O jargão “ataque contra defesa” nunca fez tanto sentido na metade de uma série eliminatória. Afinal, na semana passada, no Estádio Nilton Santos, principalmente no primeiro tempo, o Botafogo empilhou oportunidades de gols diante do São Paulo, no jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores. Com volume, intensidade e repertório, o Glorioso mostrou por que é o time do momento no futebol brasileiro. Faltou somente colocar a bola para dentro. Porém, do outro lado, a despeito de duas bolas na trave do goleiro Rafael, havia um Tricolor que sabe defender a sua cidadela como poucas equipes e cujos números credenciam a sua fortaleza. Nesta quarta-feira (25), às 21h30, no Morumbis, os times retornam a campo para mais um tira-teima. Quem vencer passa.
Muralha tricolor funciona na Libertadores
Mandante, o São Paulo conta com a melhor defesa desta edição do torneio mais importante das Américas. É muito difícil balançar as redes da equipe do técnico Luis Zubeldía. Em nove embates, o Soberano foi vazado apenas três vezes. Neste mata-mata, a defesa saiu incólume nos três compromissos. E tem mais! Na Copa Libertadores-2024, ninguém gritou “gol” no Morumbis. Foram quatro partidas no Cícero Pompeu de Toledo. Uma dor de cabeça e tanto para quem precisa da vitória para avançar de fase sem a agonia de uma decisão de pênaltis.
Após conseguir amarrar o Botafogo, no esquema com três zagueiros e dois volantes, os jogadores do São Paulo e o próprio técnico argentino repetiram outra expressão frequente no futebol. O “saber sofrer”. O fato é que, com score zerado da ida, o Tricolor sobreviveu ao bombardeio do adversário e, agora, tem o fator “Morumbis raiz” para confirmar presença em mais uma semifinal.
“Jogo de Libertadores é sempre difícil. Ainda mais contra uma grande equipe, como é o Botafogo. Sabíamos das dificuldades, por isso, já esperávamos o sofrimento. É guerra. Suportamos bem. Cumprimos nosso objetivo e não tomamos gols. Só temos que valorizar o nosso desempenho. Agora, é em casa, com apoio da nossa torcida”, frisou o zagueiro Sabino, debutante em Libertadores que formou a linha da defesa central ao lado de Arboleda e Franco.
Botafogo recordista e com gosto por jogos grandes
Ao contrário de um longo período de vacas magras, o torcedor do Botafogo se acostumou a ver, enfim, o time alvinegro amassar grandes adversários em “brigas de cachorro grande”. Palmeiras, Flamengo, Corinthians e Fluminense já sofreram com o Mais Tradicional. O Fortaleza, quando tentou colocar as asinhas de fora e ameaçar o Fogão, também sucumbiu. O próprio São Paulo teve uma amostra grátis no Colosso do Subúrbio. O atual líder isolado do Campeonato Brasileiro é a equipe a ser batida no país pentacampeão mundial. Às vezes, parece, aliás, não encontrar rivais.
Visitante para lá de indigesto, o Botafogo na era Artur Jorge não costuma, então, se intimidar com o campo adversário. Assim, com esta postura, o Glorioso tornou-se a primeira equipe brasileira a atingir a marca de 100 gols na temporada. E detalhe: com o artilheiro do ano, Júnior Santos (18), fora de combate há dois meses.
“Jogamos do mesmo jeito onde seja. Em casa, a gente tentou, controlou todo o jogo desde o primeiro tempo, também tivemos uma chance no segundo tempo e não concretizamos. O professor vai pensar. Esperamos, portanto, fazer melhor para ajudar o time ganhar e chegar à semifinal. Lá (no Morumbis), o jogo vai ser igual”, prevê o atacante Savarino, o craque do empate da semana passada, segundo a opinião da Conmebol.
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