FUTSAL

Copa do Mundo de futsal começa neste sábado, com Brasil na caça ao hexa

Décima edição do torneio Fifa desafia a Amarelinha a romper a barreira do quinto título, mas propõe concorrência pesada de Argentina, Espanha, Portugal e Irã. Saiba o que esperar

Nenhuma seleção ostenta mais troféus da Copa do Mundo da Fifa do que o Brasil: cinco em nove disputas -  (crédito: Fifa/Divulgação)
Nenhuma seleção ostenta mais troféus da Copa do Mundo da Fifa do que o Brasil: cinco em nove disputas - (crédito: Fifa/Divulgação)

Eliminar a sina que impede o retorno ao topo do mundo. Esse é o principal objetivo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de futsal. O principal torneio da modalidade começa neste sábado (14/9) e seguirá até 6 de outubro. O Brasil estreia contra Cuba, às 9h30.

A competição tem 24 seleções, divididas em seis grupos com quatro integrantes cada. Líder e vice de cada chave, além dos quatro melhores terceiros colocados, avançam às oitavas de final, disputadas em jogos únicos até a decisão.

Maior campeão, o Brasil é candidato ao título. Levou o caneco para casa em sete oportunidades, os dois primeiros, nas campanhas de 1982 e 1985, quando o torneio era chancelado pela Federação Internacional de Futebol de Salão (Fifusa). No entanto, a Fifa reconhece somente as conquistas a partir de 1989, quando assumiu as rédeas da competição. Ainda assim, a Seleção puxa a fila de campeões com os troféus da primeira edição, de 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012.

Longe das finais desde 2012, o time comandado por Marquinhos Xavier tentará se livrar da "maldição" da caça ao hexa. Os fracassos nas caminhadas pela sexta estrela em diferentes modalidades chamam a atenção. Nos gramados, a Seleção chegará à Copa de 2026 com 24 anos de jejum desde o penta em 2002. No futebol de cegos, o país fechou a jornada na Paralimpíada de Paris-2024 sem título pela primeira vez desde a inclusão da disputa em Atenas-2004.

Para superar as recentes eliminações diante de Irã, nas oitavas de final de 2016, e da arquirrival Argentina, nas semifinais de 2021, o Brasil terá como principal aposta a força coletiva, ao contrário de campanhas anteriores, em que dispôs de craques como Falcão, Neto e até mesmo o jovem Leozinho.

Embora os tempos sejam outros, a Seleção Brasileira é líder do ranking da Fifa e tem valores individuais capazes de desequilibrar. O goleiro Guitta é único remanescente do título de 2012. Os pivôs Pito, atual melhor jogador do mundo e Ferrão, eleito três vezes como principal atleta do planeta, são armas ofensivas, além do ala e capitão Dyego, tricampeão europeu com o Barcelona.

A equipe teve pouco mais de um mês para se preparar para a Copa do Mundo. Reuniu-se em 11 de agosto em Nova Friburgo (RJ) e viajou em 2 de setembro. Tempo para dar inveja no técnico Dorival Júnior, técnico da Seleção de futebol. "Para um treinador, o período nunca é longo. Na realidade, sempre achamos que falta tempo, porque são muitas coisas que precisam ser treinadas. Mas esse período é especial porque temos o controle sobre toda a preparação do atleta, o descanso, a alimentação e o treinamento. A gente tem aproveitado da melhor forma possível, intercalando entre trabalhos físicos, técnicos, avaliações", avaliou Marquinhos Xavier.

A concorrência pelo título é grande. Atual vice-campeã do mundo e vitoriosa em 2016, a Argentina tem oito jogadores que estiveram no último torneio e optou pela manutenção do trabalho de Matías Lucuix.

Terceira colocada no ranking, a Espanha é bicampeã do mundo e dona da melhor liga nacional do planeta. Portugal e Irã também se colocam no páreo. Os lusitanos são os atuais campeões e buscam tocar o barco sem a presença do seis vezes melhor do mundo, Ricardinho. Os iranianos sonham com algo para além do terceiro lugar da edição de 2016. A seguir, o Correio apresenta o melhor de cada grupo.

