A passagem do ex-diretor de futebol do Vasco, Alexandre Mattos, foi curta. Permanecendo apenas 101 dias, o ex-funcionário, hoje no Cruzeiro, relembrou em entrevista sua passagem por São Januário.
Ao “Charla Podcast”, Mattos fez revelações sobre os problemas que encontrou no curto período pelo Cruz-Maltino. Ele lembrou da relação ‘estranha’ com os sócios da 777 Partners, mas aproveitou para elogiar a grandeza do clube e de seus torcedores, lamentando o passado recente do Vasco.
“Foi curto, mas foi ótimo, porque comprovei que é um time gigantesco e tem uma torcida espetacular. Não deveria ter passado nem um décimo do que passou nos últimos anos. O que aconteceu no Vasco é que eu não consegui trabalhar, não da maneira que eu fui comunicado que seria. Se não eu não teria nem ido. Muitas coisas que aconteceram não tinham minha aprovação, o chefe falava ‘é isso que a gente quer’ e isso acontece. Quando cheguei, me disseram que precisavam da minha experiência, porque estavam chegando no mercado sul-americano. A totalidade da 777 ficava na Europa, mas o futebol brasileiro tem uma particularidade”, avaliou.
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Mattos também falou sobre o presidente Pedrinho. À época em que assinou contrato, lidava especialmente com os funcionários da 777, visto que a empresa ainda detinha controle sobre o futebol do Vasco. Ele revela que pedia a aproximação do mandatário. Os norte-americanos, porém, não aceitavam a sugestão.
“Outra coisa que foi muito duro. Eu tinha um relacionamento bom com o Pedrinho, eu falava para trazer ele e falavam que não podiam. Eu tinha que obedecer. A gente precisava trazer um pouco dessa paixão vascaína para dentro, estava muito frio aquilo ali. Eu não sei o que a empresa queria. Eu fui com uma expectativa muito grande, mas atado, não tinha caneta”, revelou.
E Ramón Díaz?
Quanto ao ex-técnico Ramón Díaz, que deixou o clube pouco depois de sua saída, Mattos relembrou a relação. Ele afirmou que sempre foi bem tratado pelo argentino, que reclamava de promessas não cumpridas.
“Quando o Ramón (Díaz) chega, é para o Vasco não cair. Vira o ano, é um Vasco para brigar por títulos e não estava pronto para isso. A renovação dele não fui eu que fiz e ele me dizia coisas que foram prometidas que não foram cumpridas. Por exemplo, as escolhas de jogadores. Ele tinha um perfil, conseguiu convencer um ou outro, mas nem todos. Ramón sempre me tratou bem. Gostei muito do Ramón e do Emiliano, do jeito que eles lidam, do trabalho”, afirmou.
Nos seus 101 dias de Vasco, Alexandre Mattos gastou R$ 120 milhões em reforços, distribuídas em nove contratações: Keiller (goleiro), João Victor, Rojas (zagueiros), Victor Luis (lateral-esquerdo), Sforza, Galdames (volantes), Adson, David e Clayton Silva (atacantes).
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