Os fãs mais apaixonados se acostumaram com o lema “setembro sempre chega”, e ele chegou: após quase sete meses de espera, a NFL está de volta. A maior liga de futebol americano começa, nesta quinta-feira (5/9), com 32 times partilhando o sonho de estar em New Orleans em 9 de fevereiro para o Super Bowl LIX. Apesar de ter “americano” já no nome, o esporte está cada vez mais mundial e neste ano terá um toque brasileiro dentro e fora de campo.
A partida inaugural coloca o atual campeão Kansas City Chiefs frente a frente com o Baltimore Ravens, às 21h20, no Arrowhead Stadium. Se já não bastasse ter um confronto entre duas das melhores equipes da liga logo na abertura da temporada, o jogo ainda é uma nova oportunidade dos quarterbacks Patrick Mahomes e Lamar Jackson medirem forças. Principais rostos da NFL desde a aposentadoria de Tom Brady, a dupla é protagonista de uma batalha a parte que define a régua do quão bom um time pode ser.
Semelhante ao que ocorre no futebol da bola redonda, os craques são a peça chave para muitas equipes vencerem campeonatos. Nos seis anos desde que Mahomes foi selecionado no draft, o Chiefs venceu o Super Bowl três vezes e é novamente o favorito para erguer o troféu Vince Lombardi. Do outro lado, Lamar deu status de potência ao Ravens, mas ainda não chegou na grande decisão. Tudo passa pelos quarterbacks.
Exemplo claro disso está nos prêmios. Desde 2013, apenas atletas da posição foram nomeados melhor jogador da liga (MVP), inclusive os craques de Kansas City e Baltimore, duas vezes cada. Além disso, o MVP do Super Bowl foi um quarterback em sete das últimas dez ocasiões. O jogo passa por eles, como era com os clássicos camisas 10 do futebol.
Responsáveis por dar passes e controlar o ritmo do ataque, o desempenho de um time depende muito da atuação do jogador central. Outro favorito, o San Francisco 49ers ainda dependia de encontrar o nome certo para exercer a função e liderar a franquia, mas encontrou em Brock Purdy a solução. Escolhido na última seleção do draft, o azarão mostrou que pode fazer frente aos adversários e foi candidato a MVP em 2023.
Por isso, as equipes apostam em jovens quarterbacks para mudar os rumos e ampliar os horizontes para o futuro. Deu certo para times como Philadelphia Eagles, com Jalen Hurts, Houston Texans (CJ Stroud), Green Bay Packers (Jordan Love), Cincinnati Bengals (Joe Burrow), Miami Dolphins (Tua Tagovailoa), Buffalo Bills (Josh Allen) e Dallas Cowboys (Dak Prescott), todos no páreo pelo título e com estrelas selecionadas via draft.
Ainda assim, os veteranos também não ficam de fora. O quarentão Aaron Rodgers, de volta após romper o tendão de aquiles na última temporada, é a esperança do New York Jets para subir de nível. Jared Goff se reencontrou no Detroit Lions, finalista de conferência no ano passado, e a dupla Russell Wilson e Kirk Cousins quer fazer o mesmo ao respirar novos ares com Pittsburgh Steelers e Atlanta Falcons, respectivamente.
Porém, toda regra tem sua exceção, então bons quarterbacks nem sempre tem bons times para comandar, casos de Justin Herbert no LA Chargers. Para quem tem calouros no comando, o céu é o limite e os olhos estão para o futuro, exemplo de Chicago Bears, New England Patriots, Carolina Panthers e Washington Commanders.
E o Brasil?
Se o assunto é esporte, sempre tem um brasileiro no meio. Na NFL, o representante do país é Cairo Santos, kicker do Chicago Bears. O paulista de 32 anos é o responsável por chutar a bola para colocá-la em jogo e marcar pontos, seja em field goal (vale três) ou extra point (vale um após o touchdown). Na liga desde 2014, quando se juntou ao Chiefs, o atleta do Brasil se tornou um dos mais confiáveis na posição, com mais de 90% de aproveitamento nas últimas duas temporadas. Foram 35 acertos em 38 tentativas em 2023, com os erros sendo apenas em chutes de mais de 40 jardas.
