Gustavo Herbetta é diretor de marketing do Comitê Olímpico do Brasil (COB) há dois anos e cinco meses. Orgulha-se de conhecer bem os bastidores dos dois mundos do esporte no país: o do badalado futebol e das outras modalidades. Foi superintendente dessa área no Corinthians, entre 2015 e 2017, e participou da renovação de contrato de patrocínio máster da Caixa Econômica com o clube. Também foi voz ativa na negociação de nove meses para assegurar o incentivo de R$ 160 milhões da instituição financeira ao COB, celebrado nesta terça-feira (17/9), em Brasília. Ao Correio, ele explica como o acordo funcionará na prática e a maneira como a marca do banco estatal será tratada de forma diferente de como foi nos gramados.
Diferentemente das outras organizações, o Comitê Olímpico do Brasil não pode estampar marcas nos uniformes. No entanto, isso não problema. A entidade tem uma série de contrapartidas engatilhadas para recompensar o recebimento do maior incentivo financeiro da história. Herbetta explica que ativações digitais, ações nas redes sociais e presença de atletas em eventos também são eficientes.
“Haverá aplicação de marca em todos os eventos do COB. Por exemplo, haverá naming rights, como os Jogos da Juventude Caixa Econômica Federal. Teremos o Time Caixa, com nove atletas de diversas modalidades. Trabalharemos a presença de ex-atletas em eventos da Caixa, heróis olímpicos palestrando e trabalhando com o calendário da Caixa. Nossos eventos institucionais, como o COB Expo, o Hall da Fama e o Prêmio Brasil Olímpico terá a marca da Caixa na maior entrega de visibilidade. A Fan Fest, queremos ampliar, não restringir a São Paulo, tudo com a Caixa sendo a marca mais visível para o próximo ciclo”, detalha. Veja, a seguir, outros tópicos.
Haverá presença da marca no Centro de Treinamento no Rio de Janeiro?
“No Centro de Treinamento, colocaremos a marca da Caixa como os nossos outros patrocinadores estão presentes. O CT está em reforma, mudaremos toda a identidade visual, e a marca que predominará é a da Caixa.”
Foi um negócio sensível?
“Todo patrocínio é uma negociação complexa. Partimos de um bom pressuposto da aderência de ter uma marca que já investe muito no esporte, que já teve um relacionamento lá trás com o COB e que está de certa forma ligada a nós, pelas Loterias. Trabalhamos quais eram os objetivos da Caixa como marca e quais eram nossas entregas e objetivos. É o maior patrocínio da história do COB e o maior, individualmente, da história da Caixa.”
Você pegou a Era Caixa no Corinthians...
“Cheguei no Corinthians em 2015, a Caixa já patrocinava desde o Mundial de 2012. Entrei logo em uma renovação, ficamos até 2016, quando mudou a estratégia da Caixa, deixou de patrocinar os clubes de futebol, quase todos da Série A. Voltei a ter contato no ano passado, por meio do Gérson, superintendente de patrocínio e de toda a diretoria, que começou a enxergar a estratégia de recuperação de posição no esporte. Enxergou o COB como vetor para isso acontecer”
Diferença entre o negócio da Caixa com o COB daquele do banco com os clubes de futebol?
“Naquele momento, o mercado de marketing esportivo não estava tão amadurecido como hoje. Estávamos na fase em que patrocínio era só estampar a marca na camisa. Não tinha ativação, não tinha rede social e absolutamente nada. As marcas precisam de mais coisas. O mercado amadureceu. E o COB, como não joga 70 vezes por ano, criamos um programa que entrega hoje o que as marcam buscam: ativação digital, engajamento, experiência exclusiva, como teremos no próximo ciclo, eventos institucionais, contato com público alvo e outras iniciativas. Hoje, tenho certeza que um pacote de patrocínio como esse é muito mais valioso e efetivo do que era em 2015.”
E as redes sociais do Time Brasil estão bombando...
“O trabalho que a área de comunicação do COB fez com as redes sociais em foi incrível. Atingimos a nossa meta. Éramos o Comitê Olímpico de maior engajamento, viramos o de maior seguidores e conseguimos estabelecer um tipo de conversa com o público que temos como alvo: os jovens e infanto-juvenil. Eles são diferenciados, em volume, quantidade e em qualidade. Redes sociais tem coisas positivas e negativas, soubemos lidar. Hoje, somos referências dentro do Comitê Olímpico Internacional como melhor trabalho organizado.”
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