A notícia sobre o interesse do Al-Ahli na contratação de Vini Jr despertou o interesse sobre o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. A oferta, a maior da história para um jogador de futebol, tem por trás o primeiro-ministro e príncipe do país, Mohammed Bin Salman. Pertencente a Casa de Saud – nome dado ao poder real no país -, ele faz parte da família de monarcas mais rica do mundo.
De acordo com uma estimativa da consultoria Brand Finance, a fortuna de Bin Salman estava avaliada em US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 7,6 trilhões na cotação atual) até 2023. A oferta bilionária do monarca pelo jogador brasileiro (1 bilhão de euros – R$ 6 bilhões, na cotação atual) é apenas uma mostra de seu gosto por investimentos grandiosos. Nesse sentido, em seu ‘leque de aquisições’ consta um castelo na França, adquirido por R$ 1,7 bilhão de reais, um iate em que gastou R$ 309 milhões e também uma obra de Leonardo Da Vinci, arrematada em 2017 pelo preço recorde de U$ 450 milhões (aproximadamente R$ 2,4 bilhões).
O grande volume financeiro pertencente ao príncipe também é cercado de polêmica. De acordo com a Forbes, parte das reservas de seu governo foi obtida após uma “campanha anticorrupção”. Na ação, Bin Salman arrecadou bilhões de outras famílias monarcas para diminuir o rombo dos caixas devido a baixa do valor do petróleo. Um exemplo é a saída do príncipe e parente Alwaleed bin Talal al Saud do hotel de luxo Ritz-Carlton, em Dubai. Ele precisou pagar US$ 6 bilhões para deixar o local, uma espécie de ‘prisão de luxo’ para os ricos acusados pelo primeiro-ministro.
Príncipe saudita e o interesse pelo futebol – e por Vini
O projeto de investir no futebol da Arábia Saudita para atrair grandes estrelas está ligado ao processo de melhoria da imagem do seu governo dentro e fora do país. Com o nome envolto em escândalos de violação de diretos humanos e outras questões, Bin Salman contratou jogadores da elite europeia para os quatro clubes que comanda no país. Nomes nomes como Benzema (Al-Ittihad), Cristiano Ronaldo (Al-Nassr), Neymar (Al-Hilal) e Roberto Firmino (Al-Ahli) passaram a ter o príncipe saudita como ‘chefe’. Além disso, ele também é dono do Newcastle United, clube da Premier League adquirido por £ 300 milhões (R$ 2,1 bilhões).
Este fenômeno fez com que o país árabe se tornasse um importante centro esportivo global. O movimento é uma das ações que culminarão na realização da Copa do Mundo de 2034 na Arábia Saudita. Neste pacote, a contratação de Vini Jr seria uma espécie de ‘cereja do bolo’. A ideia era contratar o brasileiro para se tornar o embaixador do país na divulgação do evento que acontecerá daqui a 10 anos. Porém, segundo o jornal The Athletic, o jogador de 24 anos recusou a proposta bilionária e permanecerá no time espanhol.
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