Após 51 jornadas, o ano de 2024 atleticano começou com a insatisfação da Massa com o treinador Luiz Felipe Scolari. O pentacampeão mundial ficou apenas por dez pelejas, nas outras 41 partidas Milito comandou o Atlético. Com 54,9% de aproveitamento no ano, neste momento, para ter aprovação, ao contrário das medições das escolas tradicionais, 60% não são a garantia de alegria. Milito com 41 jogos tem praticamente o mesmo aproveitamento do Atlético na temporada, são 54,4% de eficiência.
O problema – A Defesa “eletrocardiograma”
Com Gabriel Milito, o Galo sofreu 50 gols em 41 jogos. Uma média de 1,22 gol/jogo. A proposta inicial do treinador argentino rompeu e encantou inicialmente o torcedor, afinal, o Galo ia para cima, jogava com a posse da pelota e na primeira dezena de jogos tudo funcionava, havia gols e criatividade.
No entanto, no jeito Milito havia um contraponto ao resultado de sucesso atleticano recente de 2021 que passava por uma solidez do sistema defensivo. Com menos de um gol sofrido por jogo naquela épica temporada, o Galo se acostumou a ser pouco vazado. Até mesmo o questionável Felipão de 2023 teve na sua era, como maior mérito, a defesa ajustada, inclusive, foi a melhor do BR23. Mas o jeito de jogar do gaúcho não agradava.
Com o desequilíbrio do elenco, as convocações para as seleções e as várias lesões houve uma grande ruptura de parte dos “Militizados”. O Atlético sofreu goleadas desmoralizantes contra grandes rivais que seriam os principais e “abriu precedentes” que tiraram o medo dos adversários e geraram desconfiança do torcedor. Resultado: Milito perdeu parte da popularidade com a Massa.
Futebol é confiança
Criticado pelo desempenho e resultados, o comandante atleticano se dobrou em algumas convicções e organizou o time no último recorte de cinco jogos até a partida contra o Bahia. Bem postado, o Atlético se ajustou defensivamente e até o embate contra o Tricolor do Nordeste no último domingo (15/9), tinha jogado cinco partidas vencido três, empatado uma e perdido apenas uma peleja. Fazendo cinco gols e sofrendo apenas quatro tentos, Milito eliminou o time do São Paulo com consistência e inteligência. Parecia que o gráfico do “eletrocardiograma” ia se estabilizar, mas…
Elenco desequilibrado
Necessitando poupar atletas para o duelo das quartas de final, o Atlético levou um time alternativo para enfrentar o Bahia e foi presa fácil, 3 a 0 para o Tricolor de Aço e a constatação: falta opção, falta qualidade no banco atleticano.
Sim, o Galo tem um time bom, mas não tem um elenco que suporte a necessidade solicitada por três competições difíceis. A ratificação disso ocorreu na derrota contra o Fluminense no jogo de ida das quartas no Maracanã: Milito só mexeu em duas peças, deixando de “gastar” três atletas que viajaram e não foram utilizados.
Perto de decidir sua vida em 2024, pensando na montagem do elenco para 2025, o Atlético monta seu planejamento, mas não sabe dizer ainda ao certo se vai “passar de ano”. Uma coisa é certa: alguns planos de estudo precisam de remodelação:
– O elenco que explora intensidade pelas pontas não tem pontas “prontos”, precisam ainda de quilometragem e estofo Alisson e Palacios;
– Parte dos atletas acima de 30 anos aumentam bem a idade média do elenco, o grupo perde intensidade e a gestão não consegue comercializar tais ativos;
– a base que precisa equilibrar o time, ajudar “no talento” a lapidar peças que ninguém vê, não consegue passar segurança ou fornecer talentos ao time profissional. Ou seja, não se pode contratar e não se pode buscar na “prateleira” do clube.
Desta forma, para um clube que está fora do centro financeiro Rio-São Paulo, o ciclo torna-se vicioso e cheio de “ocos”. A base não forma, o elenco envelhece, a SAF quer enxugar gastos e rombos antigos e a torcida é que chora e paga a conta.
“Correndo erradamente”
Passar de ano com “sessentão da Massa” pode acontecer. O Galo pode até levantar alguma taça em 2024, mas assim como não está tudo errado, mesmo vencendo algo, o Atlético precisa parar de “correr errado” gastando a pouca energia lutando contra moinhos de vento. Não há mais tempo para se viver de metaversos.
Sendo a justificativa o “não pode gastar”, a gestão da SAF atleticana precisa utilizar bem os recursos que têm e contratar certo. Se está fora do eixo, precisa ter a melhor base do Brasil. Não há NFT ou tecnologia que façam milagre se não houver pilares firmes do futebol.
No terceiro bimestre não deu para o Galo passar, que seja então no “conselho de classe” do quarto bimestre pedindo um ponto chorado, ou mesmo na recuperação, mas que o Atlético seja aprovado. Tá quase na hora do último boletim chegar e quem vai assinar?!
Galo, som, sol e sal é fundamental
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