Raio X da primeira fase

Grupo A
A primeira chave tem Uzbequistão, Paraguai, Holanda e Costa Rica. Anfitriões e paraguaios são favoritos à classificação. O time uzbeque chega para a terceira participação em Copas, na 11ª posição do ranking. Os sul-americanos paraguaios ocupam a 13ª colocação e se orgulham das participações em todas as edições. A Holanda está de volta após a ausência em 2021. Garantiu a vaga por meio da repescagem europeia. A Costa Rica foi a pior colocada no torneio da Concacaf entre os classificados da América do Norte e tem poucas chances.

Grupo B
A Seleção Brasileira é a favorita para avançar como líder. Assegurou a participação com o título da Copa América contra a Argentina. O rival mais forte é a Tailândia, vice-campeã da Copa da Ásia, nona colocada do ranking mundial e treinada pelo espanhol Miguel Rodrigo. A Croácia está de volta aos holofotes após 24 anos. É a 16ª melhor seleção do planeta. Cuba é a pior ranqueada entre as participantes (78ª), mas se classificou para a sexta Copa como vice da Concacaf.

Grupo C
Principal força da chave, a Argentina tem um grupo mesclado, com oito atletas remanescentes do último torneio e seis são estreantes à disposição do técnico Matías Lucuix. A Ucrânia ensaia dificultar a vida dos hermanos pela liderança. O objetivo é melhorar a campanha de quarto lugar em 1996. Vice da Copa Africana de Nações, Angola disputa a Copa pela segunda vez e jamais passou da fase de grupos. O Afeganistão é o novato da turma e candidato a zebra na primeira participação.

Grupo D
A Espanha amarga jejum de 20 anos e entra na caça ao terceiro título. Assim como o Brasil, esteve em todas as edições. O Cazaquistão aposta no treinador brasileiro Paulo Ricardo Figueiró da Silva para avançar. Com ele, a atual oitava melhor seleção do planeta foi a quarta colocada em 2021. Campeã da Copa das Nações da Oceania, a Nova Zelândia é estreante no torneio. A Líbia é a segunda pior seleção no ranking mundial, com a 50ª posição. O dono da prancheta é o espanhol Ricardo Iñiguez.

Grupo E
É considerada a chave mais equilibrada. Portugal terá a concorrência de Marrocos pela liderança no início da saga pela defesa do título. Sem o ícone Ricardinho, os portugueses terão pela frente, além do campeão africano, o Panamá, vencedores da Concacaf, e o modesto Tadjiquistão. A esperança lusitana será o capitão Pany Varela, campeão do mundo e bicampeão europeu. Os marroquinos terão como trunfo o técnico Hicham Dguig, à frente da equipe desde 2010. Os panamenhos têm à disposição os três melhores jogadores da América do Norte: goleiro Penaloza, o ala Maquensi e o fixo Ortiz

Grupo F
Os iranianos devem ter campanha livre de surpresas e avançar com a liderança. A equipe é outra potência da modalidade, quarta colocada no ranking mundial. Esteve de fora do torneio apenas uma vez e foi algoz do Brasil nas oitavas, quando conquistou o terceiro lugar, em 2016. França e Venezuela devem disputar a segunda vaga. Ao contrário do futebol, no futsal, os Bleus são estreantes e surpreenderam ao garantir a terceira melhor campanha nas Eliminatórias do continente. Os sul-americanos foram os terceiros colocados na última Copa América. Quarta força do grupo, a Guatemala chega como terceira colocada da América do Norte.

Programe-se

Sábado
7h Croácia x Tailândia (abertura)
9h30 Brasil x Costa Rica 

Terça-feira
12h Brasil x Croácia 

Sexta-feira
9h30 Tailândia x Brasil 

Duração: 14 de setembro a 6 de outubro
Local: Uzbequistão
Transmissão: CazéTV, SporTV, Globo, Globoplay e Fifa+

*Estagiário sob a supervisão de Victor Parrini

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postado em 13/09/2024 06:00
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