Após nove etapas, chegou a hora de decidir as majestades do mar. A partir de hoje, os cinco melhores surfistas do mundo se lançam nas ondas de Lower Trestles, na Califórnia, para o WSL Finals, a decisão da Liga Mundial de Surfe. Manda-chuva da modalidade na última década, a Brazilian Storm tem como representante a grife de medalhistas olímpicos. Prata em Paris-2024, Tatiana Weston-Webb mira o primeiro troféu do Brasil entre as mulheres, enquanto Italo Ferreira, ouro em Tóquio-2020, busca o bicampeonato masculino.
A tendência é que as disputas sejam feitas todas nesta sexta, a partir das 11h30, mas, se não for possível devido à condição das águas, a data limite é 14 de setembro. Inaugurado em 2021, o formato de Finals classifica os cinco melhores surfistas da temporada, considerando a pontuação feita ao longo das etapas, para surfar em esquema de mata-mata.
A primeira bateria é entre o número 4 e 5 do ranking mundial, com prioridade de onda para o mais acima na tabela. Quem avançar enfrenta o terceiro em uma outra prova, com preferência novamente para o melhor, e assim em diante até o fim. A decisão, porém, é feita no esquema de melhor de três.
Embalada pelo desempenho nas Olimpíadas, Tati busca se tornar a primeira brasileira a vencer no feminino. A classificação para Trestles foi suada, conquistada apenas na última etapa, na qual a surfista precisava beirar a perfeição. Assim ela fez. Agora ela surfa para fazer história.
"Minhas expectativas para as Finals estão bem altas. Tenho trabalhado muito, tanto física quanto mentalmente, para chegar neste momento e me sentir preparada para dar o meu melhor. É uma oportunidade incrível poder disputar o título mundial e estar entre as 5 melhores surfistas do mundo! Estou focada em manter a consistência nas minhas baterias, sei que será uma competição acirrada, mas estou determinada e pronta para enfrentar mais essa etapa. Além disso, o apoio da torcida brasileira é uma motivação a mais pra mim, quero representar o Brasil da melhor maneira possível", disse ao Correio.
Classificada em quinto, Weston-Webb vai precisar remar e passar por todas as fases se quiser ser campeã. O primeiro compromisso é contra a australiana Molly Picklum, que enfrentou a brasileira na primeira fase dos Jogos de Paris e foi eliminada. Outro desafio será o próprio mar na praia californiana, longe do estilo preferido de Tati. Trestles tem ondas pequenas e médias, propícias para manobras de borda, distante dos tubos que o público se acostumou a ver em Teahupo nos Jogos.
Se passar por Picklum, a medalhista de prata em Paris encara Brisa Hennessy, de quem venceu na semi olímpica em bateria com problema de interferência na prioridade. Depois viriam as estadunidenses Caroline Marks, atual campeã da WSL, e Caitlin Simmers.
Italo Ferreira é o responsável por tentar manter o domínio verde-amarelo. O Brasil é o atual pentacampeão da WSL na categoria masculina, com o bi recente de Filipe Toledo, dois títulos de Gabriel Medina e a conquista do próprio Ítalo, em 2019. Se aumentar o recorte, o único intruso na hegemonia brasileira na última década é John John Florence, campeão em 2016 e 2017.
Vencedor da etapa de El Salvador e vice em outras, Florence esteve entre os primeiros do ranking na maior parte do ano e terá a preferência na decisão. O primeiro adversário de Italo é Ethan Ewing e depois, se passar, Jack Robinson. Depois seria contra Griffin Colapinto, vencedor da etapa de Fiji, a mais recente, e por último John John.
*Estagiário sob a supervisão de Victor Parrini