mulher eleita a um grande cargo de direção no Comitê Olímpico do Brasil. "É ocupar esse espaço não pelo simples fato de ser mulher. A minha trajetória me trouxe até aqui. Estou muito feliz com a possibilidade de escrever o meu nome no livro da história do esporte do Brasil. Mais do que isso, quero escancarar essa porta para que muitas outras se encorajem e entendam que esse espaço nos cabe", ressaltou.
“Conto as horas para isso acontecer. Tenho certeza de que outras virão. Daqui a pouco, não contaremos mais quantas mulheres fazem parte da cúpula e dos cargos de liderança. Pelo que sinto e acredito, essa história vai se naturalizar”, projeta Yane Marques.
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