Um mês depois de os brasilienses Ketleyn Quadros e Guilherme Schmidt conquistarem a medalha de bronze por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, o judô do Distrito Federal renova o estoque de promessas para as edições de Los Angeles-28, Brisbane-32... No último dia 29, Nicole Marques conquistou a medalha de bronze na categoria cadete do Campeonato Mundial Sub-18. A competição foi disputada em Lima, no Peru.
Nicole Marques tem 16 anos. Mora em Taguatinga e treina na mesma academia na qual Ketleyn Quadros e Guilherme Schmidt se formaram, a Espaço Marques, do pai e treinador dela, o sansei Robert Marques. Atual campeã brasileira Sub-18 e bronze no Sub-21 e no Sênior no ano passado, a atleta está de malas prontas para embarcar rumo à Copa Pan-Americana Sub-21, em Assunção, no Paraguai. A abertura do evento é no próximo dia 11.
Em Lima, Nicole Marques derrotou a australiana Callie Bannister, a canadense Melody Grenier e perdeu para a japonesa Iroha Oi nas quartas de final da competição. Passou pela cazaquistã Fatima Supygaliyeva na repescagem e ganhou bronze diante de Valeria Kozlova, adversária representante dos Emirados Árabes Unidos.
“Ele começou no judô com um ano e oito meses. Fui treinador da Ketletyn, da Érika Miranda, do Guilherme Schmidt, do Matheus Takaki. Ela sempre praticou judô. Foi muito dedicada. No ano passado, a Nicole disputou o Campeonato Mundial Sub-18 na Croácia, mas era muito novinha, tinha 15 anos. Foi o primeiro ano”, conta Robert Marques.
Os pais foram as maiores influências de Nicole. A mãe dela, Phillis Marques, é tricampeã brasileira e conquistou recentemente o torneio veterano. A atleta estava desembarcando de viagem na série de competições e chegou atrasada para assistir ao combate da mãe.
A projeção do pai-coruja e treinador é vê-la pontuando em eventos internacionais no ciclo olímpico para evoluir no ranking e entrar na briga por vaga aos Jogos Olímpicos de Los Angeles-28, quando Nicole terá 20 anos. “Vou correr atrás da vaga”, diz Nicole ao Correio.
Por enquanto, a aluna do segundo ano do Ensino Médio concilia a vida de estudante com a de atleta. É bolsista do colégio Biângulo e tem apoio do Compete Brasília. Na vida acadêmica, projeta cursar educação física, fisioterapia ou nutrição e tem como opção também a carreira de policial militar no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). “Mas antes eu quero ser medalhista olímpica, de preferência, campeã”, reforça ao Correio.
A convicção de Nicole Marques em relação ao judô vem desde a infância. “Ela sempre quis o judô. A mãe (Phillis Marques) tentou colocá-la no balé. Ela dizia que era muito sem graça. Gostava de futebol e de judô e optou pelo judô porque estava no meio, via a gente treinar vários atletas e seguiu”, conta o pai, Robert Marques. Daí os brasilienses Ketletyn, da Érika Miranda, do Guilherme Schmidt, do Matheus Takaki serem as inspirações de Nicole.
A atleta é assertiva no planejamento. O próximo passo é o Mundial, em Assunção, no Paraguai. Satisfeita com o bronze em Lima, ela deseja ir além. “O Mundial é muito forte. Não tem ninguém fácil. Eu acabei vacilando na luta contra a japonesa (em Lima), mas fiz uma competição muito boa. Vou trazer mais uma medalha”, promete.