Futebol candango

Novo técnico do Gama, Glauber Ramos quer título em 2025 por calendário

Em entrevista ao Correio, treinador nascido no Gama, com licença para trabalhar na Europa e experiência na Série A à frente do Goiás admite nova ordem do DF: "O tempo de duas equipes dominando acabou"

O Gama não vai esperar o resultado das eleições em 15 de novembro, data do aniversário do clube, para planejar a temporada de 2025. Recordista de títulos do Campeonato do Distrito Federal com 13 troféus, a diretoria iniciou o projeto pela 14ª taça e pelo retorno ao calendário nacional em 2026 anunciando Glauber Ramos como novo técnico alviverde. A escolha do presidente Wendel Lopes foi publicada nas redes sociais do time.

Nascido no Gama, Glauber iniciou a carreira na base do clube e passou pelo Palmeiras. No Distrito Federal, comandou plantéis sub-20 do Brasiliense, Gama, Brasília, foi assistente e teve oportunidades em carreira solo no Grêmio Anápolis, no Goiás na Série A do Campeonato Brasileiro, no Vila Nova, no Trindade e no Goiânia.

Em entrevista ao Correio Braziliense, Glauber Ramos falou sobre a escolha por assumir o elenco profissional do Gama depois de um longo namoro. “Recebi um convite no ano passado, porém tinha outros compromissos já acertados e esse ano, após muita conversa e apresentação de um planejamento, chegamos a um acordo e já estamos nos movendo para montarmos uma equipe forte”, disse Glauber Ramos.

Depois de uma longa temporada no futebol goiano, o treinador decidiu voltar para casa. “Pesou também o desejo de ficar um pouco próximo de familiares e amigos, apesar de estar trabalhando por muito tempo no Estado de Goiás, que é próximo de casa. Nada se compara a estar literalmente em casa, e o desejo de fazer parte da estruturação do clube que dei os primeiros passos no futebol também foi um aspecto relevante. Já estava encaminhando algumas situações aqui para o ano que vem, até com calendário, porém optei por disputar o estadual em casa, creio que Deus preparou esse momento”, ponderou.

Glauber Ramos faz do seleto grupo de técnicos nascidos no DF com curso de treinador reconhecido pela CBF no currículo. “Concluí a licença Pro homologada na Conmebol que me credencia a trabalhar até na Europa. O futuro a Deus pertence, sempre fui a favor dos estudos, sou considerado um treinador estudioso e me orgulho disso”, afirma.

O técnico é um dos principais defensores da academia. “Não há outro caminho para melhoria do futebol nacional que não seja a junção de práticas acadêmicas. O futebol evoluiu muito, por isso não podemos parar no tempo. Evoluir é necessário”, defende.

O calendário do Gama em 2025 é curto. O time disputará apenas o Candangão. Há obrigação de ser no mínimo vice-campeão distrital para abrir calendário em 2026 e disputar Copa do Brasil, Copa Verde e Série D do Campeonato Brasileiro. “Precisaremos estar disputando o título para conquistar o calendário. Assim, não poderemos abrir mão de pensar no título. Será uma caminhada longa, com desafios enormes, equipes bem estruturadas, algo que deixa o campeonato atrativo também”, elogia.

O comandante alviverde estava no futebol goiano, mas não desplugou dos acontecimentos no Distrito Federal e está consciente das dificuldades no Candangão. “Os tempos de apenas duas equipes dominando o campeonato acabaram, agora temos clubes fortes com os mesmos objetivos”, reconhece. Maiores vencedores do futebol do DF, Gama e Brasiliense disputarão apenas o Candangão em 2025. Os representantes na Copa do Brasil, na Copa Verde e na Série D serão o atual campeão Ceilândia e o vice, Capital.

Glauber Ramos tem atração por camisas verde. Além da história no Gama e do bom trabalho no Goiás, ele tem história no Palmeiras na época em que o time paulista tinha parceria com a Parmalat. “Quando cheguei (ao Palmeiras) era o Otacílio Gonçalves (técnico) e depois o Luxemburgo. Eu tinha idade de sub- 20 (juniores na época) e aspirantes, geralmente completava treinos com os profissionais. Encontrei o Luxemburgo no Vasco x Goias da série A em 2020 e conversamos. Ele me parabenizou por ter me tornado treinador, foi um momento especial”, recorda o treinador do Gama.

Deu tempo até de comemorar título no Palestra Itália. “Sou campeão Paulista de 1993 sem ter entrado em campo (risos), mas adquiri muita experiência em conviver com Edmundo, Zinho, César Sampaio (com quem as vezes encontro e mantemos uma certa amizade)”.

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