Mas a presença verde-amarela não para por aí. Pela primeira vez na história, um país da América do Sul vai receber uma partida da NFL. Amanhã, às 21h15, a Neo Química Arena, em São Paulo, é palco para Philadelphia Eagles e Green Bay Packers. O passo é mais um da expansão mundial feita pela liga, que também fará três compromissos em Londres, Inglaterra, e outro em Munique, na Alemanha.
Como funciona a NFL
A liga é dividida em duas conferências, AFC e NFC. Antes, eram competições separadas e se juntaram, no final dos anos 1960, para formar a NFL e a Era Super Bowl. Em cada lado estão 16 franquias, separadas em Norte, Sul, Leste e Oeste, com quatro times em cada.
Existem três horários nobres de transmissão dos jogos: quinta, domingo e segunda de noite. O primeiro marca o início da semana de confrontos, enquanto o último, o final. O restante das partidas acontece ao longo do dia no domingo, separadas entre o começo e o fim da tarde. A exceção é justamente para o jogo no Brasil, que acontece em uma sexta-feira.
Após os 17 compromissos da temporada regular e uma semana de descanso em datas alternadas para cada time, conhecida como bye week, começa a disputa dos playoffs. O dono da melhor campanha geral da AFC e o da NFC garante um lugar direto nas semifinais, chamado de divisional round. Os três demais campeões de divisão da conferência — pois o quarto é o de melhor campanha e garantido no round entre os quatro melhores — recebem os outros três mais bem qualificados para o jogo de wild card (repescagem).
Assim, se formam os quatro semifinalistas de conferência. Quem avançar briga pelo título da AFC ou da NFC e o vencedor chega ao Super Bowl. Todos os confrontos são em jogo único e com mando do time de melhor campanha.
Transmissão
Os fãs podem acompanhar a NFL em diferentes alternativas. Nos canais abertos, a opção é a Rede TV, enquanto na fechada a transmissão é feita pela ESPN. Disney+ (streaming), CazéTV (YouTube e Prime Video) e NFL Game Pass (DAZN e streaming) são outras formas de assistir.
Os favoritos
Brigam pelo título: Chiefs e 49ers
Correm por fora: Ravens, Lions, Texans, Eagles
Estão no páreo: Jets, Bengals, Bills, Packers, Cowboys, Dolphins
Querem playoffs: Rams, Jaguars, Steelers, Falcons, Buccaneers, Colts, Browns
Azarões: Chargers, Bears, Seahawks, Vikings, Titans, Saints, Raiders
Olhos no futuro: Patriots, Broncos, Commanders, Panthers, Cardinals, Giants
As divisões
AFC Leste
Buffalo Bills, Miami Dolphins, New England Patriots e New York Jets
AFC Norte
Baltimore Ravens, Cincinnati Bengals, Cleveland Browns e Pittsburgh Steelers
AFC Sul
Houston Texans, Indianapolis Colts, Jacksonville Jaguars e Tennessee Titans
AFC Oeste
Denver Broncos, Kansas City Chiefs, Las Vegas Raiders e Los Angeles Chargers
NFC Leste
Dallas Cowboys, New York Giants, Philadelphia Eagles e Washington Commanders
NFC Norte
Chicago Bears, Detroit Lions, Green Bay Packers e Minnesota Vikings
NFC Sul
Atlanta Falcons, Carolina Panthers, New Orleans Saints e Tampa Bay Buccaneers
NFC Oeste
Arizona Cardinals, Los Angeles Rams, San Francisco 49ers e Seattle Seahawks
*Estagiário sob supervisão de Victor Parrini
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