ESPORTES OLÍMPICOS

O 'Efeito Rebeca' no Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística

Maior medalhista olímpica do país mobiliza caravanas em direção ao Campeonato Brasileiro na Paraíba e inspira atletas no primeiro torneio pós-Jogos Olímpicos de Paris

Nem só de Olimpíadas vive Rebeca Andrade, maior medalhista do país no evento, com seis. Todo o talento da paulista de Guarulhos será exibido a partir de sábado (21/9) no Campeonato Brasileiro de ginástica artística, no Ginásio Ronaldão, em João (PB). A nova edição do torneio nacional ganha mais visibilidade por ser a primeira da estrela após as conquistas dos quatro pódios da atleta do Flamengo nos Jogos de Paris-2024 — um ouro, duas pratas e um bronze — e pela quantidade de jovens inspiradas na estrela e de fãs mobilizados para assisti-la. Nesta sexta-feira (20/9), às 13h, os homens entram em ação nas classificatórias.

O Brasileiro no Nordeste pode fazer parte do início da turnê do adeus de Rebeca ao esporte. Em 5 de agosto, após desbancar Simone Biles e faturar o ouro no solo, a queridinha do Brasil havia assegurado não disputar mais essa prova. Motivo: extremo desgaste. Possível retorno seria somente a pedido da comissão ou em caso de necessidade. Em seguida, fez suspense ao ser questionada sobre participação nos Jogos de Los Angeles-2028.

"Não (conheço Los Angeles), mas vou antes da Olimpíada. Não sei se estarei (para a disputa). Acalmem-se, gente", pediu aos jornalistas na sala de imprensa da Arena Bercy. Em meio ao início do novo ciclo, novas Rebecas são lapidadas. E o Campeonato Brasileiro é a melhor oportunidade, embora a estrela não veja assim. "Espero uma nova pessoa, com a personalidade dela, do jeito dela, porque somos diferentes. Espero que seja gigante também. Tenho certeza de que, quando eu passar, ela vai merecer", discursou, após fim da trajetória em Paris.

O "Efeito Rebeca" e a relevância da competição têm provocado mobilizações pelo Nordeste. "A gente ficou sabendo que estão sendo organizadas caravanas de outros estados. O ginásio é grande e temos certeza de que estará repleto de entusiasmo e do calor humano do público nordestino, o que vai tornar essa competição especialíssima", comenta Robson Caballero, coordenador do comitê técnico da ginástica artística masculina da Confederação (CBG).

Coordenadora do comitê técnico da artística feminina, Adriana Alves também está otimista. "Temos uma geração completamente inspirada e empolgada com esse fenômeno que é Rebeca Andrade. Ao mesmo tempo, sentimos esse orgulho gigante pela conquista dessa medalha olímpica na disputa por equipes, que nossas ginastas brilhantemente alcançaram. Há pouco tempo, isso era apenas um sonho. Nossas ginastas transformaram isso em realidade", ressalta.

Além de Rebeca Andrade, a disputa feminina coloca em cartaz outras medalhistas olímpica, como Júlia Soares (Centro de Excelência em Ginástica do Paraná) e Lorrane Oliveira (Flamengo), bronze por equipes em Paris-2024. Também rubro-negras, Flávia Saraiva e Jade Barbosa são ausências. Flavinha se recupera de cirurgia de lesão no ombro. Jade foi poupada, mas viajou com a delegação carioca à Paraíba. A competição masculina tem como protagonistas Arthur Nory, do Pinheiros (SP) e bronze na Rio-2016, e Diogo Soares, flamenguista finalista em Tóquio-2020 e Paris-2024. O canal do Time Brasil no YouTube transmite. A partir de sábado, o SporTV2 faz a cobertura. Na manhã de domingo, as finais passarão na Globo.

Diferentemente do Troféu Brasil, o Brasileiro terá provas por equipes, individual geral e aparelhos com 90 atletas de 13 clubes em ação. O torneio foi inaugurado em 17 de setembro, com as disputas infantis. O Distrito Federal não tem representantes na categoria adulta, mas subiu ao pódio com o terceiro lugar do time masculino do Setor Leste, com os títulos de Henzo Lopes na barra fixa da categoria sub-12 e de José Pereira, na sub-12.

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