Envolvida em uma grande polêmica sobre seu gênero, a argelina Imane Khelif conquistou o ouro no boxe feminino na Olimpíada de Paris. A medalha veio na categoria até 66kg. Ela venceu a chinesa Yang Liu por decisão unânime nesta sexta-feira (9).
A conquista de Khelif acontece no mesmo dia em que Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) declarou apoio público tanto a ela quanto a taiwanesa Lin Yu-ting, que também sofreu o mesmo preconceito. Em entrevista coletiva, Bach criticou a Associação Internacional de Boxe (IBA), que chegou a barrar a dupla após os chamados “testes de gênero”. Ele ressaltou ainda a participação das pugilistas no boxe olímpico como justa.
“Essa não é uma questão de inclusão, mas sim de justiça. Mulheres têm o direito de participar em competições femininas (…). Vi uma transcrição da entrevista coletiva dessa organização (IBA) e não estava claro nem que teste foi feito, nem que resultados foram produzidos. Não é mais tão fácil que (os cromossomos) XX e XY seja a clara distinção entre homem e mulher, isso cientificamente não é mais verdade. Portanto, elas duas são mulheres e têm o direito de participar de competições femininas”, afirmou Bach.
Assim como Khelif, Lin também pode faturar o ouro olímpico. Ela enfrenta a polonesa Julia Szeremeta neste sábado, na decisão da categoria até 57kg.
Preconceito de gênero com argelina e taiwanesa na Olimpíada
Mesmo liberadas pelo COI para participarem dos Jogos Olímpicos de Paris, a argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting sofreram com o preconceito durante às competições. Reprovadas pela IBA após um teste de gênero no Mundial do ano passado, a dupla precisou lidar com manifestações de adversárias, da imprensa e também das redes sociais. Apesar disso, mantiveram o foco dentro do ringue e colhem os resultados nesta reta final de Olimpíada.
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